Capítulo 7 - Um anjo?

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Espero que sim.

***

Passam se mais duas aulas, aulas entediantes, muito blá blá blá. E quando olho para o lado, completamente distraída, lá está ele, me olhando intensamente, com aquele olhar encantador, aqueles olhos verdes, tão sedutor.
Bate o sinal e é hora do intervalo, Giu demorando como sempre para sair e eu lá, esperando. Quando finalmente vamos sair, sinto um toque nas minhas costas, ignoro e sinto novamente, quando olho pra trás me surpreendo com o Felipe. Uau, quanto mais perto, melhor ele parece. Faço cara de surpresa.

- Está tudo bem? - Arrumo os cabelos, desajeitada.

- Sim, desculpe, só me assustei um pouco, não estou acostumada com pessoas querendo falar comigo. - Sério, eu tinha que demonstrar que sou excluída? Parabéns pra mim.

- Tudo bem. Só queria me desculpar por hoje, eles não sabem o que dizem, todos eles são infelizes, com certeza.

- Não só eles. - Sussurro.

- O quê? - Fez uma cara que não consigo explicar.

- Não, nada. Estou acostumada com eles, tudo bem. - Saio andando de cabeça baixa. Summy está me esperando na porta.

- O que foi aquilo? - Pergunta com espanto.

- Nada demais, veio se desculpar por hoje.

- Então tá, né.

Descemos as escadas e conversamos com as outras meninas. Comi mais do que as outras, que me observam devorar a comida.

- O que foi? - Pergunto como se não estivesse entendendo.

- Não acha que está comendo rápido demais? - Perguntou Gabi.

- Concordo. - Ana me olha meio estranha.

- Estou bem, gente. É só fome. - Volto toda a atenção para a comida.

O sinal toca, então subimos as escadas, chego lá em cima exausta. Começo a refletir " O que aconteceu comigo?".

Entro na sala, preparo o material das duas últimas aulas e cutuco a Giulia .

- Ei. - Sussurro.

- Oi, pode falar.

- Eu tava pensando, acho que não to bem, não to normal. - Sussurro novamente.

- Concordo, acho que deveria ir ao médico. - Responde dessa vez me olhando.

Passa-se uma aula, agora é ciências. O professor entra.

- Por favor classe, silêncio.
Todos ficam quietos depois dele bater a régua na mesa.

- Bom, hoje teremos trabalho em dupla.

Começa a algazarra.

- Porém, será sorteada a sua dupla. Vamos começar.
- Giulia , Bruno.

- Boa garota, esse é gato. - Sussurro e pisco.

- Alice, Jennifer.

...

Fala todos os nomes, menos o meu e o do...

- Felipe, Liz. Todos com seus pares e comecem.

Estou indignada, vou até a mesa do professor.

- Não posso mesmo trocar de par?

- Sinto muito, mas não. Foi um sorteio justo.

Olho pra trás e vejo Felipe sentado, com um sorriso no rosto, me esperando. Terá que ser isso, não se apaixone, não se apaixone. Sorrio para disfarçar e volto.

Sento e presto atenção na explicação, enquanto copio. Sinto minhas bochechas corarem ao ser extremamente observada por ele. Tento esconder a vermelhidão, apoiando a mão no rosto.

- Ei. - Digo, continuando escrevendo.

- Fale.

- Pare de me observar, isso já está estranho. - Agora estou olhando em seus olhos.

Sua pele que era pálida, começa a ficar vermelha.

- Ah, desculpe. Estava apenas admirando sua beleza. - Sinto meu rosto queimar.

- Obrigada. - Cubro as mãos com as mangas, olho para minhas pernas, que estão fechadas e volto a escrever, como se nada tivesse acontecido.

O professor continua dizendo algo sobre genética, eu deveria estar prestando atenção, mas quem disse que estou conseguindo? Minha mente está viajando em uma outra dimensão, muito distante.

Toca o sinal.

- Esse trabalho é pra aula que vem, espero que se esforcem e façam juntos em casa.

- Ei, Felipe. - Olho em sua direção.

- Oi.

- Espero que tenha prestado mais atenção do que estou pensando.

- Está tudo aqui. - Aponta para sua cabeça.

Entrego pra ele um papel, que olha sem entender.

- Esse é meu número, precisamos marcar pra terminar esse trabalho.

- Claro. - Abriu um sorriso.

- Apenas o trabalho.

Já tinha guardado as coisas, então já vou pra mesa da Giu, quando ela acaba, descemos. Saímos e meu avô está lá, me despeço e vou na direção dele.

- Vamos? - Sorrio.

- Claro.

Estou em silêncio, tentando não pisar nas rachaduras e linhas da calçada.

- Como foi seu dia? - Ele quebra o gelo.

- Normal, o de sempre. E como foi a sua manhã?

- Muito boa, obrigada.

De repente, meu avô está no chão. Ele caiu e bateu a cabeça. Está desacordado. Fico sem reação, mas tenho que fazer algo. Começo a gritar desesperada, ele está sangrando.

- Socorro! Alguém me ajuda! Socorro!
Tento acordar ele.

- Vô, por favor acorde... Não me deixe. Não suportaria isso, me culparia eternamente. - Grito novamente.

- Alguém me ajuda! Por favor! -
Estou aos prantos, sem forças... Abaixada no chão. De repente alguém atravessa correndo.

- Felipe. - Estou me afogando em lágrimas, com um medo cruel de perder ele.

- O que aconteceu?! - Se assusta com o sangue.

- Ele caiu de repente, não sei como, está desacordado a muito tempo. Por favor liga pra emergência! - Estou chorando muito.

- Calma, vou ligar. Vai ficar tudo bem.

AMOR NA DOROnde histórias criam vida. Descubra agora