//Cap-5//Pessoas Comuns.//

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Minutos se passaram, Nox se recompunha e ao se aproximar de Yashi o ajudou a se levantar pois ainda sentia fortes dores no tórax, Pyon se aproximou realizando seções rápidas de cura magica não só no cavaleiro como em Aya indicando que o pior não havia acontecido, sem ossos quebrados ou coisas do tipo.

Após se recompor Aya dera um leve tapa atras da cabeça do brigão conforme falava a caminhar até onde sua adaga havia caído para recupera-la - Como diabos você errou aquele arremesso? -

Com o erguer de ombros o rapaz lavava as mãos daquela culpa dizendo - Ei, meu trabalho nunca foi jogar coisas e sim quebrar coisas -  Yashi sorriu agradecendo a coelha após ser curado de suas injurias menores indo até onde estava sua espada a pegando para depois pegar a maça da mesma, oferecendo-a de volta conforme sussurrava afim de reconforta-la pois ao rever sua arma dera um sutil passo para trás ainda com memorias do susto que levou - Lembre-se que essas armas são para proteger os fracos e quem amamos, para proteger os sonhos de quem amamos, não as veja como objeto de massacre porque não somos movidos por esse desejo - 

A coelha olhou para Yashi por um instante antes de pegar a própria arma de maneira tímida a colocando na cintura, ao sentir a mão do cavaleiro em seu ombro com um sorriso gentil ela respirou fundo deixando o peso mental para trás e esboçando um sorriso igualmente positivista enquanto ouviram - Que tal pararmos de conversa fiada e voltarmos para a vila?, um bom banho, cama macia e uma boa recompensa cairia bem - ao se lembrar disso Nox, Pyon e Yashi olharam para a gaiola com os mortos que foram incapazes de salvar e um pequeno desanimo bateu sobre eles, forçosamente o cavaleiro tentou ser positivo ainda que sem grande sucesso - Bom...já sabíamos que seria difícil salvar a todos, ao menos salvamos alguns certo? - 

O caminho para fora da caverna fora em passos lentos e penosos, a felicidade de vitoria e segurança se mesclava com a decepção de um dever mal cumprido, cada um ali se focava em um pensamento que trouxesse algum conforto mas Pyon estava afogada em uma depressão silenciosa, ela não conseguia tirar da cabeça a promessa que fizera ao velho e no fim das contas estava tão preocupada ficando assustada que sentia ter feito seu grupo perder um tempo vital que poderia ter salvo a todos, ela queria desabar e expor aqueles pensamentos mas sabia que não só receberia a piedade de Yashi como apenas atrapalharia mais uma vez seu grupo por ser fraca, precisava reunir forças e fé para engolir suas tristezas afim de não mais ter de lidar com o fato de que tomava tempo inutilmente de seus amigos, ao menos era assim como ela se sentia.

- Procurem não ficar se torturando atoa, essa vila era para estar completamente deserta, salvamos a maioria dos que podíamos, estamos no lucro! - Aya parecia severa com aquelas palavras, convencida e cruel para muitos mas Yashi sabia que ela apenas estava tentando convencer a si mesma afim de não ficar abatida também pois se havia algo que Aya odiava era se sentir frágil.  

A caminhada era lenta e tranquila pela campina, estava entardecendo, havia alguma fumaça subindo do vilarejo mas se assemelhava a uma fogueira, aos poucos foram chegando os quatro guerreiros e viam que os moradores não perderam tempo, montaram barracas e se livravam do entulho mais leve não só para habitar o que sobrou das casas que ainda estavam uteis como para dar o material retirado e apropria-lo em novas construções para aqueles que haviam ficado sem morada, era surpreendente pois o grupo de heróis abatidos foram recebidos com palmas e honras, eles olhavam para os moradores debilitados  e mesmo alguns enfaixados os recebiam com muita gratidão falando palavras como "heróis, salvadores , corajosos" entre agradecimentos, uma cena de humildade que viera como um tapa na cara dos heróis que mesmo tendo obtido sucesso ainda praguejavam contra a sorte que tiveram enquanto que os moradores sem nada em suas vidas festejavam o retorno deles, Yashi tentou tomar a frente para se desculpar pelo fracasso mas fora puxado pelo pulso por duas senhoras enquanto Nox era empurrado por crianças que os levavam para um jantar próximo da fogueira, Aya tentou ser antipática por medo de perder a postura mas no primeiro sinal de cevada oferecida ela se enturmou sem problemas enquanto que a multidão os seguiam deixando Pyon que fora abraçada pelo velhinho de outrora, sem entender fora abraçada por uma garotinha logo após ele, então a verdade veio a tona, a netinha do velho estava entre o grupo dos que haviam sido salvos e ainda que isso não diminuísse o fracasso do grupo fora o suficiente para reviver a alma da coelha que os abraçou chorando de felicidade sem poupar o volume enquanto que o cavaleiro comendo ao redor da fogueira com Nox observaram a coelha ao ouvi-la chorar e assim que percebiam o alivio no choro da mesma ambos sorriam satisfeitos e igualmente felizes com a pequena vitoria enquanto brindavam sentados juntos dos aldeões para uma noite estrelada de muita musica, comida boa e dança bêbada.

A Lenda de EtherionOnde histórias criam vida. Descubra agora