A Lenda de Etherion

//Cap-12//No cair das plumas.//

Ao meio da tarde o clima era quente e desagradável, felizmente adentravam a floresta que oferecia aos aventureiros sombra e frescor, Yashi não tinha muitos problemas com calor ja Aya odiava pois sua roupa aquecia demais, varias vezes julgara guerreiras que usavam armaduras das quais mais pareciam biquínis mas ela começava a inveja-las naquele momento, Lin buscava aliviar o estres da viagem com notas suaves de sua lira, uma melodia tão suave que facilmente passava desapercebida pelo cavaleiro que encarava o local tentando achar referencias, não tinha certeza do porque mas se sentiu hostilizado no instante em que adentrara aquela floresta e no entanto não via nada, nem insetos, nem animais, um completo silencio que conforme dominava o local tornava a melodia do Elven perceptível.

Descendo do cavalo o cavaleiro abria a bolsinha comendo sua ração como Aya fazia no entanto ela estava buscando pistas ou pegadas perambulando pelo local sem se distanciar dos cavalos, Lin parecia despreocupado comendo um pedaço de pão - Sem pegadas, sem animais, sem insetos, é como se essa floresta estivesse vazia, chega a ser difícil de acreditar - Disse Aya chegando após uma tentativa de reconhecimento mal sucedida, de maneira impaciente Yashi encarou o Elven o indagando - O que você sabe sobre esse lugar? - Lin olhou para o cavaleiro com uma cara de duvida e engoliu o pedaço de pão dizendo - Sinceramente?, nada, o caminho principal entre as cidades ficam ao redor dessa floresta então ninguém tem motivos para vir aqui ainda que ela não esteja escondida - O cavaleiro alisou a própria face de maneira intensa como se estivesse inconformado - Não é possível, nem monstros vimos ainda - E Lin comentou com um sorriso tolo buscando descontrair - E isso não é algo bom? - Aya apenas torceu os lábios olhando para o mesmo de lado conforme levava as mãos aos bolsos da calça de couro resmungando de costas para eles - Seja como for esse lugar cheira a segredo, ele parece realmente estar se esforçando para esconder alguma coisa de nós - Lin pensou um pouco e erguera o indicador como uma criança ao responder - A flauta magica?! - Yashi suspirou deixando seu cavalo amarrado junto ao de Aya decidindo seguir a pé dali por diante enquanto dizia - E o que você sabe sobre essa flauta magica? - A caminhada começou, Lin preferiu ficar sobre seu cavalo conforme respondia desviando a cabeça de alguns galhos ocasionais - É dito que essa flauta só afeta monstros porque ela toca uma musica que nossos ouvidos não conseguem perceber, é quase como se a flauta tocasse silenciosamente - O comentário veio rápido - Hm, uma bela arma para covardes - Disse Aya fazendo pouco do bardo que certamente teria lucros em poder viajar sem ser perturbado por criaturas.

O entardecer ia chegando conforme as horas se alongavam pela caminhada, não tinham certeza de que estavam realmente progredindo foi então que o cavaleiro parou de andar, olhou ao seu redor e percebeu uma bruma suave tomar conta do local, imediatamente sacou sua espada, viu uma figura caminhando dentre a nevoa se revelando como um rapaz alto de armadura leve prateada, longos cabelos verdes com folhas dentre as mechas de seus cabelos, olhos de igual coloração, orelhas pontudas, sua feição era triste e serena, ao vê-lo Yashi arregalou os olhos largando a espada - Você..! -

Aya caminhava pela floresta buscando pistas enquanto o bardo a seguia, apesar de gostar da musica ja estava ficando irritada com a situação, foi só quando vira uma coluna de pedra que se animou, chegando próximo a mesma viu outra e mais uma a frente, era a entrada de um templo em ruínas, descia seus degraus a dentro, era um pouco escuro e mofado mas graças as rachaduras nas paredes se via raios de luz facilitar a visão, se aproximando do centro do templo por dentre as pilastras viu um pedestal e sobre ele uma velha flauta de madeira, com um pequeno sorriso ela se virou para avisar Lin mas seu sorriso desapareceu quando viu uma enorme figura semelhante a um manto negro flutuando com cranio como face e uma enorme foice esticada para traz no momento em que o corte veio violentamente afim de decapitar a garota que graças a sua natureza ladina se largou ao chão deixando a lamina passar a fios de sua face para assim se jogar de pé e saltar para frente tomando distancia puxando suas adagas agora de costas para o altar encarando a criatura flutuante - Quem é você!? - A voz maquiavélica gargalhou ecoando sem direção especifica, ela reconhecia aquela voz, rangeu os dentes e disse - O que você quer com a gente?, achei que tivéssemos lidado com o seu brinquedinho na caverna - E então outra rizada ecoava conforme o espectro vinha flutuando girando a foice levemente a sua frente como quem se preparava para outra ceifada - Hahahah, eu tenho muitos brinquedos, foi bem fácil atrai-los - Aya podia ver Lin inconsciente caído ao chão mais ao fundo e da boca dele saia a fumaça escura que se moldava no manto negro, era como se ele tivesse sido possuído, em uma tentativa rápida ela coreu na direção do manto negro que fora puxando sua foice para trás  desferindo um corte vertical e depois horizontal obrigando a ladra a se virar de lado deixando a lamina passar e saltar sobre a criatura para se esquivar do segundo corte, felizmente agilidade era o seu forte mas esse seu bônus fora anulado quando decidia pegar o corpo do Elven e arrasta-lo para a saída no entanto fora surpreendida ao ter as pernas agarradas pelo corpo do bardo, ele não parecia estar consciente mas a segurava com uma força incomum para um rapaz daquele porte, tentando se soltar ela viu o manto ajeitando sua foice para trás e vindo voando com velocidade, dessa vez ela não teria como escapar.

- Hahahaha, agora não tem erro! - Disse Nox com o chapel de capitão na cabeça batendo no próprio peito frente ao timão do grande navio - Tem certeza que você sabe guiar um navio Pyon? - Perguntou a jovem franzindo as sobrancelhas aflitas temendo acabar caindo de novo na mesma furada mas era difícil convencer o Giga cabeça-de-vento que batia a mão contra o grande quadro com o mapa que havia sido retirado da sala do capitão e deixado ao lado do timão - Dessa vez não tem erro!, estamos em linha reta para o nosso destino!, Vamos la pessoal, soltem essas velas, o vento nos guiara ! -  Os piratas no convés olhavam para Nox la em cima de cara emburrada indispostos a seguir suas ordens o fazendo ficar incrivelmente irritado puxando a pistola e cutucando a testa de Jhon que estava amarrado ao lado de si - Eu não estou pedindo seus malditos, façam logo! - Nada que um pouco de incentivo e ameaça não fizesse os piratas se moverem, aquela seria uma viagem maluca onde somente o imprevisível poderia acontecer.