Sessenta e quatro.

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- Filha - Minha mãe entrou no quarto - Precisamos conversar.

- Conversar? Quem morreu? - Deixei o notebook de canto prestando atenção nela. Fiquei logo tensa.

Será que ela descobriu sobre a traição do papai?

Como eu vou dizer pra ela que eu já sabia?

- Ninguém morreu. Deus me livre Eloise! - Se benzeu.

- Então o que foi? - Meu coração parecia que ia sair da caixa.

- Eu apenas vou viajar.

Respirei me acalmando.

- Awn... Viajar pra onde?

- Preciso da um pulo em Paris, apenas alguns dias.

- Por causa da companhia?

- É, já adiei essa viagem o suficiente. Mas vim te contar porque estou indo amanhã. E já falei a Anna para dormir aqui esses dias, e quero que qualquer coisa que precisar fale com seu pai.

- Mãe, você não precisa encomodar a Anna com isso, sou grandinha o suficiente para me cuidar. Além do mais não é como se eu fosse ficar sozinha. Lexa tá aqui e Todos os meus tios moram nesse edifício. - Rolei os olhos.

- Sei disso filha, mas quando digo qualquer coisa digo em relação a garotos te enchendo, sei como isso é chato. Por sinal... vi o horário que chegou hoje.

Revirei os olhos.

- Acho que já provei que sei lidar com eles quando quase fui expulsa e você chamada a universidade.

- Tudo bem. Mas já sabe. Qualquer coisa...

- Eu peço ao papai. - Resmunguei sem nenhuma vontade de olhar na cara dele.

- Ótimo. Agora preciso arrumar as malas. Paris me espera.

- Você está muito animadinha com essa viagem.

- Estou, primeira vez no ano que viajo com as meninas.

- As meninas?

- Sim, Mel e Meg vão comigo.

- Ah claro, você não vai trabalhar, vai se divertir e nos deixar aqui. Quero ver o que a Natalie vai achar disso.

- Não vamos nos divertir. As garotas precisam resolver algumas coisas. Claro que se tivermos um tempinho extra daremos uma volta.

- Sei. E quanto a tia Misty, Kira, Tina?

- Não poderão nos acompanhar infelizmente - Fez um bico - Queria todas juntas. - Rolei os olhos.

- Boa viagem mamãe! - Desejei.

Era até bom ela está fora do país enquanto eu resolvo essa história.

- Você está estranha! - Fez uma cara desconfiada - Não adianta me bajular que não deixarei meu cartão, talvez eu traga um presentinho pra você. - Dei risada.

- Se atreva a atravessar aquele aeroporto e não trazer nada para mim - Ameacei. Ela deu de ombros e logo após sorriu.

- Então você entendeu tudo não foi. Prometo não demorar, não incendeie o apartamento.

- Não tenho cinco anos.

- É, parece que tem menos. Não confio em você e seu pai juntos. - Soltou essa deixando o quarto.

No papai você está certa em não confiar.

- Estou morrendo de rir senhora Runter. - Sussurrei com os nervos a flor da pele. Ouvir sua risada leve no corredor.

DESCENDENTES - Além De Nós Onde histórias criam vida. Descubra agora