Acordo com o som das galinhas,levanto-me, abro as persianas super enferrujadas e momentos depois sinto alguns raios de sol atacarem-me a cara. Faço a cama e visto-me, ia lavar a cara mas depois lembrei-me que como era domingo,a água da semana tinha acabado. A Jessie disse-me que como eu a ia ajudar já conseguíamos trazer água suficiente para 2 semanas. De repente oiço uns sons de alguém no quintal, aproximo-me da janela e observo o rapaz que vi ontem, quando cheguei.Ele estava a brincar com um menino que gargalhava a cada movimento feito pelo rapaz. Não evitei sorrir.
Desci até á cozinha e cumprimentei a Jessie que estava a preparar o pão e a cortar umas maçãs.
- Muito apetitoso- digo sorrindo.
- Espero que sim, quero que te sintas muito bem cá.- ela diz e sento-me na mesa.
- Quem é aquele rapaz que está lá fora?- digo e a Jessie olha pela janela da cozinha sorrindo de seguida para mim.
- Ele trata do jardim do Albert, demos-lhe este trabalho porque ele tem uma família para sustentar. O pai dele deixou a mãe sozinha com 2 filhos para cuidar,e como o seu irmão é muito novo para trabalhar, ele trabalha aqui e a mãe dele vende fruta.- depois de ela falar, entra o general.
- Bom dia- diz.
- Bom dia general.
- Quantas vezes preciso de te dizer para me chamares Albert?- ele diz e eu assinto.
*Pouco depois*
Ajudei a Jessie e disse-lhe que me chamasse assim que estivesse pronta para irmos buscar água.
Fui até ao quintal. Queria conhecer o rapaz. Tinha imensa curiosidade sobre ele, não sei porquê. Andei uns metros até ouvir o barulho de alguém a cortar algo. Aproximei-me e ele logo deu por mim.
- Olá.
- Olá.- digo.
- Vives na casa do general?-diz.
- Sim, sou filha de uma das suas primas que morreu no último ataque.
- Sinto muito.- diz com um olhar de pena.
Logo a seguir a Jessie chama-me.
- Parece que tenho de ir.-digo.
- Deixa-me adivinhar, vais á serra.- ele diz e eu assinto.- Então espero ver-te por aí.- ele sorri e não evito sorrir. Ele tem uns olhos mesmo bonitos, parece que brilham á luz do sol, e depois tem uns lábios avermelhados que assentam perfeitamente com o seu tom de pele. Acho que ele acaba por se tornar um dos meus motivos de pensamento.
Vou até junto de Jessie e pego em alguns instrumentos para a ajudar. Começamos a andar e ela pergunta-me:
- Conhecias o Harry?
- Ele chama-se Harry?- digo sorrindo, que nome interessante.
- Sim, achei engraçado ver-vos falar.
- Tem alguma coisa de mal?-digo.
- Não, mas ainda não paraste de sorrir desde que falaste com ele.- ela sorri fazendo-me sorrir também. Ela é mesmo parecida com o meu pai, os olhos azuis esverdeados, são mesmo lindos. Tenho pena de não ter herdado essa caraterística, tenho os olhos como todo o resto do mundo tem,castanhos, como os da minha mãe. Mas a Jessie é muito bonita e parece jovem para além de já ter mais de 50 anos. Tem a pele um pouco enrugada mas mesmo assim, dava-lhe 40 anos, o seu cabelo é apanhado, a sua voz muito doce e o seu sorriso é mesmo adorável,tal igual o do meu pai.
Continuamos a andar e começamos a subir a montanha, começam-me a doer as pernas mas ignoro a dor pois não posso parar já. De repente oiço um estrondo e assusto-me.
- Vá, anda. Temos que nos despachar, lançaram uma bomba algures.- ela diz e o meu coração dispara. Como é que é possível? Mas antes a qualquer momento podiam haver ataques?
Começamos a andar mais depressa e eu ignoro toda a dor que sinto, pois o meu medo é maior.Ao fim de meia hora chegamos ao topo, Jessie começa a deitar água nos cantis e eu observo a aldeia. Ao longe vejo uma grande nuvem defumo.
- Atacaram Burninghom?- diz Jessie.
- Não faço a menor ideia.-digo assustada.
- Vamos então. Quando chegarmos saberemos o que se passou.- ela diz e coloco os cantis aos ombros. São super pesados e deixam uma dor enorme nos ombros.Começamos a descer e o meu ombro habitua-se á dor.
***
Meia hora depois chegamos a casa e mal consigo mexer os ombros por causa dos cantis. Desvio a camisola e vejo a minha pele negra. Faço uma careta de dor ao tocar lá, mas a minha atenção toda desvia-se para o general.
- Já tenho tudo, agora basta correr para conseguir apanhar a carrinha.- diz.
- Mas vais assim? E se acontecer alguma coisa como é que eu sei?- diz Jessie quase a chorar.
- Vai correr tudo bem, não éa primeira vez que o faço.- o general diz e beija a testa de Jessie. Ela não evita chorar.
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The War
Science FictionE se a maior das tecnologias viesse do passado? Como seria viver da maneira antiga? Melissa descobre algo e isso vai levá-la a algo que pode ser o seu maior sonho ou o seu pior pesadelo. Ela vai viajar, mas não é uma viajem qualquer! Harry, uma rapa...