Capítulo 3

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Apresentações
Jasper narrando

- Onde estou? - Ouvi uma vozinha pedir, a encarrei e sorri, finalmente.

- Você está na minha casa. - Falei calmamente, ela me olhou e piscou, olhou ao redor algumas vezes e tentou se levantar. - Melhor não se mexer, as asas da fantasia não saem. E são bem pesadas, não sei o que você tinha em mente quando decidiu usa-las. - Falei, ela me olhou parecendo confusa.

- Do que você está falando? O que é uma fantasia? - Pediu-me ela então, a encarrei.

- Você está brincando, não é? Você está usando uma fantasia, então você sabe o que ela é. - Falei, ela me olhou tristemente.

- Lamento. - Disse-me ela. - Acho que quebrei minhas asas. - Continuou ela então, a encarrei.

- Provavelmente. - Falei. - Espero que elas não tenham custado muito caro, senão você vai sair no prejuízo. - Continuei, ela me encarrou.

- Você vai me ajudar com as minhas asas? - Pediu-me ela então, sorri.

- É claro! É por isso que te trouxe aqui para dentro. - Falei, larguei a toalha no chão e a olhei. - Mas agora você tem que me contar como fez para prender as asas nas costas. Só assim poderemos tira-las. - Ela arregalou os olhos e deu um grito, mas que merda...

- NÃO! MINHAS ASAS NÃO, EU NÃO FIZ NADA! EU JURO! - Gritou ela tentando se levantar da cama, vi-a me olhar apavorado e ergui as mãos.

- Ok, calma! Não vou fazer nada, CALMA! - Falei bem alto para que ela me ouvisse, ela continuou me olhando assustada, mas se tranquilizou depois de um tempo. - O que tem de tão importante nessas asas? - Pedi-lhe quando vi que ela já estava mais tranquila, ela me olhou como se eu fosse um maluco e vi uma lágrima cair por seu rosto. - Hei calma. Não precisa chorar, ta doendo? - Pedi-lhe, ela deu um sorriso.

- Você perdeu suas asas, mas está preocupado comigo, isso é muita... Gentileza. O que você fez para eles castiga-lo? - Pediu-me ela, essa foi a minha vez de olha-la como se ela fosse maluca.

- Do que você está falando? Eu nunca tive asas, não sou uma borboleta, muito menos um anjo. - Falei, ela me encarrou por um momento, o sorriso que antes estava em seu rosto foi se apagando e ela deu uma olhada ao redor.

- Então, quer dizer que eu não estou mais no céu? Onde estou então? - Pediu-me ela, a encarrei, essa é maluca.

- Você está na Terra. No planeta Terra, mais precisamente, em uma cidadezinha no fim do mundo. - Falei, talvez seja um trote. É o que as pessoas daqui fazem, enganam umas as outras. Ela arregalou os olhos.

- Fim do mundo? É por isso que estou aqui? Vamos morrer? - Pediu-me ela, a encarrei. Não é possível, pensei enquanto me jogava na cama ao seu lado. Sorte a nossa minha cama ser enorme.

- Ninguém vai morrer. - Falei calmamente. - Fim de mundo é uma expressão usada para dizer que um lugar é desconhecido e é muito longe ou de difícil acesso. - Continuei enquanto olhava para o teto, ela se remexeu ao meu lado.

- Ah, desculpe. Não reconheço muito as linguagens daqui da Terra. - Disse ela baixinho, ficamos em silêncio por um tempo, eu queria estar dormindo.

- O que você quer fazer com as suas asas então? - Pedi-lhe quebrando o silêncio por fim, percebi que ela me olhava.

- Seria bom dar um jeito de curar os ossos quebrados. - Disse ela, caramba! Ou essa garota é completamente maluca, ou ela realmente acredita que é um anjo.

- E você sabe como fazer isso? - Pedi-lhe, vamos entrar na brincadeira, pensei enquanto me sentava. Se continuar deitado, pego no sono no meio da conversa.

- Não, não sei. - Respondeu-me ela.

- Então nós temos um problema, por que eu nunca tive sequer um pássaro para saber o que fazer em situações como essa. - Falei, ela ficou em silêncio. Pus-me a olhar para a parede e me lembrei de um filme que havia visto uma vez, no filme um garoto achava um passarinho com a asa quebrada e a enfaixava para que curasse, ou algo assim. Podemos tentar, pensei enquanto me levantava. - Já volto. - Falei antes de sair e ir procurar alguns daqueles rolos para curativos, fui até a sala e vi que Nicholas havia esquecido o Kit de primeiros socorros, fui até lá e o abri. Tirei lá de dentro um desses rolos de tecido, sabe-se lá qual o nome, que é usado para enfaixar ferimentos e o levei para o quarto. Acho que vamos precisar de mais que um desses, pensei quando entrei no quarto e vi a "anjinha" parada ao lado da cama. Percebi logo depois que ela chorava.

- O que ouve? - Pedi-lhe. - Por que se levantou? - Ela se virou para mim, seu rosto estava encoberto por lágrimas e parecia contorcido de dor.

- Minhas asas doíam. - Disse-me ela apenas, a encarrei. E ela pretende fazer o que agora? Ficar em pé para sempre? Suspirei, essa garota vai me dar trabalho.

- Olha, eu trouxe isto aqui para tentarmos... Enfaixar as suas asas. É a única ideia que eu tenho. - Falei-lhe, ela se aproximou de mim lentamente.

- Vai doer? - Pediu-me ela, a encarrei.

- Sinceramente? Acho que sim. - Respondi-lhe, ela fechou os olhos e ficou em silêncio por um tempo.

- Vai melhorar? - Pediu-me ela, abaixei os olhos e passei a mão livre pelos cabelos.

- Eu não sei. Mas talvez devêssemos tentar. - Falei, vi-a dar um pequeno sorriso antes de se aproximar.

- Então faça. Eu confio em você. - Disse-me ela, a encarrei. Não deveria confiar tão fácil assim nas pessoas, pensei enquanto desenrolava um pouco da gaze e me parava a sua frente.

- Ok, então me diga aonde dói. - Falei, eu não acredito que estou fazendo isso, pensei enquanto ela olhava para as asas com cuidado. Ela levantou as mãos e apontou para uma parte da asa direita que sem dúvida estava quebrada, o local para onde ela apontara estava torto e com as penas meio caídas. Eu não quero fazer isso, pensei enquanto começava a passar a gaze no local. Eu não acredito que estou fazendo isso, pensei calmamente. Nicholas vai me matar por eu ter gastado toda a gaze do Kit da mãe dele, percebi a garota prender a respiração por um momento, como se a dor que sentisse fosse insuportável e a encarrei.

- Sabe, eu ainda não sei seu nome. - Falei calmamente, ela me olhou. - Eu me chamo Jasper, e você? - Pedi-lhe então, vi-a sorrir.

- Belo nome Jasper. - Disse ela, sorri, obrigado, pensei enquanto a olhava. - Eu me chamo Isabel. - Continuou ela sorrindo também agora.

~♡~
Gente, me desculpem. Houve um errinho na hora de att mas já arrumei.
Desculpem amores.

Caída (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora