A Brincadeira

10. Minha vista escurece

Após o banho de Ingri e uns minutos de tédio olhando para o teto, a mulher que nos trouxe até aqui abre a porta.

-Olá, está na hora de esclarecer a situação. - ela fala enquanto passa os olhos por cada parte daquele quarto branco. - Meu nome é Lorena Vasper. Sou a criadora da Brincadeira, que já já vocês saberão para o que que serve e por quem foi criado....agora vocês só precisam saber que eu me chamo Lorena, mas vocês terão que me chamar de Doutora Vasper...

-Bff..... - Ingri bufa enquanto revira os olhos ao escutar Lorena, ou melhor, Doutora Vasper falar.

-bom...continuando....- ela fala olhando de rabo de olho para Ingri, que por sinal mantém o olhar de tédio para a mulher. -....vocês terão que fazer escolhas durante todo o processo, e toda escolha gera uma consequência,a todo momento aconteceram situações com vocês, que farão vocês pensarem se podem ou não acreditar em suas proprias mentes, daqui a pouco vocês poderam comer e conhecer outras pessoas da fase de vocês, mas agora..... Boa noite.

Ela fala abrindo um pequeno sorriso no rosto e saindo do quarto enquanto fecha a porta atrás de si.

"Já tá de noite?"

Mal penso e uma fumaça sai dos dutos de ar no chão e no teto, sem cheiro, sem cor, sem gosto, apenas fumaça.

Minha cabeça dói.

***

Estou correndo.

Pulmões ardendo.

Garganta seca.

Pedras no caminho.

Mato.

Calor.

Alguém está atrás de mim. Eu não vi. Mas eu sinto.

Minha visão fica meio turva e não consigo ver os rostos das pessoas na rua que por sinal me encaram, sem dizer nada, é claro que estão vendo a pessoa atrás de mim, mas apenas estão assistindo de camarote o meu desespero.

Lágrimas começam a brotar nos meus olhos.

Os passos da pessoa atrás de mim ficam mais constantes.

Chegam mais perto.

Esbarro em alguém.

Quem é ele?

Um garoto.

Ele me para.

Ele fala comigo preocupado e sem graça mas eu não escuto o que ele fala, apenas vejo sua boca mexer e escuto um zunido ao longe.

Alguém puxa ele.

Lia.

Lia o agarra e fala com ele de uma forma preocupada, a imagem do garoto está turva, escuto alguns burburinhos ao longe e abafado, mas não identifico nada.

Eles se viram em minha direção, arregalam os olhos e gritam algo, mas antes mesmo de eu conseguir entender alguém me joga no chão e preciona minha boca.

Gabriel.

Está tampando minha boca e ouvidos.

Estou sendo sufocada.

Não consigo puxar o ar.

Os olhos vivos dele me encaram como se aquilo não poderia me matar, como se aquilo fosse um abraço, como se aquilo fosse normal.

A imagem de Gabriel vai ficando turva até se transformar em um borrão e agora tudo branco.

***

Abro os olhos assustada.

Estou no chão duro e gelado do quarto, todos estão largados no chão.

Fico aliviada de aquilo ter sido apenas um pesadelo horrível, eu sentia o desespero exalando pelo meus poros, mesmo agora de já acordada.

Sinto que esse pesadelo ainda vai me ajudar....mas prefiro não acreditar, por que para ele me ajudar o Gabriel teria que fazer algo parecido com o que foi feito no sonho.

Olho para os lados e analiso eles, só a gora percebo que.....Gabriel não está no quarto.

*Gabriel*

Acho que aquela fumaça apagou a gente por que só me lembro de acordar no chão mas nem sei como que durmi...

Levanto e vou na direção da porta do banheiro, vou desviando do pessoal jogado no chão, até penso em acordar eles mas primeiro preciso mijar.

Entro no banheiro e sinto que alguém entrou junto comigo. "Kate?" Penso antes me virar e levar um susto ao ver Lia em pé a minha frente.

-Oi Gabriel! - ela fala com o sotaque carregado no meu nome, falando da forma americana ficando "gueibruol" e não "Gabriel" normal.

Ela abre um pequeno sorriso e antes mesmo de eu falar qualquer coisa ela espirra um spray no meu rosto fazendo meu nariz coçar, não tinha cheiro nem cor, apenas coçava, antes mesmo de eu poder pegar o spray da mão dela ou me proteger de algo minha vista escurece e eu sinto minha cabeça bater no chão.

Continua.....

[...] Minha vista escurece.

Eu sei que ficou minúsculo esse capítulo e peço desculpas mas postarei em breve um maior, até o próximo!