Capítulo 4 - A carta

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Quando fui ver...

***

Era quem eu menos esperava, um homem. Nunca vi ele na minha vida, ele tinha papeis na mão.

- Olá moça. O Sr. Gregório Castro está?

- Olá. Não, ele não está em casa.

- Tudo bem, pode dar essa carta pra ele?

- Posso sim.

- Obrigado e tenha uma boa tarde!

- De nada, igualmente.

Quando eu olhei a carta me assustei. É da imobiliária. Mas não vou abrir, meu pai não vai gostar. Entro e vou terminar de comer. Está passando "Hora de Aventura", nem sei porque estou vendo isso ainda. Desliguei a TV. Está na hora de fazer algo mais produtivo, vou ler. Começo a ler "Paixão" um livro de uma ótima autora... "Lauren Kate". É um romance entre um anjo e uma mortal, na verdade é uma saga, esse é o terceiro.

Fico horas lendo, acabei o livro. Está na hora do almoço, vou comer novamente. No almoço como o dobro do que comeria, eu realmente estou com fome. Não estou normal. Depois do almoço vejo séries e vídeos, meu pai está pra chegar, não posso esquecer da carta.

Ele chegou. Deixei ele comer e descansar um pouco, fica irritado com fome. E quem não fica? Enquanto isso vi série. Acabei esquecendo a carta, então, entreguei bem tarde, quase na hora de subir pra dormir. Quando ele abriu a carta ele ficou surpreso, não diz nada, está sem reação. Peguei a carta da mão dele e li:

Caro Gregório Castro,

  Eduardo Torres, brasileiro, casado, engenheiro, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, residente e domiciliado à Rua XX, na qualidade de proprietário do imóvel localizado à Rua Travessa Maravilha Tristeza, N°47, vem se utilizar da presente para NOTIFICÁ-LO à desocupar o referido imóvel ao término do contrato de locação, o que o ocorrerá no próximo dia 28/08/2016, tendo em vista que necessito do mesmo para uso próprio.

Saliento, ainda, estar à disposição para eventuais esclarecimentos. 

Atenciosamente,

Eduardo Torres
LOCADOR.

E agora? Só por que eu achei que as coisas estavam melhores? Claro. Vem a desgraça da vida, estragar tudo, como sempre.

- Não! Não, isso não pode estar acontecendo! - Sem querer pensei alto, acho que alto de mais.

- Infelizmente é verdade. - Ele está chateado, achei que ia ficar bravo, mas não, ele está pensativo.

Pego meu celular e subo correndo pro quarto. Giulia precisa saber.

Chamando.

- Oi Giu. - Eu estava com uma voz meio rouca, estou com um nó na garganta.

- Oi Liz, o que aconteceu? - Ela deve ter percebido a minha voz meio falha.

- Eu vou ter que sair da minha casa! Vou ter que me mudar.  E agora?

- Calma, vai ficar tudo bem. Mas, você vai mudar de escola?

- Provavelmente. - Já estou chorando.

- Calma, eu estava indo sair com o Lucas. Quer que eu passe ai? - Ouço risadas no fundo.

- Não precisa, vai se divertir. Te vejo na escola.

- Okay então, beijos.

Chamada encerrada.

Ótimo. Perdi de vez a minha amiga. Estou feliz por ela, mas preciso dela. Será que vou mudar de escola? Acho que é o fim da nossa amizade. Não vou mais ver ela e ela ocupada com o Lucas vai me largar. Por que sempre é assim?

Desci, com a cara meio inchada, acabei de chorar mais um rio. Acho que uma musica que me define é "Cry Baby" da Melanie. Tão eu. Meu pai está sentado no sofá, com uma cara de preocupação. Está no telefone. Vou escutar a conversa.

- Eu entendo, mas por que assim de repente ? - Ish, é sobre a casa. Tento não fazer barulho, ele não vai gostar de saber que estou ouvindo.

- ...

- Okay, obrigada por nada!

Ele está bravo,  joga o celular no chão e grita:

- PUTA MERDA! E AGORA?! - Ele está muito bravo. Vou me afastando devagar, de costas mesmo, tentando tomar cuidado, mas como sou desastrada trombo com o móvel, fazendo um barulhão, ele olhou pra mim. FERROU.

*****

*Autora: Obrigada por estarem lendo, estou feliz em estar escrevendo. Dedico esse capítulo a @BelvinaUaluto5, que me incentivou em escrever esse capítulo. Obrigada ^^

AMOR NA DOROnde histórias criam vida. Descubra agora