You're drowning in alcohol, idjit

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Eu sinto-me culpada por isto tudo. Se eu tivesse vendido a alma tudo tinha ficado bem. A culpa disto era toda minha. A culpa disto era toda minha, era a frase que ecoava dentro da minha cabeça, e era verdade. Se eu tivesse vendido a alma em dez anos a família Singer e a família Winchester estariam reunidas, todos juntos, todos vivos. A culpa é toda minha...
-Preciso de álcool.-disse, depois do médico vir falar connosco acerca do meu pai.
-Eu também.-disse o Dean.
-Eu não vou, estou cansado. Estou cheio de sono.-disse o Sam.
-Fazemos assim: deixamos-te no Bunker e depois vamos.
-Não dá para me deixarem no Bunker, estamos longe. Vamos a um motel.
-Ok.-disse, desanimada. Agora o que me apetecia era ir ao Texas, à casa onde eu cresci. Disse aos meus vizinhos e aos meus colegas que tinha ido morar para Boston, que o meu pai tinha ido trabalhar lá. Eu ia arranjar uma maneira de o trazer de volta. Mas parecia que tudo agora não fazia sentido, que a minha vida não fazia sentido.
Metemo-nos no carro e levámos o Sam para o motel mais próximo. Depois, voltámos para o Impala e fomos até a um bar de camionistas. Já ninguém estava sóbrio ali dentro, só os recém-chegados (eu e o Dean). Sentámo-nos no balcão e pedi uma cidra de maçã, enquanto o Dean pediu uma cerveja.
-Sabes, eu estou tão frustrada com isto tudo. Eu podia ter evitado isto...-disse, entre lágrimas.
-Não digas isso, Piper. Sabes muito bem que não podias ter feito nada.-ele respondeu secamente, mesmo estando a chorar. Tão seco que até me magoou um bocado.
-Podia pois. Podia ter feito o meu negócio com o demónio.-disse, num tom igualmente seco, bebendo um trago da minha cidra.
-Nunca mais digas uma coisa dessas. Eu preciso de ti aqui. Eu não aguento cinco minutos longe de ti, quanto mais dez anos...-ele respondeu, desta vez num tom bastante mais doce, segurando a minha mão. Sorri e encarei-o. Ele limpou as minhas lágrimas e abraçou-me, sussurrando:
-Não chores mais.
Anui e continuei na minha cidra gelada, enquanto o Dean pedia já a segunda garrafa de cerveja. E ficámos assim toda a noite a afogar as mágoas no álcool, com a ligeira diferença que eu estava sóbria e o Dean estava completamente bêbado e estava no meio de uma luta com outro tipo, igualmente bêbado. Eu estava a passar-me com aquilo.
-DEAN! VOLTA JÁ AQUI!
-Já vou, baby, deixa-me só dar uma sova a este tipo.
-Não lhe vais dar sova nenhuma.-disse, puxando-o, mas ele só me empurrou para longe. Ele já estava todo ensanguentado, e aquilo tinha de parar. A minha raiva estava a aumentar mais e mais, é só me apetecia dar-lhe um estalo, mas não ia descer tão baixo. Ia fazer o que eu era melhor a fazer, dar nas vistas:
-DEAN CAMPBELL WINCHESTER! TU VENS COMIGO E É AGORA!-gritei, fazendo todo o bar olhar para mim. Como é que ele tinha a lata de me fazer aquilo? Arrastei-o para fora do bar e atirei-o para o banco de trás do Impala, ignorando as queixas dele.
-Para quê que foi isso, baby? Agora também já não posso ter vontade própria.
-Tu estás afogado em álcool e não sabes o que dizes, seu idjit.
-Ai... Que fria, baby...-ele disse, fingindo estar ofendido. Estava tão irritada, mas aqueles olhos verdes refletidos no retrovisor estavam a derreter-me por dentro. Mas não ia dar-lhe essa satisfação. Conseguia sentir as lágrimas descer dos meus olhos, lágrimas de pura raiva, por tudo o que me estava a acontecer. O meu pai tinha morrido e eu ainda tinha de lidar com a ressaca daquele idjit?! Que vida cruel!
-Baby, deixa-me dar uma sova àquele tipo...
-Está calado.-disse, quando finalmente chegámos. Arrastei-o pelo hall até ao nosso quarto.
-O que é que se passa, Piper? Porque é que estás a chorar e porque é que o meu irmão está cheio de sangue?-perguntou o Sam.
-O anormal do teu irmão decidiu ficar bêbado e entrar na porcaria duma rixa de bar. Muito conveniente, não é?
-Vamos tratar deste idiota.
-Sabem que eu estou aqui? E ainda oiço!-disse o Dean.
-E daí?!-perguntei, irritada. Eu e o Sam preparámos uma coisa horrível que segundo o Sam curava todas as ressacas. Encostei o Dean à cama e mesmo que ele tivesse protestado, obriguei-o a beber aquilo tudo. Ele fez uma expressão de quem está maldisposto e recostou-se na cama.
-Porque é que me estás a fuzilar com essa cara?-ele perguntou-me.
-Falamos quando estiveres sóbrio, não estou com paciência para ti.-disse, batendo com a porta. Sentei-me no telhado, irritada, com os meus choros e com a minha raiva. De repente, o Sam sentou-se ao meu lado.
-Como é que ele está, Sam?
-Adormeceu agora mesmo. Ele vai ficar bem.
-Obrigada Sammy, por tudo. Eu só estou passada com ele.
-E tens toda a razão do mundo para isso. Ele só piora as coisas.
-Eu amo o teu irmão, mas juro, ele saí-me um retardado, às vezes... E agora tenho que ter uma conversa séria com ele.
-Vai, mas não chores mais. Ele não merece que tu chores pelas tretas que ele faz.
-Tens razão, Sammy. És o melhor.-disse, abraçando-o. Ele sorriu e deu-me uma palmada nas costas, a encorajar-me.

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Hi! DEAN CAMPBELL WINCHESTER O QUE É QUE FOSTE FAZER?! Desculpem, gente😐😅 Até ao próximo cap!

The Singer KidOnde histórias criam vida. Descubra agora