Um pouco sobre o amor

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Pergunte a si mesmo se não fora apenas entusiasmo, ou só um desejo enorme de externar algo que estava preso no peito. Um desejo de vomitar em cima de alguém cada uma das suas carências. Mais uma vez me parece que teremos que aprender verdadeiramente do que se trata o amor, de maneira que saibamos diferenciá-lo. Me pergunto sobre o amor todos os dias, se de fato amo verdadeiramente, se meu amor diante dos outros é sincero ou apenas egoísmo, apenas uma alegria fruto de uma eventual satisfação dos meus anseios, e necessidades emocionais, se resumisse a isso seria totalmente fragmentado. Amor jamais foi pela metade, é inteiro, jamais foi interesse pelo que os outros tem a oferecer ou tem a dizer. Deus é amor, e partindo disso não há dúvidas, a não ser as que nós mesmos criamos. O amor de Deus consiste em uma entrega, uma promessa e o cumprimento dela dia após dia, ele deu um significado a tudo o que vivemos e o seu amor traz esperança de vida. O amor dele é constante, um amor entregue. Nunca saberemos amar como Deus amou o mundo, nem dimensionar esse terno sentimento originado dele, partimos tão fácil o objeto do nosso amor, amamos com um monte de porquês, já o amor dele permanece o mesmo. Mesmo assim ele pôs em nós essa capacidade singular, colocou parte dele em nossos ossos, correndo nas nossas veias, movendo os nossos membros e produzindo ardor no peito. Esse exercício de amor claramente nunca foi por meio da palavra ou por meio de um discursos encharcados de paixão e euforia, vem da ação e da verdade. Ação perseverante e verdade produzindo vida.

O amor não vem carregado de promessas, mas de práticas, o amor não anseia todos os dias, mas todos os dias se preocupa. O amor aquece o que está frio e quando não vê chamas acesas nem em si , mesmo friozinho suspira e diz que vai permanecer ali. O amor não é açucarado e empolgante na maioria das vezes, ele é capaz de fazer feridas nas mãos, nos ombros e no coração pelo alguém que se ama, ele se dá, e se encontra na necessidade de perder por alguém. O amor não faz, o amor é. O amor é uma decisão, é o que eu me torno por alguém, não são algumas ações dispersas aqui e ali, não são algumas palavras meigas e lisonjeiras, não são as poesias, nem os pesos emocionais. O amor dá suporte, se porta por inteiro,é calmo e disposto, tranquilo e completamente verdadeiro. É corajoso e bom, não atropela as fases, não tem medo de ouvir 'não', não tem medo de ser deixado, de não ser correspondido, ele só quer ficar, te dar um lar, te dar a paz na solidão, e aconchego quando teus invernos chegarem. Ele não te tira do enredo, mas sem medo te dá histórias para contar, ele é constante e incondicional, não é vício, é ato inspirado. Não é movimento, é dança. Não é rua, é casa. Não é ardente, é suave. Não se apressa, confia. Não faz alarde, é alarme que desperta desde os pés ao coração.

Ele permanece no fracasso e na fraqueza, nos pesadelos, distâncias, e em todas as circunstâncias. O amor descansa e não tem medo, aliás o amor lança fora o medo. Amor é presença dada, é o sorriso sincero de cada dia, é incompletude na ausência, dá existência a paciência enorme nos momentos mais irritantes e cheios de pressa, e perdão para todos os erros e inconstâncias, traz consigo confiança pura a oferecer, mesmo que incompatível com a confiança recebida. O amor traz a unidade, junção e aliança de almas. O amor é a lealdade, que nos permite livrar tanto do domínio quanto da independência, porque se dá e se entrega. Ultrapassa os limites do comum, e de tão puro a abnegação e a segurança se tornam naturais. O amor cativa, leva preso o emocional junto a razão e a escolha real de amar não importando as condições propostas. É fruto de proximidade, relacionamento, empenho onde se põe toda a força do braço e o ardor da alma. Amor é natural, efetivo e completo. Amar é ser e estar.
É não apenas ouvir, mas escutar, é entender e não acusar, dar sem medidas, fazer da mansidão um presente, partilhando a vida, o coração, as certezas, o tato e o toque, responsabilizar-se pelo alvo do amor e afundar-se sempre e cada vez mais profundamente. O amor é forte, você irá chorar às vezes, mesmo assim valerá a pena por causa da cor que o amor deu enquanto era vívido.

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(Esse texto está também no Blog Via Escrita.)

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