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O André decidiu sair de casa do Francisco e levou-me até à rua, caminhámos um pouco pela estrada em silêncio. André estava ao meu lado com as mãos nos bolsos do seu casaco, ele olhava fixamente para o chão conforme caminhava. Andávamos em perfeita sincronia enquanto eu reparava no castanho suave dos seus olhos.

-Como é que queres que me controle quando me olhas assim. - comentou André fazendo-me rir.

-Como é que queres que me controle se não me dizes porque é que queres falar comigo. - respondi.

-Pois, tens razão. - fez uma pequena pausa - Eu queria pedir desculpa por ter falado daquela maneira contigo, talvez tenha tido um pouco de ciúmes. - riu-se.

-Estava a vêr que nunca mais admitias. - respondi - estás desculpado.

-Está a ficar frio deviamos voltar para casa do Francisco. - disse André enquanto colocava o seu braço por cima dos meus ombros empurrando-me para junto do seu corpo.

Estar ao pé de André era algo reconfortante, fazia me sentir segura. Quando chegámos a casa do Francisco já tinham ido todos embora pois pensaram que eu e André tinhamos sido os primeiros a sair. Como era óbvio eu teria de ir de boleia com o irmão Silva pois não havia outra maneira de voltar para casa. A viagem de carro foi passada pelo meio de conversas aleatórias e músicas que soavam na rádio.

Cheguei a casa e Matilde estava à minha espera no sofá a ver um filme que sinceramente não prestei atenção para perceber qual era. Sentei-me ao seu pé e perguntei onde é que Luís estava e ela respondeu que tinha saído com Santiago. A rapariga perguntou-me diversas coisas e estivemos a falar das experiências que eu tive aqui no Porto. Matilde sabia da minha aproximação a André e ela sempre quis que nós estivessemos juntos, mas eu já lhe disse imensas vezes que não gosto dele quer dizer, não gosto dele daquela maneira. Alguns minutos mais tarde os rapazes chegam a casa.

-Ainda não se arranjaram meninas? - perguntou o meu irmão dirigindo-se até à cozinha.

-Já me tinha esquecido da festa! - gritou Matilde.

-Eu já disse que não vou! - resmunguei.

-Tarde demais já comprámos as máscaras e os disfarces. - disse Luís.

-Máscaras e disfarces, do que estão a falar? - perguntei.

-Hoje é uma festa de disfarces, sabes quando todos vestem roupas de personagens ou assim? - disse Santiago.

-Eu sei o que é. Mas eu não quero ir ainda por cima sabendo que foram vocês os dois que escolheram o meu disfarce. - anunciei.

Mas claro que não valeu a pena ter dito que não queria ir, era só eu contra eles. Como era sexta-feira 13 as roupas que íamos vestir tinham de ter presente algum elemento assustador, Luís estava vestido de Frankenstein, Santiago era o boneco Chuky e meu deus estava muito parecido ao verdadeiro pois eu e Matilde ajudámos a fazer a sua maquiagem. Matilde era a Samara e eu era a junção de anjo com diabo. Metade do meu corpo era angelical e branco e a outra metade era sinistra e vermelha. Adorei o disfarce pois representava-me perfeitamente e vamos admitir nós estávamos de arrasar.

A festa só começava às 21:00 horas e como ainda era cedo esperámos por Cláudia, Juliana e Lara que vinham ter a nossa casa para depois irmos juntos para a tão esperada festa. Depois de uns breves minutos as raparigas chegaram e as suas roupas eram fantásticas. As três vestiam roupas semelhantes só que tinham cores diferentes, eram vampiras.

Entrámos nos nossos carros, eu fui com as meninas e os dois rapazes foram sozinhos no outro carro. Juliana dirigia com o seu cabelo ruivo a voar conforme o vento passava, iamos em direção á festa e admitindo estava muito ansiosa.

Mensagens On

André: Ainda bem que resolveste vir à festa, encontramo-nos lá

Leonor: Como sabes que eu vou?

André: Um passarinho contou-me

Leonor: Não acredito que o Santiago foi contar-te
Leonor: Até já

André: Estou ansioso por te ver, até já!

Mensagens off

E depois de ler a última mensagem um enorme sorriso desenhou-se no meu rosto.

Right Or Wrong? {André Silva} Onde histórias criam vida. Descubra agora