O Cavaleiro 30°

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Pois foste o Castigo mais prazeiroso da minha vida!

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-Ya Zawjat al'amir (esposa do Príncipe), onde vai?- A servente procurou saber, visto que eles e que sempre ficam na tangente quando ela decide fsair sem avisar.

-Volto antes de Maghrib (por do sol).- Foi tudo que ela ouviu dos lábios de Zulmira, uma vez que montou no cavalo e zarpou dali sem pedir permissão.

Zulmira tinha o veu que Fahmy a oferecera como Mahr, amarrado na sua cintura; vestia um sorriso enorme em seus lábios, este que clareava a sua aura e fazia sentir como nunca se sentira; em paz. Finalmente as coisas pareciam estar a ficar nos seus lugares, eu consegui conciliar Fahmy e as cavaleiras.

Mas sua felicidade não durou muito, uma vez que viu a tragedia que se estendera por todo seu acampamento. A mulher ficou estática por uns minutos olhando a volta, e rezando para que aquele fosse um tremendo pesadelo, e que ia acordar a qualquer momento.

-Ya Allah..- As próximas palavras a falharam, apensa conseguiu descer do cavalo enquanto tudo se tornava cada vez mais real em sua volta. Seu coração palpitava descompassado e lagrimas formavam um charco em seus olhos.

Pós suas mãos sobre seus olhos, pois não queria viver para ver aquilo. Era a sua queda, e estava a ser mais dolorida do que algum dia poderá imaginar.

-Isto não pode estar a acontecer.- Viu corpos no chão e tudo destruído. O numero que ali estava parecia ser reduzido, mas mesmo assim, nada reduzia a possibilidade que sua irmã podia estar entre os malogrados. -Hassib! Seyida!- Chamou, correndo desnorteada, tinha esperança dentro de si por um fio; mas pelo contrario o impacto foi igual ou maior quando a senhora que a encontrou e a cuidou desde que se perdera de sua tribo durante um holocausto. Zulmira não ia admitir perder tudo novamente, não, seria demais.

Na sua cabeça passavam as imagens do que acontecera na sua tribo, do quão castanhos eram os olhos de sua mãe, e o quão escura era sua pele; mas mesmo assim não se recordava de seu rosto. Recordasse de seu amor e naquele momento levou suas duas filhas para um lugar seguro, e as ordenou que ali ficassem enquanto ia arranjar uma forma de as tirar dali em segurança. Mesmo sendo tao pequenas, suas personalidades já se faziam manifestas. Sua irmã Zuleica insistia que tinham de ir atras de sua mãe, pois talvez ela corresse perigo.

-Não.- Segurou forte em sua mão, antes que ela pudesse se levantar. -Umi, disse que deveríamos ficar aqui.-

-E se alguma coisa acontecer com ela? Eu quero a minha Umi.- Forcou seu braço ate que se livrou da mão de sua irmã, e correu atras de sua mãe, o mais rápido que podia. Zuleica tinha medo e receava o pior. Seu coração a dissera que nunca mais a ia ver, nem Zuleica nem sua mãe.

Saiu em pânico, pois aquele sentimento de deja vu a deixava desconcertada. Seus olhos e mente foram violentados com aquela imagem horrenda, de pescoços sendo degolados sem merce, sangue por todo lado. Se viu sozinha no meio dum massacre, testemunhando a barbaridade de Al Thamud, e saboreando o amargo da opressão. Quando uma mão envolveu seu pulso com firmeza, para lhe tirar daquele inferno que sua casa se tornara.

Essa mesma mão a trouxe angustia. Zulmira saiu de seu transe e olhou para a mulher que a segurava sem cautela. -Seyida.- Surto de imediato tentando apoiar a mulher que já se afogava se seu próprio sangue. Tentou a suportar em seus braços, mas logo cedeu e caiu de joelhos ainda segurando Zaitun.

-Seyida. Fica comigo. Você tem de viver.- Disse tentando segurar sua cabeça no lugar, a mulher já não tinha mais forcas, seu corpo estava fraco e quase desistindo da vida.

-O Sheikh.- Tentou falar, mas suas cordas vocais falhavam em cada silaba. -O... Sheikh....Zuleica. Al Thamud a levou.- A mulher tentou juntar forcas para dizer mais. -todos.-

O Cavaleiro do DesertoOnde histórias criam vida. Descubra agora