- Calma, vou ligar. Vai ficar tudo bem.***
Sem perceber estou nos braços dele, chorando muito enquanto esperamos a ambulância. Me lembro que tenho que avisar minha vó o que aconteceu, ligo pra ela, em prantos.
- Vó? - Estou com lágrimas nos olhos, ele me abraça.
- Oi minha querida, o que aconteceu? Está tudo bem? Cadê vocês? - Ela parece preocupada.
- O vô sofreu um acidente. Ele caiu e bateu a cabeça, eu chamei uma ambulância. Fala com a tia pra ela te levar lá. Por favor fica tranquila, vai ficar tudo bem. - Ela está chorando.
- Tá bom, já estou indo pra lá, venha pra casa, depois te ligo mandando notícias.
Estou realmente triste, minha avó parece não estar bem. O que eu faço? Ele me olha e tenta me confortar, logo em seguida a ambulância chega e levam meu avô. Enxugo as lágrimas e falo:
- Felipe, minha vó pediu que eu fosse pra casa, que ela me mandaria notícias.
- Eu vou com você, não vou deixar você sozinha.
- Não, não precisa. Tá tudo bem. - Sorrio.
- Não minta pra mim, reconheço quando alguém está mentindo. Eu vou com você e pronto.
Estou tão chateada que nem me importo, viro e saio andando. Ele vem me seguindo, andamos o caminho todo sem nenhuma palavra.
- É aqui.
Abro a porta e entro primeiro, ele entra logo em seguida. Coloco a mochila perto do sofá.
- Quer beber ou comer alguma coisa?
- Não, obrigado. - Fala distraído.
Olho pra ele e ele está lá, observando tudo, até que ele para num quadro.
- Nessa foto é eu e meus avós mais novos. Eles eram muito felizes e tinham muita saúde.
- Eles parecem felizes e você, era uma gracinha.
- Bom, fique a vontade, eu já volto.
Subo as escadas, vou no meu quarto, pego uma roupa e vou pro banheiro. Quando me olho no espelho estou com os olhos inchados de tanto chorar e o rímel borrou minha cara toda. Olho para minha roupa e tem sangue nela, sangue do meu avô, as lágrimas já começam a querer vir, mas tento ser forte. Lavo o rosto, limpando toda aquela maquiagem, troco a roupa e desço. Ele está lá, com uma expressão indecifrável, fico olhando ele por uns segundos, sem ele perceber. Sento do lado dele.
- Então, você está bem? - Ele disse.
Não respondo.-Pergunta idiota, né? Okay. Enquanto não temos notícias, que tal fazermos o trabalho?
- Pode ser. - Digo olhando pra parede. Estou meio em choque ainda.
Passa-se horas e nada da minha vó. Começo a ficar mais preocupada. O que será que aconteceu?
- Finalmente acabamos. - Digo cansada. - Acho que vou ligar pra minha avó.
- É, acho melhor ver como está.
Dígito os números sentindo um mal pressentimento. Minha vó atende.- Olá, minha querida. - Fala com uma voz calma.
- Oi vó, como ele está?
- Está desacordado ainda, não sabemos ainda o que vai acontecer, os médicos disseram que depende dele lutar.
- Ah. - Falo triste. - Vai dar tudo certo. Vou desligar vó, me ligue.
- Tá bom querida, beijo. - Desligo olhando pra baixo.
- O que aconteceu? Ele está bem? - Ele me questiona.
- Não! - Olho nos seus olhos prestes a desabar.
- Como seu vô está? - Fala me abraçando, com o tom de voz preocupado.
- Ele ainda não acordou, os médicos disseram que depende só dele agora. - Quase não consigo falar.
- Calma, vai ficar tudo bem, vou ficar aqui com você o quanto for necessário, vou ligar pra minha mãe.
Ele sai da sala e ouço a voz dele ao telefone. Minutos depois ele volta.- Pronto, agora vai ter que me aguentar.
Eu encosto em seu ombro e fico ali, chorando, até que eu paro. Não sai mais lágrimas. Nesse tempo todo que estou chorando ele está me consolando, me fazendo carinho. Ele realmente é atencioso.
- Felipe? - Levanto e olho em seus olhos.
- Oi, Liz. - Diz sorrindo.
- Obrigada. - Sorrio e finalmente o beijo, um beijo intenso.
Ele me olha com uma cara assustada.
- Liz, eu...
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AMOR NA DOR
RomanceUma jovem com vários problemas, será que ela vai conseguir ser salva dela mesma?