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Estacionei minha moto em frente à casa onde deveria estar acontecendo uma festa e me perguntei se não estava no lugar errado já que eu não podia ouvir qualquer barulho de música do lado de fora, porém, o carro de Todd estava lá. Mal tive tempo de pegar meu celular para ligar para ele e logo meu amigo saiu cambaleando pela porta de entrada com uma garota em cada braço e uma garrafa de uísque nas mãos.

- John Wayne. – ele gritou sorridente e caminhei até ele – Achei que você não ia mais vir. – ele se separou das meninas e passou o braço pelo meu ombro.

- É aqui mesmo? – perguntei surpreso e ele gargalhou.

- Não é o tipo de festa que estamos acostumados, mas tem bebida, maconha e mulheres, então para mim está bom suficiente. – ele disse rindo.

As duas garotas se voltaram para ele e caminhamos os quatro para dentro da enorme casa vitoriana. Todd me apresentou para a garota que estava dando a festa, Carrie Girlford, uma loira alta e muito bem vestida com um sorriso enorme nos lábios.

Além de Todd e eu, a outra presença masculina do lugar era um garoto de uns dezesseis anos que estava do outro lado da sala mais entretido no seu celular do que nas mulheres conversando ao seu redor. Fiquei bastante curioso querendo saber que diabos ele tanto fazia em seu aparelho que era melhor do que o que ele tinha por perto, mas logo o olhar de uma garota ao lado dele me chamou a atenção.

Ela estava com uma expressão séria para mim e quando viu que percebi, ela começou a conversar com o garoto. Seus lábios tinham um tom rosa claro e os olhos estavam meio esfumaçados nas pálpebras, quase sumindo de sua pele.

Permaneci encarando-a e ela olhou para mim algumas vezes e suas bochechas ficaram rosadas. Ela falou algo para o garoto que tirou seus olhos do celular e me encarou confuso, falando algo para ela em seu ouvido.

- Toma. – Todd bateu com uma garrafa de cerveja no meu braço e a peguei.

- Que tipo de festa é essa cara? – falei baixinho para ele sem tirar os olhos dela.

- É uma social, John.

- A garota é podre de rica, cadê aquelas festas que todo mundo se joga na piscina e quebra a casa?

- Não reclama muito, Wayne. – ele deu uma risadinha e me passou o baseado que estava em sua mão.

Coloquei ele na boca e dei uma tragada longa olhando para a garota que estava agora encarando seu tênis. Prensei a fumaça e soltei quando ela levantou o olhar e me viu. Traguei mais algumas vezes e entreguei para Todd.

Já podia sentir meu corpo ficando mais leve com o efeito da maconha e tomei um gole enorme de cerveja, esperando ficar chapado com rapidez.

Mais algumas garotas chegaram quando eu já estava na minha quarta garrafa de cerveja e elas começaram a cochichar com Carrie e olhar para Todd e eu. Ela olhou para nós dois com um sorrisinho malicioso e depois foi na cozinha e voltou com um monte de copos plásticos e uma garrafa fechada de vodca.

- Isso está muito caído. – ela colocou as coisas na mesa de centro – Vamos brincar de "eu nunca".

Todd deu tapinhas nas minhas costas enquanto eu caminhava para perto da mesa e fiz questão de me sentar de frente com a garota que de todas as mulheres ali, era a que parecia mais desconfortável com o ambiente.

Carrie encheu todos os copos e colocou na nossa frente, olhando para todos com um sorriso extremamente malicioso.

- Eu começo. – ela alargou o sorriso – Eu nunca transei no primeiro encontro. – ela disse e logo todos viramos, exceto a garota e uma outra do lado dela – Já imaginava. – ela deu uma risadinha para as duas.

The GetawayOnde histórias criam vida. Descubra agora