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Já tinha começado a me arrepender de ir na porcaria da festa quando dois dias antes meu pai tinha me obrigado a ir em uma alfaiataria. Depois disso as coisas só ficaram piores e tive que ir ao barbeiro cortar o cabelo e fazer a barba.

Pela primeira vez em anos, minha mãe tinha ficado pronta primeiro que meu pai e eu, e segundo Catalina, isso era porque ela estava com medo que eu me estressasse e desistisse de ir.

Eu não sabia se minha mãe tinha falado para a mãe de Thea que eu iria no evento, então fiquei bastante ansioso com medo que ela soubesse e resolveu não ir por minha causa.

Apesar das insistências dos meus pais, eu recusei a ir com eles no carro. Quando cheguei vi muitas outras pessoas chegando e me enfiei no meio delas para entrar sem que algum amigo do meu pai parasse para me cumprimentar.

Falei meu nome para a garota que estava indicando os convidados para as suas mesas e ela pareceu surpresa quando eu disse, mas depois me levou até onde eu deveria sentar.

- Johnny. – meu avô disse contente – Quanto tempo, garoto. Vem aqui dar um abraço no seu velho. – ele se levantou e veio até mim.

- E aí, vô? – abracei-o – Eu cresci demais ou o senhor encolheu? – falei brincalhão.

- Um pouquinho dos dois. – ele riu.

- Oi, vovó. – dei um beijo em sua testa e me sentei ao seu lado.

- Você está bem? – ela sussurrou em meu ouvido e eu assenti – Seu pai nos disse que você estava com problemas... é algo que nós possamos ajudar?

- Relaxa, vó, eu estou bem. – sorri para ela.

- De aparência está melhor do que eu imaginei. – ela sorriu triste.

- Estou ótimo, vocês não precisam se preocupar comigo e muito menos dar atenção para o que o meu pai fala.

Ela não falou mais nada sobre o assunto e fiquei feliz por isso. Eu não queria que meus pais ficassem envolvendo meus avós nas coisas, pois os dois iriam acabar me convencendo a fazer coisas que eu não queria apenas porque eles sabiam que tinham certo poder sobre mim.

Fiquei praticamente vigiando a mesa onde Thea e a sua família deveria sentar. Ela não teria como me ignorar ali perto dos nossos pais e de mais um monte de gente conhecida. Eu devia respeitar e me afastar, mas eu não conseguia, era como se quanto mais distante ela me quisesse, mais perto eu precisava ficar.

Já estava na minha sexta taça de champanhe e nem um pouco bêbado. Eu precisava de algo mais forte para aguentar aquela noite se Thea não aparecesse.

Estava indo em direção ao bar quando vi ela entrando com seus pais e sua irmã. As duas estavam lindas, mas Thea tinha algo de especial nela e eu não sabia explicar o que. Ela estava usando um vestido branco até o meio da coxa com mangas até um pouco para baixo do cotovelo. Sem maquiagem e qualquer outra coisa. Apenas um vestido branco simples e um salto prata.

Deixei que ela fosse até sua mesa e continuei meu caminho até o bar. Pedi um uísque duplo e fiquei olhando-a de longe. Ela e cumprimentou algumas pessoas que vinham falar com os pais dela, mas na maior parte do tempo ficou conversando com Carrie.

Terminei minha bebida e deixei uma nota de vinte dólares no pote de gorjetas. Passei por entre as mesas para ir até ela e quis matar quando uma amiga da minha mãe me parou apenas para dizer que fazia muito tempo que ela não me via.

Carrie percebeu que eu estava me aproximando e me olhou um pouco confusa, falando algo para Thea que olhou para mim em seguida.

- Senhor e senhora Howlett. – cumprimentei os pais dela quando os dois olharam para mim – Oi, Carrie.

The GetawayOnde histórias criam vida. Descubra agora