Capítulo 16

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Jasper Narrando
Acidente

Acordei no dia seguinte me sentindo péssimo, uma dor de cabeça terrível me abatia e meu corpo inteiro doía. Gemi e chamei minha mãe, ela não estava em casa, porém, Isabel veio correndo até mim.

- Bell, acho que estou morrendo! - Falei enquanto tentava me se levantar, ela veio correndo até mim e me ajudou.

- O que aconteceu? - Pediu-me ela me olhando carinhosamente, dei de ombros.

- Não sei. Acho que dormi de mal jeito. Muito mal! - Falei enquanto a encarava, ela se levantou e deu uns passos para trás. Em seguida ficou me encarando e parecia analisar a cama, será que ela esta simplesmente maluca ou andou assistindo muitos filmes? Quando ia perguntar isso para ela, ela sorriu e se aproximou de mim.

- O seu colchão deve ter causado isso, não se preocupe, depois lhe faço uma massagem. - Disse ela sorrindo ao se afastar ainda mais da cama para sair do quarto.

- Bell, me traz um remédio pra dor de cabeça, por favor? - Pedi-lhe antes que ela saísse, ela me olhou e assentiu.

- Claro, já volto Jas. - Disse ela antes de sair fechando a porta calmamente, fiquei sentado na cama tentando entender como o meu colchão novo pode ter fracassado tanto comigo. Não entendo. Isabel logo voltou com um comprimido para dor de cabeça e após tomar, recebi uma massagem dos Deuses, até que essa dor valeu um pouco a pena...

- Bell? - Chamei-a de repente, ela parou a massagem e me olhou.

- Sim? - Pediu-me tranquila, a olhei por cima dos ombros antes de voltar a falar.

- Onde está a minha mãe? - Pedi-lhe, ela sorriu e voltou a fazer a massagem.

- Ela saiu. Sempre sai. - Disse ela.

- Sai pra onde? - Pedi-lhe.

- Jasper, ela é sua mãe, não o contrário, deixe-a. - Disse ela começando a rir, fechei a cara.

- Eu só pedi... - Falei deitando a cabeça contra o travesseiro, por mais que isso me deixe curioso, ela tem razão, e a minha mãe sabe o que faz. A minha dor de cabeça custou a passar, e quando finalmente passou me dei conta de que já era noite, e eu devia começar a me arrumar para o trabalho.

Tomei um banho demorado e percebi, quando sai, que minha mãe acabava de entrar em casa.

- Mãe? Onde a senhora estava? - Pedi me aproximando, ela pareceu levar um susto ao me ver e até deu um pequeno grito. Ela deu um sorrisinho e se aproximou de mim, me dando um abraço em seguida.

- Estava dando uma volta querido, nada demais. - Disse ela, vi-a corar um pouco quando Isabel passou por nós, e a olhei desconfiado.

- Uma volta é? Sozinha? - Pedi-lhe me afastando, a olhei, ela estava muito bem vestida para uma simples volta, muito bonita melhor dizendo. Ela corou ainda mais e virou as costas para mim.

- Deixe de besteira Jasper, eu saio com quem quiser e quando quiser, e você sabe disso. - Disse ela, a olhei chocado, não acredito nisso. Então eu não posso mais nem perguntar, é sério?

- Ta bom então. - Falei antes de me virar e ir terminar de me arrumar, não falei com ela o resto da noite, e ela também não fez questão de falar comigo. Foi então que eu percebi que ela andava meio aérea, parecia estar viajando em um universo paralelo a metade do tempo, e isso, acompanhado de sorrisinhos vindos do nada. Desisti de tentar entender o que estava acontecendo quando chegou a hora de eu ir trabalhar, fui me despedir, mas vi Isabel e minha mãe conversando em um canto sozinhas, as deixei. Nada de tchau essa noite então.

A noite foi tranquila e eu voltei para casa perto das 3 horas da manhã novamente. Caminhava tranquilo na rua quando vi uma forte luz vindo em minha direção, um carro.

Não tive nem mesmo tempo de xinga-lo por estar dirigindo feito um maluco, não tive tempo de perceber o que ia acontecer, não tive tempo de escapar. Eu simplesmente fui atingido e voei por cima do carro. Assim, na calçada mesmo, e enquanto parecia que eu havia quebrado todos os meus ossos ainda pude ouvir alguém chamar por mim, depois, só escuridão.

...

Bip. Bip. Bip.

Foi a primeira coisa que eu ouvi quando acordei. Abri os olhos devagar e me deparei com o braco, só branco. Mas o que aconteceu...? Não conseguia me lembrar. Tinha algo haver com... Um carro. Sim, um carro. Agora eu conseguia me lembrar, eu fui atropelado, foi isso. Tentei me levantar, mas uma mão me impediu de continuar.

- Amor? Que bom que você acordou querido. Eu estava tão preocupada! - Ouvi minha mãe dizer, consegui olha-la e fiz uma careta.

- Oi mãe. - Falei calmamente. - Como eu vim parar aqui? - Pedi-lhe quando percebi que estava em um hospital, ela me olhou e segurou minha mão.

- A Isabel te trouxe Jasper. Ela salvou a sua vida. - Disse ela lutando contra as lágrimas.

- Mãe, não chora. Por favor. - Falei tentando me levantar, novamente ela me segurou.

- Pare Jasper, você não teve fraturas muito graves pelo corpo, mas acabou quebrando uma perna e precisa ficar imóvel. Quanto mais, melhor. - Disse ela calmamente.

- Eu quebrei o que?! - Pedi tentando mexer as minhas pernas. Má ideia, má ideia. Minha perna esquerda estava engessada, bem na minha frente. Como eu não percebi isso antes? - Ah, não! Não acredito. Não pode ser verdade, mãe? Diz que é mentira. - Ela deu um meio sorriso ao me olhar.

- Lamento querido. Mas se serve de consolo, agora você terá total atenção, tanto minha, quanto do Nicholas. - Disse ela com um sorriso travesso nos lábios. Dei um sorriso involuntário.

- Mãe! - Falei começando a rir, ela riu comigo.

- Só estava falando... - Disse ela. - Aliás, ele passou aqui no final da aula, mas você estava dormindo. Ele deve voltar de novo mais tarde. - Continuou ela, abri um largo sorriso.

- Ele vai vir? - Perguntei, ela me olhou e assentiu.

- Sim querido, ele vai vir. - Disse ela sorrindo. - Infelizmente tenho que ir buscar alguns documentos seus em casa... E pegar umas roupas. - Continuou ela. - Você vai ficar bem...? Eu não queria ir enquanto você não acordasse... - Disse ela parecendo tentar se desculpar, dei um sorriso.

- Vou ficar bem mãe. Vá para casa, tome um banho, durma. Depois você volta. - Eu falei, ela me olhou parecendo em dúvida sobre o que fazer.

- Tem certeza querido? Isso pode demorar... - Disse ela, sorri.

- Tenho certeza, vai lá mãe. - Falei calmamente. - Eu posso ficar aqui sozinho. - Continuei.

- Mas e se você precisar de algo...? - Disse-me ela, a encarrei sério.

- Mãe, vai logo. - Falei ficando meio impaciente, eu sei o que ela esta querendo dizer, mas eu acho que posso ficar sozinho aqui por um tempo, talvez eu durma.

- Está bem. - Disse ela pegando a bolsa. - Já que você insiste... Tchau querido. - Disse-me ela me dando um beijo na testa de despedida. Sorri.

- Tchau mãe.

Vi-a sorrir antes de se virar para sair, ela foi até a porta e a abriu, pareceu surpresa com algo e começou a falar com alguém. Quem será que esta lá? Ela me deu uma ultima olhada antes de sair, deixando a porta aberta. E então ele entrou, Nicholas.

Caída (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora