Passo as mãos pelos olhos para ter a certeza de que não era um sonho. E era mesmo verdade a Matilde e o Luís (um amigo de Lisboa e namorado da Matilde) estavam à minha frente. Corri e abracei a rapariga que envolveu-me nos seus braços.
-Eu não acredito que vocês vieram! - comentei - Obrigada!
-Não nos agradeças, se não fosse o Santiago provavelmente não estavamos aqui! - respondeu Matilde.
-É verdade, ele ligou-nos e combinou tudo! - disse Luís.
-Então era isso que estavas a esconder de mim Santiago José. - digo.
Matilde e Luís iam ficar em nossa casa até Domingo e depois regressavam a Lisboa. Já sentia imensa falta dos dois, e quando os vi em minha casa nem queria acreditar que era mesmo verdade. Depois de falarmos um pouco os dois instalaram-se no meu quarto e eu ia dormir no quarto do meu irmão.
À tarde resolvemos sair os quatro e mostrar um pouco da cidade ao casal que não se largava nem por um minuto. Depois de muito andarmos encontrámos um lugar que servisse pizzas para jantarmos. Pedimos uma de camarão e outra de frango pois eu e o Luís não gostávamos de camarão. Como era tarde e amanhã eu teria aulas decidimos ir para casa e descansar pois a Matilde e o Luís estavam cansados da viagem.
Chegámos a casa e eu arranjei-me para ir dormir. Como o meu irmão insistiu em dormir no chão eu fiquei com a cama de solteiro toda para mim. Verifiquei se tinha alguma notificação no meu aparelho electrónico e fechei os olhos entrando num sono profundo.
*Zzzz*
Acordei no chão com a cabeça a doer, pelos vistos a cama do meu irmão era muito pequena para uma pessoa que está sempre a se mecher como eu. Fui até à casa de banho fazer a minha higiene diária e lembrei-me que tinha deixado a minha mochila no meu quarto. Como não tinha a certeza que o Luís e a Matilde estavam a dormir bati á porta muito devagarinho e não obtive resposta então resolvi entrar sem fazer muito barulho fui buscar a minha mochila. Saí fechando a porta atrás de mim com imenso cuidado, desci as escadas e saí de casa. Caminhei até à paragem e passados uns três minutos o autocarro chegou. Estava quase todo cheio restando apenas um lugar ao pé de um senhor com aparência bonita apesar da sua idade. Sentei-me ao pé dele deixando o excelente perfume invadir o meu nariz, sempre gostei do cheiro dos perfumes de homem não se comparam ao cheiro dos de mulher.
Quando o autocarro começou a se aproximar da escola levantei-me e saí do mesmo entrando pelos grandes portões agora um pouco enferrujados devido ao passar dos anos.
-Feliz sexta-feira 13! - gritou Cláudia dirigindo-se a mim.
-Também tu, até parece alguma coisa assim tão importante. - resmunguei.
-Claro que é importante a melhor festa deste ano vai acontecer hoje e tu tens de vir!
-Eu vou pensar, depois digo-te se vou ou não. - disse eu.
Hoje não iria haver aulas pois os professores dicidiram fazer greve então eu e as meninas decidimos convidar o Afonso e os rapazes para irmos ao cinema. Eu fui no carro do Afonso com o João e o Francisco e as meninas foram no carro de Cláudia.
Comprámos as pipocas e as bebidas e vimos um filme que tinha estriado no dia anterior. Eu até tinha gostado mas notava que Afonso não estava muito contente.
-O que é que se passa? - perguntei ao rapaz.
-Não é nada apenas um assunto que tenho de resolver. - respondeu.
-Queres falar sobre isso?
-Sinceramente preferia não falar sobre este assunto. - disse me com tristeza no seu olhar.
E assim acabamos a pequena conversa. Como ainda era cedo decidimos ir almoçar à casa do Francisco que tinha se oferecido para fazer o almoço. Como eu não sabia cozinhar nada ajudei a colocar a mesa enquanto os outros cozinhavam. Depois de o ter feito sentei-me no sofá a conversar com o João. João era realmente muito bonito, tinha olhos azuis e cabelo cor de mel, a conversa estava a ser intressante até ser interrompida pelo som da campainha.
-Eu vou abrir. - gritei para que todos na casa ouvissem.
Abro a porta e vejo que era André e aquele maldito sorriso estampado na sua cara. Cada vez que o via parecia que fosse a primeira vez.
-Olá. - disse eu com o tom de voz fria.
-Olá Leonor. - respondeu-me.
Desde aquele dia em que discutimos nunca mais falei com ele e isso irritava-me profundamente pois não queria que continuássemos assim. Ele entrou e comprimentou o resto do pessoal e para surpresa minha todas as que lá estavam já conheciam pessoalmente o André.
-O almoço já está pronto. - disse Francisco.
Fomos todos para a mesa e comemos a lasanha que estava deliciosa. O almoço foi muito bom e a companhia ainda melhor, já tinha saudades de me sentir assim e isto fez me mesmo bem.
Depois de todos acabarmos era a vez de lavar a loiça e eu tive de a lavar pois não tinha ajudado a cozinhar. Comecei a lavá-la e reparei que era uma quantidade enorme da mesma.
-Precisas de ajuda? - sussurrou uma voz que eu reconhecia ao longe no meu ouvido.
-Não preciso da tua ajuda André. - respondi com firmeza.
-Não é isso que o teu coração diz Leonor. - disse o rapaz afastando-se um pouco de mim. - Precisamos de falar!
E eu finalmente olhei para ele reconhecendo a mesma expressão facial do que Afonso.

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Right Or Wrong? {André Silva}
Fanfiction"Não existe algo certo ou errado, apenas coisas que acontecem quando tem de acontecer."