Isabel Narrando
O AvisoEstava me sentindo cansada, cansada de não poder voar, cansada de ter de fazer as mesmas coisas todos os dias. A rotina me cansava. Era sempre a mesma coisa e eu não suportava isso.
Levantei-me da cama, a noite estava bonita e pela hora, Jasper já devia estar vindo para casa. Decidi voar, abrir minhas asas e deixar o vento me levar. Fazia tempo que não me dava mais a esse luxo, eu tinha que cuidar, não voar muito baixo e nem muito alto. As nuvens deviam me encobrir, essa era a ideia, mas hoje não havia muitas. Não liguei. Mesmo que alguém me visse não acreditaria nos próprios olhos. Os humanos estão fadados a acreditarem somente no que lhes apetece, mesmo que a verdade esteja a sua frente.
Fiz o trajeto que daria até a boate calmamente, vi Jasper lá em baixo, ele parecia muito pequeno daqui de cima. Olhei para a cidade abaixo de mim, para todas as luzes que ainda estavam acesas e suspirei, tão bonito e ao mesmo tempo tão horrível. Eles estão presos em uma vida entre quatro paredes, casas, prédios, escritórios, todos os lugares. Jaulas. Eles agem como se não pudessem sobreviver sem isso, mas antes deles, outros já conseguiram, e conseguem até hoje.
Ouvi um som alto vindo ao longe, olhei para baixo e vi um carro, andando muito rápido. O motorista provavelmente morreria se continuasse a dirigir assim, foi ai que eu senti. Senti a aura de um anjo, então entendi. O carro diminuiu, e mudou a rota, voei o mais rápido o possível para o chão. Talvez eu conseguisse salva-lo ou talvez fosse atingida também, mas não cheguei a tempo. O carro sumiu na calçada e o acertou, vi-o voar e gritei.
- JASPER! - Não, não, não. Isso não pode estar acontecendo. Pousei ao seu lado e olhei para o carro, vi olhos completamente brancos me encarando, um sorriso maldoso e por fim somente uma frase.
- O seu tempo acabou, hora de escolher.
E o carro se foi, nos deixando sozinhos. Jasper estava desacordado e eu não tinha um telefone celular. Não sabia o que fazer, será que se eu gritasse alguém viria? Ou eu devia voar até alguém que pudesse me ajudar? Não. Não podia deixa-lo sozinho, não agora. Cobri-o com minhas asas e passei-lhe um pouco de minha energia, ele precisava ficar bem.
Lembrei-me do celular de Jasper, mas... Aonde ele estava? Procurei-o rapidamente e ao o encontrar disquei o primeiro número da lista.
- Alô... Jas.? Isso é hora de me ligar cara? - Ouvi uma voz sonolenta dizer.
- Não, não é o Jas., sou eu, Bell. Nós precisamos de vocês Nicholas. - Ouvi Nicholas se mexer do outro lado da linha, de certo se levantando da cama.
- O que houve? - Pediu-me ele mais desperto, comecei a chorar.
- Eles o atropelaram, e eu não pude fazer nada. Me desculpe. Me desculpe.
- Pera, o que? Jasper foi atropelado? Como assim? Por favor, me diz que você está brincando Bell, por favor...
- Não, eu lamento. Por favor, chame uma ambulância. Por favor. Ligue pra a mãe dele, eu não posso... Não conseguiria. - Falei, ele ofegou do outro lado da linha.
- Fique ai, vou chamar a ambulância, chegaremos logo. - Disse ele, e então a ligação foi encerrada. Abracei o Jasper ainda mais, minhas asas estavam sujas de sangue, o sangue dele. Os minutos se estenderam, o tempo parecia ter parado. Finalmente ouvi as sirenes, a ambulância. Tive que recolher minhas asas, a ambulância parou, vieram correndo até nós. O resto foram borrões.
A polícia quis falar comigo, os atendentes da ambulância. Perguntas e mais perguntas. Nicholas chegou com a mãe de Jasper. Gritos.
Isso só podia ser um pesadelo. Lembro-me de ter dito algumas coisas a mãe de Jasper antes de ir embora. Eu não podia ficar lá. Precisava pensar. E então, quando todos estavam distraídos e a ambulância já havia partido eu fugi. Fui até onde ninguém mais podia me ver e estendi as asas. Voei durante horas, já havia amanhecido quando dei por mim. Onde estava? Vi um lago e me joguei em suas águas. Tomei um banho, limpei as asas e chorei. Era tudo culpa minha, eu precisava partir. Fiquei horas pensando no que faria até que tomei uma decisão. Iria vê-lo, e então iria embora. E eu fui, deixei os campos verdes para trás e segui em direção à cidade. Estava na hora me despedir.
~💙~
Senhor.
Não sei o que dizer kkTo mto triste escrevendo esse cap. :(
Aaaaaah, o cap ta cm uns erros, letras em lugares errados e td mais.
Mas sério. Ta certo pra mim, deve ser algum bug.
Desculpem
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Caída (Completo)
FantasyO Halloween é uma ótima oportunidade para sair, se divertir, se fantasiar e é claro, pedir doces. Mas, e se ao voltar para casa você encontrasse uma garota desmaiada em seu jardim? Ao acordar, a garota parece perdida e começa a falar coisas sem sent...