Capítulo 1 - Mais um dia

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Me chamo Liz Castro, tenho 17 anos, mas já vivi muito mais do que se aparenta. Tenho os cabelos compridos e lisos com cachos em sua ponta, uma cor diferente, acobreado. Os meus olhos são azuis, um azul cor do céu. Sou baixinha, tenho um metro e meio, um corpo atraente, com suas curvas, diria que uma das coisas que mais chamam atenção em mim.

Vivo com meu pai e madrasta, Gregório e Camila Castro. Sabe aquela tal história da madrasta má, então, é parecida. Tenho uma irmã mais nova, ela tem 14 anos, tão bonita e inteligente, diferente de todos na família, seu nome é Clarice Castro. Ela mora com minha mãe, Melissa Sales. Minha mãe tem um noivo, André Bastos, mas não moram juntos ainda.

Onde estudo acham que sou uma vadia, uma puta. Não falam na minha frente, mas sabe quando sente que estão falando e rindo nas suas costas? Pois é, antes eu tinha várias amizades, eu era sociável, mas isso se perdeu. Tenho uma melhor amiga, ela se chama Giulia Sanches, antes não tínhamos tanta amizade, mas esse ano está diferente entre nós, conversamos tanto e damos risadas, me ajuda a me distrair. Tenho também um melhor amigo, Allan Medeiros, já somos amigos a bastante tempo, tem hora que parecemos namorado, mas nunca passaremos disso.

***

Essa noite estava fria, estava pensado em tudo que já fiz na minha vida, em tudo que causei para os outros. Lembrei do que minha mãe me disse sobre o meu pai, como pode ser, achei que ele era bom, por um bom tempo acreditei nisso. Ela me falou e tudo mudou, até que um dia vivenciei ele sendo agressivo com minha madrasta, ouvi seus gritos, mas ela continua com ele. Ele é agressivo comigo, mas achava normal, afinal ele é meu pai.

Percebi que agora estou chorando, lágrimas salgadas escorrem pelo meu rosto. A lâmina está tentadora, mas tento apenas dormir. E então a insônia, A MALDITA INSÔNIA. Fico na cama, chorando, apenas olhando para o teto, nem sei mais porque estou chorando. Não penso em nada.

A noite finalmente acabou, não descansei. Estou tão cansada. Levanto na esperança de que será melhor, de que tudo mudará. Ponho uma roupa, desço do meu quarto, escovo os dentes. Vou para a cozinha, minha madrasta já está lá, preparando o café para o meu pai, olho a comida e me da enjoo, não consigo. A comida não desce, novamente. Ela me vê e pergunta:

- Não quer comer? - Me olha com um sorriso falso, penso "Nossa, como ela me ama".

- Não, não estou com vontade de comer hoje.

Simplesmente faz que sim com a cabeça e sobe para o quarto, vai acordar meu pai e se trocar. Hoje é ela que me levará para a escola. Vou para o banheiro, me olho no espelho.

- Nojenta, puta. - Sussurro.

Penteio o cabelo, passo maquiagem, tentando parecer melhor, passo perfume e estou pronta para mais um dia. MAIS UM DIA NO INFERNO DA ESCOLA.

Saio na porta de casa e quero correr, correr pra minha cama novamente ou apenas correr, fugir e ser livre. Mais uma vez minha madrasta me olhou com uma cara amarga, dessa vez não fala nada, ainda bem.

Já na escola, espero no portão e apenas observo os outros adolescentes do outro lado da rua, ninguém me percebe, pelo menos é o que eu acho. Eles estão tão felizes, são tão felizes, queria sentir esse gosto de felicidade. A minha amiga chega, ela está sorridente, amo ver ela sorrir. Subimos pra sala, lá começam a rir no fundo da sala, e te pergunto "Aonde eu sento?". Exatamente, lá no fundo. Sento na cadeira e todos me olham e riem mais, POR QUANTO TEMPO MAIS HUMILHAÇÃO?

AMOR NA DOROnde histórias criam vida. Descubra agora