Right Or Wrong? {André Silva}

3.

Depois do almoço o André levou-me a casa e estava tão cansada que resolvi dormir um pouco. Acordei com o Santiago que já tinha chegado a casa e tinha resolvido fazer pipocas. Sai do meu quarto perseguindo o cheiro que me levou até á cozinha onde o meu irmão se encontrava.

- Boa tarde Bela Adormecida - gritou enquanto me abraçava.

- O que é que aconteceu para estares assim tão bem disposto Santiago?

- Ainda não posso contar mas quando puder vais ser a primeira a saber não te preocupes.

- Está bem - disse e sentei-me na bancada da cozinha.

Eu e o meu irmão sempre tivemos uma relação muito boa, raramente discutíamos e protegiamos um ao outro. Mas como tudo desde que eu vim para o Porto isolei-me também do meu irmão. 

- Mano, sabes aquele Afonso da minha turma?

- Sim, o que ele te fez Leonor? - disse Santiago com a voz muito séria.

- Calma Santi eu saí com ele e o irmão e diverti-me imenso! - falei quando me lembrei que o meu irmão era do Futebol Clube Do Porto - E tu nem imaginas quem é o irmão dele!

- Diz lá quem é - disse impaciente.

- Ele chama-se André Silva, joga no Porto como ponta de lança e além disso é muito bonito!

- Não brinques com coisas sérias Leonor, espera é mesmo verdade? - perguntou Santiago.

De repente o meu aparelho electrónico vibra em cima da mesa e vejo que tinha recebido uma mensagem.

Mensagens on

André: Estou a chegar a tua casa porque esqueceste-te do teu casaco no meu carro

Eu: Está bem

Mensagens off

- Santiago não te passes mas o André está a vir neste momento para aqui.

- O QUE?? - gritou o meu irmão incrédulo.

Nos minutos antes do André chegar o Santiago correu á volta da nossa casa inteira á procura da sua camisola para ser autografada pelo ponta de lança do Porto.

A campainha tocou e eu fui abrir a porta para o André entrar.

- Olá André, não leves a mal mas há uma pessoa aqui que quer muito te conhecer.

- Por acaso é alguma estrela de cinema que queira conhecer o melhor jogador do Porto e arredores - disse ele com um ar muito entusiasmado.

- Não, é só o meu irmão que é teu fã. - disse eu enquanto revirava os olhos.

[...]

- Eu não posso acreditar nisto eu devo estar a sonhar. O André Silva está neste preciso momento na minha casa - disse Santiago abraçando André.

Depois de passar a tarde inteira com eles os dois a falarem sobre o Porto, o André resolveu me convidar para jantar e eu aceitei. Subi para o meu quarto e vesti as minhas mom fit, arranjei um pouco o meu cabelo e desci até à sala onde os dois estavam.

- Estou pronta! Vamos?

- Até logo maninha, e juízo os dois - avisou dando um sorriso ao André.

Saímos de casa e entramos no carro do André. Permanecemos uns minutos em silêncio apenas a escutar a música que passava na rádio até que eu quebrei o silêncio.

- Então onde vamos? - perguntei eu curiosa.

- Gostas de sushi?

- Sinceramente nunca provei mas por acaso gostava de experimentar.

- Como é que nunca comeste sushi, temos de ir para lá urgentemente.

Chegamos ao restaurante e era realmente muito bonito, entramos e pedimos uma mesa para dois, quando nos disseram que o restaurante hoje estava cheio e não havia mesas disponíveis. Então voltamos para o carro e reparei que o André estava triste.

- Parece que não foi hoje que provei sushi mas fica para a próxima.

- Pois - respondeu o André friamente.

- O que se passa? Sempre podemos ir ao Mc, é sempre uma boa opção - falei quando reparei que André tinha posto um sorriso na cara.

Ele estacionou o carro e abriu me a porta para eu sair. Entramos, fizemos os nossos pedidos e dirigimo-nos para as mesas com as bandejas nas mãos.

- Fala-me um pouco sobre ti - disse-me André enquanto dava uma dentada no seu hambúrger.

- Morava em Lisboa e mudei-me para cá à mais um menos um mês.

- E que mais? - perguntou ele.

- Tenho imensas saudades de lá e posso dizer que este mês não foi nada bom, isolei-me de toda a gente até mesmo da minha família. Não conheço ninguém daqui sem ser tu e o teu irmão.

- Não devias ter feito isso, eu percebo que tenhas saudades de Lisboa mas devias conhecer as pessoas daqui.

Falamos por muito tempo e depois André levou-me a casa no seu carro. Não falamos durante a viagem inteira, parecia que algo estava a incomodar André. Quando chegamos eu resolvi perguntar a André o que se passava.

- O que se passa?

- Nada é só que - e nisto o telemóvel de André começa a tocar.