Capítulo 11

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Anne:

Finalmente o dia tão esperado chegou, estou tão ansiosa e tão triste ao mesmo tempo. Daqui a alguns inatantes irei receber o meu diploma, estou na minha formatura, hoje com 22 anos, e ao contrário de toda a gente que se encontra presente aqui, eu não estou nem um pouco sorridente, a minha melhor amiga não está aqui comigo para partilharmos a alegria de recém-formadas juntas, o meu irmão e os pais dela também não estão aqui, ou seja estou sozinha no dia que deveria ser passado com as pessoas que maia amamos, mas não, e a culpa é toda minha.

Eu sinto a saudade enorme de todos eles, eu queria tanto que estivessem presentes, mas não é possível porque eu saí das vidas deles, mudei de país, e ninguém sabe onde estou, nem mesmo se estou viva, porque nestes dois anos que se passaram eu não liguei, não mandei mensagem, mem uma carta, ou seja, eu sumi completamente, eu estou definitivamente morta para eles. Eu não me arrependo, sei que eles sofrerão no início, mas que devem já terem-me esquecido.

Nestes três longos e sofridos anos tenho trabalho e estudado ao mesmo tempo, pois se não tivesse trabalho nunca que iria chegar este dia, nunca iria conseguir chegar ao fim deste curso com ótimas notas.

Arranjei trabalho numa agência de turismo, para além de gostar de pediatria também gosto de trabalhar em turismo, antes da faculdade tinha tirado um curso de turismo, e acabei-o com excelentes resultados o que me valeu a pena, pois se fosse o contrário não teria conseguido emprego tão fácil. O salário chegava para me sustentar e pagar a universidade, aluguei uma casa com condições razoáveis, não estou mal nessa situação.

Encaro mais uma vez todos à minha volta, fico assim por vários minutos, até sentir mãos a cobrir os meus olhos, fico assustada.

- Quem é?  - pergunta uma voz divertida, espera eu conheço esta voz, fico relachada logo quando percebo quem é a pessoa.

- Amhh, deixa eu ver, talvez seja a pessoa maia sem noção e mais maluca deste país? - brinco, no mesmo instante ele retira as mãos, viro-me para ele, ele abre  sorriso enorme e eu outro.

- Como sabias que era eu? - pergunta abraçando-me, retribuo, afastamo-nos.

- Eu conheço muito bem a tua voz, aliás o que fazes aqui?

- Não estás feliz por me veres? - pergunta fingindo-se ofendido, eu dou uma risada - eu não iria faltar a um dia importante como este da minha melhor amiga. - diz dando-me um beijo na testa.

- Obrigada Oliver, mas não era preciso, estás a faltar ao teu trabalho por minha causa, é só uma formatura. - ele olha-me triste.

- Eu sou o Oliver Stewart minha querida, sou o dono do melhor restaurante do país, e hoje é um dia que marca um importante acontecimento na vida da melhor pessoa que eu conheço, a minha melhor e mais bonita amiga, eu teria que estar presente, agora pára de reclamar sua teimosa. - acabamos por sorrir os dois e eu abraço-o com certa força e ele retribui.

O Oliver é um grande amigo, conhecemo-nos poucas semanas que cheguei aqui, esbarramo-nos por acaso na rua, eu estava perdida e ele ajudou-me, levou-me para jantar no restaurante dele, e desde aí ele tem me ajudado muito, é como um irmão mais velho, ele têm 26 anos e é lindo, ele nunca tentou nada comigo, sempre foi amizade, depois de muito tempo eu contei-lhe a minha história, o meu passado, ele sabe o porquê de eu estar aqui, ele sabe de tudo, e faz-me muito bem ter alguém em quem confiar.

- Obrigada por tudo, por fazeres parte da minha vida e seres tão importante, eu nunca me vou esquecer da pessoa incrível que és, amo-te meu amigo. - digo dando-lhe um beijo na bochecha, ele abraça-me de lado.

- Não é muito bonito de se ver, mas homens também choram, eu odeio chorar, portando não fales maia nada, eu é que agradeço pela tua amizade e coragem, nem penses que por causa desta conversa sentimental te livras de me ajudar no restaurante senhorita - rimos - também te amo pequena. - dito isso ele dá-me um beijo na bochecha e assistimos juntos e abraçados às formaturas dos outros alunos, até que chega a minha hora de receber o diploma, subo ao palco, faço o meu discurso, sou aplaudida, cumprimento o diretor e mais algumas pessoas, recebo o diploma e vou direta ao Oliver que me recebe de braços abertos e contente, com ele aqui parece que já não me sinto tão só e triste, abraço-o.

O "Passado" PresenteOnde histórias criam vida. Descubra agora