- Oi, tem alguém aqui?- Passei pelas portas da lanchonete sentir aquele aroma tão conhecido de café.
- Elle!!!- Juliett correu para me abraçar- Você voltou!!
A abracei feliz.
- Sim, e estou pronta para um novo dia de trabalho.
- Que bom que alguém está disposta, porque a Charlotte nem veio.
- Vamos dá um desconto pra ela.- Pisquei.
- Ok, mais quero saber tudo das férias.
Tivemos um dia de trabalho cansativo, porém alegre, cheio de conversas paralelas.
Nunca pensei que fosse sentir falta disso. O cheiro do café, o barulho das pessoas me soava tão familiar, o que era estranhíssimo porque há alguns meses o único cheiro familiar pra mim era o cheiro dos meus louboutin novos.
- E então você nunca me falou sobre sua mãe...- Comecei pelas beiradas. Enquanto limpava o balcão principal.
- Porque é só eu e meu pai. - Respondeu distraída.
- Mas.... Você tem mãe não é? Tipo.... Todo mundo tem mãe.
Vi ela Sorrir de canto.
- Algumas mães nos deixam...
- Já entendi, você não quer falar. - Dei de ombros.
Ela não disse nada. Como eu ia abordar o assunto sobre suicídio?.
Eu sou uma péssima amiga.
A culpa estava me matando. Respirei fundo criando coragem.
- Juliett?
- Hum.. - Ela estava distraída fechando o caixa. Eu precisava falar com ela hoje, esse assunto estava me sufocando.
- Eu nunca tive a oportunidade sabe.. De me desculpar - Atrair sua atenção - Você sabe, me desculpar pelas coisas que fiz você passar no ensino médio. - Ela parou o que estava fazendo e eu cruzei as mãos de nervoso.
- Tudo bem Elle. E já faz tanto tempo. Não importa.
- Importa sim. - Engoli em seco - Importa pra mim - Suspirei sentindo uma coisa estranha no peito - Eu nunca fiz algo parecido - Ela sorriu e tocou minha mão compreensiva - Mas eu tô tentando - Olhei para o chão - Eu não mereço o que você faz por mim - Respirei fundo afastando as lágrimas.
- Sério Elle, não precisa...
- Só me deixa terminar por favor. - Uma lágrima solitária escorreu na minha bochecha - Naquela época eu era tão imatura. E não sabia as consequências das minhas atitudes - Virei sua palma de cabeça para cima e toquei pequenos cortes naquela área. Perto do pulso. Um pouco mais fundo e ela estaria morta agora. Ela me olhou incompreensível - Me desculpe.- O choro ficou entalado e eu olhei para o alto -Eu não sabia a garota incrível que você sempre foi - Ela deu um sorriso terno - A verdade é que eu nunca quis ver - Me sentia engasgada - E eu sinto tanto por isso - voltei a tocar delicadamente suas cicatrizes. - Eu era egoísta de mais para enxergar. Me perdoe por favor! - Solucei.
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DESCENDENTES - Além De Nós
DiversosAmigos inseparáveis, amores para a vida toda. Venha conhecer essa turma que vai balançar os alicerces da Colúmbia Univesity.