Capítulo Dez - Diga adeus, Vadia

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[Momentos antes...]

DaHyun saiu do quarto onde Tzuyu estava, -onde elas estavam- pegou um casaco qualquer e simplesmente saiu. Avisou a Mina que não demoraria, e, se despediu de todos. Naquele momento as garotas perceberam que ela talvez não voltasse mais. Esse pelo menos era um pensamento fundo de Jihyo, que abraçou a garota com força pela última vez.

Mas a garota estranhou. Na verdade, talvez não fosse estranhamento, mas sim um pressentimento. Jihyo era bem esse tipo de garota, sabia quando algo que não estava ao seu favor iria acontecer, e talvez fosse por isso que ela tentou fazer com que Dahyun ficasse a qualquer custo.

-Admiro sua preocupação Hyo...é sério. Mas preciso trazer Siwon de volta. -Ela murmurou, dando de ombros acabando por suspirar.-

Isso foi as últimas palavras que ouviu de DaHyun antes dela destravar o carro e entrar. A morena se despediu outra vez, agora com um sorriso maravilhosamente perfeito esboçado entre seus lábios. E naquele sorriso, Jihyo se tentou refugiar de pensamentos negativos. Mas percebeu que não conseguia. Tofu entrou, tirou o carro do ponto morto o ligando, e finalmente saiu.

Não pode só lidar com o quê sente? A garota pensava, sozinha naquele carro. Deu uma breve olhada para trás por cima de seu ombro, como se se perguntasse a todo momento se suas armas estavam ali. DaHyun parou o carro alguns minutos dali, na Home Street, uma rua praticamente deserta a cada dia do ano. Era difícil alguém frequentar ali. Mais que difícil, era impossível. Foi uma rua que muitos bandidos frequentavam anos atrás. Além de ter uma péssima iluminação também. A garota pensou outra vez. Quando estacionou o carro, o desligou, deixou-o em ponto morto e saiu. Ela armou algumas coisas no carro e pegou as armas no banco traseiro. Colocou duas pistolas em sua cintura, e armou-se com ajuda de tornozeleiras também. Além da pistola que estava em seu bolso falso -um bolso quase invisível em seu short- e duas ou três facas de arremesso. E então a garota pegou seu celular, caminhou até o meio da rua, olhou para os lados, e suspirou. Começou a digitar para o número que tinha mandado as fotos para ela.

"Quem é você?"

E esperou por alguns segundos a resposta, como se alguém fosse realmente dar o que ela esperava.

"Isso não importa agora vadia, e aí? Quer o namorado, o guarda ou o dinheiro? Tic tac, Dah"
"--H"

E garota leu aquilo, e voltou a suspirar. Balançou sua cabeça em negação e voltou a digitar.

"Você pode me ver?"

"Sou o 'olho que tudo vê', pequena Dahyun. Me dê logo sua resposta, seu guardinha está morrendo."
"--H"

Ela não podia simplesmente acreditar naquilo, porquê precisava de provas do quê estavam digitando para ela. Mas temia ter realmente essas provas por mensagens de celular.

"Me prove que está com eles."

"Confie em mim. Sempre estou em sua frente."
"--H"

Ela resolveu acreditar. O quê poderia dar errado se fosse apenas uma brincadeira de mal gosto? No máximo alguém morreria. E tinha certeza que não seria ela quem iria parar em um caixão.
Fechado, de preferência.

"Tic tac. Seu tempo está acabando. Vai fazer sua troca?"
"--H"

A menor decidiu colocar essa pessoa a prova, e por isso, pegou uma pedra qualquer na rua. Caminhou até uma daquelas enormes árvores que ficavam na lateral da estrada e escreveu "Sim" naquela madeira. Sabia que podia ser uma coisa idiota, mas precisava tentar.

Por favor...sem respostas, sem respostas, sem respos...Seu pensamento foi interrompido pela vibração do celular em seu bolso. Ela o pegou, e leu a mensagem.

"Escolha certa vadia."
"Rose Street, 313/Restrict Area."
"3:30 PM."
"Que comecem os jogos? Sem nenhuma gracinha. Ainda posso te observar."
"--H"

E então, um suspiro foi ecoado pouco centímetros dali. Era um suspiro seu. Ela entrou no carro, deixou sua bolsa ao seu lado, cheia de dinheiro e ligou o carro. Saiu seguindo até o local combinado. Em todo o momento que ela dirigia só conseguia se concentrar no que deveria fazer. Alguma fuga, um plano B, qualquer coisa funcionaria. Alguma fuga, um plano B, qualquer coisa funcionaria. Isso era o que pensava, e, a aquela altura queria acreditar em qualquer coisa que não envolvesse mais morte de inocentes. Para ela já bastava o que estava acontecendo.

Era 2:57 da madrugada. Dahyun estacionou o carro uma esquina antes da Rose Street, e pegou a bolsa. A Ranger Rover preta ficou em um lugar estratégico, que qualquer pessoa que estivesse lá dentro poderia ver o que se passava naquela área restrita no endereço. Coincidentemente ou não, aquela rua também era muito deserta. Ela simplesmente encostou sua cabeça para trás sobre o estofado do banco do carro, fechou seus olhos por míseros minutos, escutando sua própria respiração pesada que era acompanhada pelo barulho do vento que atravessava aquela área. Tudo era muito macabro ali.

3:26 da madrugada. O exato momento que ela acordou. Faltava apenas alguns minutos até o encontro com aquela pessoa que estava ameaçando ela e Siwon, além do tal guarda. Dahyun então abriu seus olhos, e pegou seu celular. O desbloqueou, e viu uma foto da gangue, antes de serem uma gangue logicamente. As garotas juntas para uma foto. Jihyo, Mina, Momo e JungYeon ajoelhadas, algumas delas, inflando suas bochechas rosadinhas, mostrando dois dedos, fazendo pose. Atrás, Tzuyu, Nayeon, Dahyun e Chaeng fazendo a mesma pose das outras. Aquele foi o último dia que as 8 garotas passaram juntas como amigas e não colegas de gangue. Foi o último dia que ela estava livre, sem algum tipo de policial atrás dela.

A garota ficou desfrutando cada traço daquela foto por minutos, até olhar em seu relógio de novo.

-3:29...vamos. Já está na hora.

Ela sussurrou para si mesma e saiu do carro com a bolsa. O travou e andou lentamente até aquela área. Atravessou a rua, e como era um local deserto, a cada passo que dava o som de seus sapatos ressaltavam como um eco, assim como ouvia sua respiracao também. Procurou alguma casa de número "313" mas achou apenas um ferro velho, fechado. Com área restrita. E quando leu aquela placa dizendo que o local era proibido ela respirou fundo, e conseguiu entrar pela grade. Caminhou até uma aérea onde ficava grande parte dos carros abandonados ou com traços queimados, e esperou alguém aparecer. E apareceram. Mas não foi apenas uma pessoa para sua surpresa.

Foram mais de 12. Apenas os que contou pelo olhar.

DaHyun respirou fundo, abaixando levemente sua cabeça. Então, no meio de tantas pessoas apareceu uma garota ela chutaria, uma garota com um capuz preto. Com Siwon ao seu lado, todo machucado, e uma arma apontada contra sua cabeça. Dubu olhou pros lados, procurando o guarda.

-Onde ele está? -Ela murmurou, com uma voz firme.-
-Digamos que...nossos planos mudaram. E ele não vem.

Naquele momento, Tofu queria muito atirar em todos eles, pegar Siwon, o dinheiro, e ir embora. Mas não podia. Iria encarar esse problema de frente como faria com todos os outros.

-Onde está Hea? Também a quero.
-Você tem sorte...porquê ela seguiu o mesmo caminho do guarda.
-O quê quer dizer?

Murmurou, forçando sua mão a se fechar. Ela a firmou contra a bolsa de couro que carregava os milhões de dólares.

-Quero dizer que vai escolher apenas entre o dinheiro e o garoto.

E então, a morena abaixou sua cabeça e deu passos lentos em até eles. Jogou a mochila na direção deles e suspirou.

-O Siwon. Agora.

Sua voz saiu como se mandasse, e a garota pegou a mochila. Em seguida, empurrou o garoto que ficou quase de frente a DaHyun. Dubu o olhou, o lançando um olhar triste.

-Me desculpa por isso...

E ele, segundos depois, começou a rir. Os garotos armados atrás dele fizeram o mesmo. Então, a líder de todos finalmente revelou sua face; retirou o capuz, e a luz de uma péssima lâmpada de um poste do edifício iluminou o rosto de Hea-Gi.

HISTORY - SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora