"Promete que não vai crescer distante
Promete que vai ser pra sempre assim
Promete esse sorriso radiante..."
- Promete, Ana Vilela
Danka morava no apartamento 303 da Ala B.
Era uma garota linda, tinha longos cabelos loiros e olhos de um curioso azul, morava com seu pai, um pintor, Danka era o que ele tinha de mais precioso em sua vida, por isso zelava por sua segurança.
Danka embora jovem, era muito madura, cresceu ao lado do pai e sem mãe, sua mãe a abandonou assim que havia nascido, mas isso não interferiu na vida dela, pelo menos era o que parecia.
Danka era adorada por todos os moradores.
- Bom Dia Sr. Rodríguez, como vai? - perguntou docemente.
- Estou bem e a senhorita? – a questionei.
- Estou ótima, nem sabe a notícia que recebi hoje!- falou animada.
- Humm, não faço ideia.- respondi, claramente curioso.
- Irei viajar com meus avós para Londres!- sorriu.
- Mas que maravilha!- exclamei, nada surpreso.
Danka viajava com frequência com seus avós e algumas vezes com seu pai, já havia virado o mundo viajando, para muitos isso poderia parecer um máximo e realmente era, isso contribuía muito para seu conhecimento, ainda nova era incentivada pelo pai a adquirir conhecimento, ela sabia falar Francês, Russo e Italiano, além de sua língua oficial, isso era surpreendente, fazia aula de tudo, piano, karatê e balé, o que ela mais odiava.
Danka era experiente e muito inteligente, e o mais admirável era que ela gostava de aprender.
Mas teve um dia no qual nunca irei esquecer, o dia em que Catarina apareceu, Catarina tinha um porte de gente que se achava superior, o que constatei logo em seguida.
- Gostaria e saber qual é o apartamento de Marc Kolls.- falou sem paciência.
- É o 303 - respondi - A senhora gostaria de falar com ele? Ele não está no momento.- justifiquei.
- Você saberia me dizer onde ele está?- perguntou.
- Acredito que no Ateliê.
- Ateliê?! Quem diria que ele conseguiria, e Dana está com ele?- perguntou com um sorrisinho no rosto.
- Perdão, creio que está falando de Danka, provavelmente não- respondi, não gostei dela. - Você quer deixar um recado? - queria me livrar dela logo.
Ela pensou por alguns instantes.
- Diga que Catarina esteve aqui, a mãe da filha...- foi nesse momento que ouvi a voz de Danka e Charlotte.
A mulher a olhou dos pés a cabeça.
Danka se retraiu, era visto que havia reconhecido quem aquela mulher era.
- Minha filha!- Catarina correu e deu uma abraço na garota que exitou na hora.
- Me desculpa, mas eu não lhe conheço.- Danka disse rapidamente.
- Seu pai não deve ter falado de mim, vamos, vamos tomar um sorvete e conversamos mais.- ela falou com um sorriso no rosto.
Na hora saí de trás do balcão para me opor, mas não foi necessário.
- Já ouvi falarem de você, mas não são coisas boas, não irei sair com você, sei que meu pai não gostaria disso, agora se me der licença tenho que ir para a minha casa, tenho tarefas a cumprir, tchau.- respondeu e seguiu até o elevador. Catarina saiu bufando e pude ver Charlotte ao celular, provavelmente falando com Marc.
Mais tarde Marc chegou correndo em direção ao apartamento, nesse mesmo dia vetou todas as visitas que a mãe da menina poderia tentar fazer, me explicou a situação que enfrentava em relação a mesma e os golpes que ela deu desde o nascimento de Danka.
Danka sempre se mostrou madura e naquela situação tive certeza que ela era, afinal menina Danka tinha apenas sete anos de idade.
Ela mora até hoje aqui, hoje tem vinte anos, ainda viaja o mundo, mas agora com Will, seu namorado e lá de vez em quando. Seu pai ainda zela por sua segurança, mas com menos cautela do que antes.
Danka era e até hoje é uma das minhas moradoras mais maduras.
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As garotas do Saint Louis
Historia CortaA vida das garotas que vivem e já viveram no prédio Saint Louis, localizado na movimentada Nova York, relatadas pelo adorável porteiro Sr. Rodriguez.