Dean's P.O.V.
Nesta última hora a Piper tinha ficado muito pior. As alucinações estavam a aumentar e ela já estava na fase em que deitava sangue da boca. Eu estava preocupado. Ela estar com o Castiel partia-me por dentro, mesmo que eu não mostrasse. E a culpa disto tudo foi minha, nunca devia ter feito aquilo. Estava sempre a magoá-la, e ela já me tinha aturado durante demasiado tempo. O clima estava muito estranho entre nós, e eu tinha de mudar isso, mas como? Caminhei até ela e perguntei-lhe:
-Precisas de mais alguma coisa?
-Não, Dean. Eu só preciso que eles cheguem, porque se eles não vierem nós já sabemos o que me vai acontecer, não é?-ela disse, numa voz cansada, sem me encarar sequer. Eu sabia do que ela estava a falar, mas ela não podia desistir daquela maneira. Eu não a ia perder, nem que tivesse de ser eu a morrer em vez dela.
-Nunca digas uma coisa dessas. Tu não vais morrer. Se for preciso vou eu fazer o trabalho sozinho e salvo-te, mas eu não te vou perder. Não desistas, Piper. Eu vou ligar ao Sam.
Peguei no telemóvel em cima da mesa de cabeceira e procurei por Sam na minha lista de contactos. Carreguei no número e liguei o mais rápido que pude.
-Sammy?
-Sim, Dean?
-Então, já mataram o anormal? A Piper está de rastos, despachem-se!
-Dean, estamos a tratar disso, pára de ralhar! Aguentem mais um bocado. Eu percebo que estejas preocupado, mas está quase, ok? Já o temos acorrentado.
-Obrigado, Sam. Por favor, vocês têm de a salvar.
-Prometo. Adeus, Dean.
-Adeus, Sammy.-disse. Quando olhei para a Piper ela estava encolhida a um canto, a suar e a tremer, mas sem dizer uma palavra, sequer.
-Piper.
-D...Dean... Tem cuidado... Voltou o Dick Roman.
-Não, kiddo. Não voltou. Eu estou aqui. Calma.
-Ele está ali, Dean. Ele vem para aqui.
-Eu tenho a Colt, ok? Eu estou aqui para te salvar. Agora não olhes para ele, olha para mim.
-Dean, está ali o meu pai. Morto.
-Não está. Piper, olha para mim.-disse, num tom autoritário, levantando-lhe a cabeça. Ela olhou timidamente e esboçou um pequeno sorriso, mas não era um sorriso feliz. De repente, o telemóvel começou a tocar e recebi uma mensagem do Sam: "Já está. Venham para aqui.". A segunda mensagem foi uma morada qualquer no Michigan.
-Piper?
-Sim, Dean?
-Já acabou. Olha.
Ela olhou em volta e não pareceu assustada. Tinha a Piper de volta. Ela correu para mim e abraçou-me, derrubando-me até eu cair na cama. Lembrou-me do tempo em que estávamos juntos, mas também o que é que não me lembrava disso agora?
-Oops, desculpa, Dean. Mas obrigada por tudo, a sério...-ela disse. Notava-se que ela queria dizer mais alguma coisa, mas que não disse.
-Piper, temos de ir a um sítio.
-Claro, aonde?
-Nem eu sei, mas o Sam, a Charlie e o Cas estão lá.
-Ah, ok. Então anda.
Subimos as escadas até ao baby e a Piper sentou-se ao meu lado no banco da frente. Fez-me lembrar daquele dia em que eu lhe mostrei AC/DC pela primeira vez, e que ela adorou. Ao ligar o rádio, começou a dar o Photograph dos Def Leppard. Ela abriu a boca para dizer alguma coisa, mas desviou o olhar outra vez para o vidro sem dizer nada. Aquilo estava a dar comigo em doido, eu só a queria de volta, mas agora era impossível!
-Dean, depois eu tenho de falar contigo. Não agora, porque não consigo encontrar as palavras para te dizer isto, mas depois, talvez.-ela disse. Parecia uma coisa importante, o que me dava algumas esperanças.
-Umm, claro. Quando quiseres, Pie.
-Obrigada.
Quando chegámos à tal morada, vimos que era uma casa normal. Talvez se tratasse de um caso.
-Sam, que é isto?-perguntei. Estava um rapaz, provavelmente um universitário, agarrado a um objeto envolto num pano e ao seu lado estava uma mulher, que parecia ser a mãe do rapaz.
-Dean, Piper, este é o Kevin Tran e está é a mãe dele, Linda Tran. Ele é um profeta e aquilo que ele tem ali é a tábua dos leviatãs.-disse o Sam, calmamente, quase como se fôssemos crianças e ele nos estivesse a tentar convencer a fazer alguma coisa. Aquilo podia ser a solução para os nossos problemas. Com aquela tábua, escrita por Deus, talvez conseguíssemos matar os leviatãs.
-Sabes lê-la?-perguntou a Piper. Ele acenou que sim com a cabeça e ela sorriu. Eu sabia o motivo da alegria dela: finalmente ela podia matar o monstro que lhe matou o pai. De repente, apareceram dois anjos, Hester e Inias.
-Kevin.-começou Hester, calmamente.-Temos de te levar para o deserto.
-Para?-perguntou o rapaz, ligeiramente apavorado. Comecei a fazer um sigilo para as banir dali.
-Porque és um profeta, e tens de ficar lá para ler a palavra, Kevin.
-N...não!-ele disse, em pânico. Felizmente, consegui acabar o sigilo e bani-las. Quando me virei, encontrei um Kevin assustado a encarar-me.
-Que raio é que foi isto?!-perguntou o Kevin, ofegante. Com uma voz doce, a Piper disse:
-Está tudo bem, Kevin. Agora precisamos de ti para traduzires o que está aí escrito, ok? Vamos levar-te para um sítio seguro.
-S...sim.-respondeu o Kevin. Não consigo imaginar o quão confuso aquele rapaz devia estar.
-Vamos para o Bunker.-eu disse.
-Não, Dean. Isso era demasiado óbvio. Que tal para a cabana tio Rufus?
-Ok, pode ser. É uma boa ideia.-concordei. Também não queria contrariá-la, se eu quisesse ter alguma chance de ela voltar para mim.___________________________
Oi de novo! Desculpem pela demora para postar o novo cap... Também estava com saudades do Kevin, mas finalmente ele apareceu! Deve ser chocante e assustador, uma reviravolta assim na vida, não? Adeus e obrigada, hunters de ❤️
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The Singer Kid
FanficPiper, a filha de Bobby Singer, anda há anos à procura do pai. Finalmente encontra os Winchesters, que ela sabe que a podem ajudar. Será que eles vão ser só mais uns caçadores para Piper Singer?