Setenta e nove.

6 0 0
                                    

- Bom... Nós vamos buscar alguma coisa pra você comer não é meninas? - Natalie praticamente arrastou as garotas do quarto enquanto eu encarava fixamente o Andrew.

- É.. Max? - Nathan começou.

- Fico feliz que esteja bem princesa - Max entendeu a deixa e beijou meu rosto. Lhe sorrir fracamente.

- Então, vamos ajudar as garotas já voltamos - Nate evaporou levando o Max.

Andrew e eu ficamos nos encarando.

- Não vai dizer nada? - Ouvir ele perguntar e me manti calma para não arremessar o estojo de maquiagem em sua cara.

- Não tenho nada para dizer. - Falei calmamente sem demostrar o quanto o meu coração estava acelerando.

- Ok, eu tenho, quero dizer que sinto muito - O olhei confusa - Nunca quis que se machucasse, nunca quis causar nada.

- Perai Andrew, você está achando que o acidente foi por sua causa? - Sorrir cínica - Não tem nada haver com você ok, o motorista não passou a seta, por tanto não foi por você, pode ficar tranquilo!!

Ele ficou um tempo me olhando. Aqueles olhos verdes brilhantes me sondavam agora.

- Ok, de qualquer jeito, e apesar de tudo é da família e ainda me preocupo com você.

- Não precisa, porque você não vai atrás da sua namorada? me deixa Andrew eu não preciso da sua preocupação. - Virei o rosto o sentido esquentar.

- Izzy... - O olhei e ele deu uma pausa - Eu realmente fiquei preocupado.

- Jura?? não parecia quando eu sair de lá.

- Porque você tem que tornar as coisas tão difíceis. - Suspirou se virando de costas.

Eu só queria que ele fosse embora. Não queria mais sua companhia.

- Você nunca está quando eu preciso de você.

- Isso não é verdade. - Se virou me olhando nervoso.

- É sim, você nunca está. - Apontei o dedo em sua direção sentindo uma angústia.

- Estou sim.

- Não está não!

Ficamos nos encarando fixamente. Eu deveria ter visto isso antes. Andrew e eu nunca daríamos certo. Somos inconstantes como amigos, como família e como namorados.

- Se era só isso - Baixei o olhar porque estava chateada demais para confrontar alguém e sinceramente um bolo enorme parecia subir na minha garganta me deixando com vontade de chorar - Já pode ir embora

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Se era só isso - Baixei o olhar porque estava chateada demais para confrontar alguém e sinceramente um bolo enorme parecia subir na minha garganta me deixando com vontade de chorar - Já pode ir embora. Eu estou ótima, não morri e não se preocupe vou te deixar em paz.

- Porque tá se fazendo de vítima? Você sabe que errou mas nunca vai admitir não é.

- O QUE ENTÃO ESTÁ FAZENDO AQUI?

- Eu me preocupo com você. Mas parece não ver!

- Eu estou me lixando para a sua preocupação.

- Esse é o seu problema!!

- Porque você só está se preocupando com a pobrezinha da Samantha. Com a dor da Samantha. Com os sentimentos da Samantha, que você conheceu à alguns meses. E quanto a mim? Quanto aos meus problemas? Você não tá nem aí. E você me conhece a vida inteira.

- Você nunca vai deixar de ser egoísta não é? Acha que os seus problemas sempre são maiores que os dos outros. Você acha que pode culpar, agredir e mesmo assim temos sempre que te entender porque a Eloise Runter é o centro do universo.

Sangue subiu aos meus olhos.

- Sai daqui, SAI DAQUI - Apontei a porta querendo voar no pescoço dele. - Acabei de acordar de um coma e não vou ficar ouvindo você me chamando de egoísta outra vez, sai!! - Apontei a porta.

Ele me encarou por tensos instantes e em seguida saiu pela porta a batendo. Respirei tentando me acalmar. Logo em seguida o pessoal voltou tagarelando como nunca, reclamando uns com os outros e trazendo uma bandeja de comida para mim.

Engoli a comida com a sensação de vidro passando por minha garganta, aquela conversa com o Andrew estava entalada na minha garganta. Mas tarde o pessoal foi embora a base de chororo meu, pois não queria ficar sozinha. Mamãe tratou logo de anunciar que ficaria comigo e que eu receberia alta pela manhã o que me acalmou mais. Estou com saudades da minha casa, do meu quarto, da tia Celina, da Anna, da minha cama. Não aguento mais um segundo nesse quarto branco e sem graça. Nem as flores, os balões e as pelúcias que o pessoal me deu ajudou a melhorar ou colorir esse lugar. Acho que se um paciente chegar mal ele acaba morrendo mais rápido nesse quarto.

A manhã chegou e assim que o médico assinou a alta arrumamos minhas coisas e voltamos para casa. Deitei na minha cama com gosto. Meu quarto colorido. Meu cantinho maravilhoso.

Só assim aprendemos a da valor às coisas mais simples.

O médico recomendou descanso, não sei para que, já que dormir durante três dias. Por isso não sair do quarto durante todo o dia, com a mamãe em cima de mim a cada respiração minha.

Não voltei a ver o Andrew.

DESCENDENTES - Além De Nós Onde histórias criam vida. Descubra agora