Corro pela calçada úmida à procura de um táxi que me levaria para a mansão Deh'Vil. Hoje seria o dia de decidir os meus próximos dias. Se passarei meus próximos dias sem emprego ou se trabalharei para a família Deh'Vil, como baba; assim como está dentro dos meus planos.
Por sorte, avisto um glorioso carro amarelo. Estendo minha mão, abanando para o taxista que logo para a minha frente. Suspiro de alívio e, então, adentro o veículo. Entrego nas mãos do taxista o papel com as coordenadas da mansão Deh'Vil, que a senhora Deh'Vil havia me dito ontem à noite. O taxista analisa as coordenadas e, então, assente com a cabeça e dá partida.
Naquele momento, eu estava a pensar em tudo. Eu estava insegura de mim mesma. Como eu devo falar? Será que estou vestida corretamente para ver pessoas tão importantes como eles? Será que eles vão gostar de mim? Será que eu irei conseguir este emprego? Como será? Como vai ser? Como me tratarão? Me tratarão mal como todas as pessoas dizem? Enfim, eu não sabia.
Estava confusa.
Saio de meus devaneios quando escuto o motorista falar comigo.
— O que a senhorita irá fazer na mansão dos Deh'Vil? — ele pergunta me olhando pelo retrovisor do carro, apertando o volante em suas mãos de forma segura.
— Eu? — pergunto, sem entender por que o taxista fizera tal pergunta.
— Sim — ele responde, atento nas ruas. — Normalmente os Deh'Vil só falam com pessoas importantes. Eles não costumam se envolver com pessoas como… — ele me avalia com os olhos pelo retrovisor antes de dizer qualquer coisa. — Como você. Entende? — ele diz, indiferente, voltando seus olhos para o trânsito.
Confesso que me senti um tanto que ofendida com o que ele havia dito.
Pessoas como eu? Quem ele pensa que é, afinal?
— Bem… — começo a dizer, deixando de lado os pensamentos enquanto ajeitava minha saia preta com bolinhas amarelas. — Vou para conseguir um emprego — digo, o olhando de soslaio.
— Ah, sim… — ele sussurra, balançando a cabeça. — Vai trabalhar de empregada, faxineira ou cozinheira? — ele pergunta, voltando os olhos a mim pelo retrovisor novamente.
Arqueio uma sobrancelha.
— Babá — respondo de forma seca e rude ao taxista. Mais do que eu gostaria de transparecer.
Ele faz uma expressão não muito boa, que pude ver pelo reflexo do retrovisor, e, então, fica em silêncio.
— Os Deh'Vil são tão… — dou uma pausa, pigarreando. — Ruins assim? — pergunto, numa maneira de saber mais sobre eles. De certa forma, a família me chamou muito a atenção.
— Bem… — o taxista dá de ombros. — Não é que eles sejam ruins, entende? — ele balança a cabeça para lá e para cá. — São pessoas bem reservadas e gostam de ficar dentro da mansão. Comparecem apenas em festas que os convém. Pelo que sei, o Senhor Deh'Vil é daqueles que humilham e tem nojo de pessoas como nós; pobres que suam para ganhar uma migalha — ele parece revoltado de repente. — Dizem que ele é um arrogante, imbecil, insuportável, irritante, mandão, gosta de tudo do jeito dele e não aceita erros — engulo em seco com tantos defeitos em uma só pessoa.
— Bem, não vai ser tão ruim assim — sorrio amarelo, desviando meus olhos para o nada que passava do outro lado da janela escura.
O taxista balança a cabeça em negativo, voltando sua atenção ao trânsito. Fico em silêncio até chegar em meu destino. Para falar a verdade, já não sei se eu realmente quero trabalhar na mansão Deh'Vil. Confesso que o jeito e a forma das pessoas falar da família, principalmente do Senhor Deh'Vil, me deu um certo arrepio na espinha. Será que o Senhor Deh'Vil é tão arrogante assim? Um ogro? A pior pessoa do mundo? Bem, com toda essa arrogância que todos dizem ter, de fato ele deve ser um velho caquético, com calvície e uma monocelha.
— Chegamos! — ouço o taxista dizer enquanto parava o carro em frente a um enorme portão de metal enferrujado e acinzentado.
— Obrigada! — digo, entregando o dinheiro nas mãos do taxista.
Saio do carro, fechando a porta logo em seguida. Levo minhas vistas à minha frente e vejo uma enorme mansão cor cinza meio envelhecido. Era tão grande que até mesmo parecia um castelo. Seus detalhes de tinta mofada, danificada pela chuva e pelo sol, me passava a sensação de antigo, muito velho. Como se fosse um castelo antigo e assustador, medonho e horripilante. Chego a me recordar da história romântica de A Bela e a Fera. Julgo que o cenário da mansão combina muito bem com a personalidade das pessoas que dentro dela vivem. Apesar de ser tão velho, era exótico e sentia um certo bom gosto.
Suspiro, tomando coragem enquanto novamente ajeitava minha saia colorida e minha blusa amarela com babados fofos.
— Droga! — digo a mim mesma. — Acho que já perdi esse emprego — suspiro, tão negativa.
Dou o meu primeiro passo em direção ao portão enferrujado da mansão melancólica. No portão, se encontrava dois seguranças vestidos com ternos, completamente elegantes. Óculos escuros cobriam seus olhos e uma postura robótica que me faz perguntar, a mim mesma, se eles são ou não de verdade.
— Com licença — começo a dizer, me aproximando a passos lentos do portão, colocando minhas mãos nas grades que estavam super gélidas. — Eu vim para uma entrevista de emprego, queria ver a senhora Eleanor Deh'Vil — completo e um deles me olha sério, me causando um certo incômodo e frio na espinha.
— Desculpe-me, senhorita, mas a senhora Deh'Vil não nos disse nada sobre visitas — diz um deles e, então, se coloca em posição novamente, deixando de me olhar.
— Ela está? — insisto.
— Não temos permissão de dizer nada a ninguém sobre a senhora Deh'Vil, muito menos a você, seja lá quem você for. Agora, por favor, vá embora! — diz o outro, ainda mais rude que o anterior.
Suspiro, tentando manter a calma.
— Ei! — chamo a atenção dos dois seguranças para mim. — Me deixe entrar! Vim de muito longe para tentar este emprego e paguei um absurdo pelo táxi — digo, quase choramingando. — Eu preciso desse emprego. Eu não vim até aqui para ser barrada por vocês, seus… — começo a alterar a voz.
— Por favor, senhorita, não iremos falar novamente. Caça o seu rumo! — um deles fala, tirando seus óculos escuro e se aproximando do portão com um pequeno objeto que não consigo identificar.
— Caça o seu rumo? — pergunto, apertando ainda mais as grades gélidas do portão em minhas mãos.
Um deles toca meu dedo indicador com o objeto, que eu não sabia o que era, o que causou um agudo grito de dor da minha parte, me fazendo soltar as grades do portão imediatamente.
— Você me deu um choque! — digo, quase gritando com o segurança. — Seu louco!
Meu dedo lateja e começa a adquirir uma coloração avermelhada. A discussão entre os seguranças e eu foi cessada quando uma voz feminina soa de algum lugar daquela mansão, chamando não só a minha atenção como também a atenção dos seguranças.
— Mas que diabos está acontecendo por aqui?!
Uma mulher jovem aparece na enorme porta de madeira da mansão, descendo alguns degraus da pequena escada que ali tinha. Ela parecia furiosa.
— Nos perdoe, senhora Deh'Vil — um dos seguranças se coloca em posição rapidamente. — Essa mulher quer entrar na mansão sem a vossa permissão — ele continua dizendo, me olhando de forma ameaçadora.
Pela terceira vez, ajeito minha saia para ficar ainda mais apresentável para a grande senhora Deh'Vil antes dela dirigir teus olhos a mim.
— Quem é você? — seus lábios vermelhos se mantêm entreabertos, esperando uma resposta minha.
Engulo em seco antes de responder a sua pergunta.
— Me chamo Lenna Agnella — me apresento. — Estou aqui para uma entrevista de emprego.
Ela arqueia a sobrancelha.
— Senhorita Agnella, é claro! — ela leva as mãos ao peito, sorrindo de forma deslumbrante. — Deixem que entre.
Os seguranças então abrem o enorme portão enferrujado para que eu pudesse finalmente entrar. Meu dedo ainda lateja. Quero mostrar a língua para eles, como uma vitória.
— Chegou tarde — a mulher diz, andando à minha frente.
Levo meus olhos para o relógio de pulso discretamente e os arregalo ao ver o quanto me atrasei. A culpa é do taxista.
— Me perdoe… — digo e as palavras saem como um sopro dos meus lábios.
— Se quer mesmo trabalhar conosco, senhorita Agnella, terá que ser muito mais do que apenas competente — ela deixa claro, sem dirigir seus olhos a mim.
— Não irá se repetir, senhora Deh'Vil — abaixo minhas vistas ao chão.
Entramos pela enorme porta principal da mansão, de madeira escura, esculpida perfeitamente. Confesso que fiquei um tanto que chocada com toda aquela beleza. Penso que, nem sequer eu soube disfarçar minha expressão de admiração diante dos detalhes. Levo meus olhos à minha frente, vendo a senhora Deh'Vil andar cheia de postura e poder. Ela não era velha como eu pensava que fosse. Ela estava tão bonita e elegante com aquela roupa social branca, que se destacava bem com seus médios cabelos louros perfeitamente ondulados. Eram tão louros que me dava a impressão de que eles eram brancos como sua roupa social. Chegava ser agonizante vê-la totalmente de branco daquela forma, desde o seu salto alto que deixava no silêncio, pequenos sons pelo hall, até seu colar de pérolas sobre seu pescoço. Talvez branco fosse a sua cor favorita. Apenas talvez.
Desvio meus olhos dela e os passo pelo hall elegante, de cortinas vermelho-vinho que cobriam as grandes janelas de vidro. A escadaria gigantesca de mármore que se dividia em duas partes, cada uma levando para um corredor do segundo andar da mansão. A poltrona cinza de veludo posta ao lado de uma pequena mesa de vidro, onde era posto uma bandeja com bebidas e alguns copos. Plantas exóticas por todo canto e um enorme lustre deslumbrante.
A senhora Deh'Vil para com seus passos de repente, no meio do hall, sem que eu esperasse este ato seu e, então, ela me olha com aqueles olhos verdes, me fitando dos pés à cabeça como se me avaliasse. Ela estala os lábios por breves momentos, crispando os olhos.
— Não poderei apresentar a mansão a você, tampouco dizer sobre as regras que deve seguir e o que precisa fazer — ela diz, pegando uma bolsa branca que estava sobre a poltrona cinza. — Deixarei tudo por conta do meu marido — ela leva uma mecha de seu cabelo para trás da orelha, revelando enormes brincos brilhantes. — Alguma dúvida? — ela pergunta, arqueando a sua sobrancelha para mim.
Passo meus olhos novamente pelo hall antes de respondê-la.
— Não, senhora — digo.
— Ótimo! — ela parece satisfeita com minha resposta. — Tenho que ir para a empresa agora. A empregada irá te guiar até o escritório de meu marido.
Mexo com meus dedos, tentando conter o nervosismo que estava gritante dentro de mim. É justamente com o Senhor Deh'Vil que preciso falar?
— Morgan! — ela chama e uma empregada aparece andando às pressas até nós, como se a sua vida dependesse disso.
— Pois não, senhora? — ela pergunta, se colocando em posição.
— Leve a senhorita Agnella para o escritório de meu marido — ela diz e, então, se retira sem nem mesmo esperar uma resposta da empregada.
Observo a senhora Deh'Vil se retirar de forma elegante pela porta principal. Por algum motivo do qual desconheço isso me deixa aliviada. O som que seu salto alto expandia aos poucos foi abandonando o hall e logo me vi sozinha com a empregada.
— Me acompanhe, senhorita Agnella — ouço a empregada dizer, sorrindo meiga para mim.
A mansão é enorme. Parece ter muita beleza a oferecer aos olhos de quem a vê. Fito com atenção os quadros sinistros e melancólicos pendurados por toda a extensão do corredor da mansão. Todos os quadros eram do mesmo artista que se chamava Emma. O tapete vermelho que cobria todo o chão do corredor me fazia imaginar o quão difícil deve ser para os empregados limparem o mesmo. Todas as portas de todos os cômodos estavam fechadas, o que dava um ar ainda mais sinistro. Parecia um enorme hotel. Parecia o castelo do Drácula.
— Tenha um bom dia, senhorita Agnella — diz a empregada após me deixar em frente a uma porta específica.
— Pode me chamar apenas de Lenna — sorrio, envergonhada.
A empregada assente positivamente com a cabeça sem dizer nada e, então, se retira.
Respiro fundo, tentando controlar meu coração. Eu tinha que manter o foco, tinha que ser profissional, não podia perder essa oportunidade. Só de pensar que irei falar com o temível Senhor Deh'Vil um gélido frio na espinha me abraça e minha mente se torna apenas vento. Levo minhas mãos em direção a porta, batucando a mesma três vezes, esperando uma resposta de alguém que estivesse lá dentro.
— Entre — uma voz masculina soa abafado do outro lado da porta de madeira escura avermelhada.
Coloco minha mão sobre a maçaneta dourada da porta e giro, abrindo-a a minha frente logo em seguida. Dou o meu primeiro passo para adentrar o escritório e a imagem de um homem se forma em minha frente nitidamente. Ele não era um velho caquético, com calvície e uma monocelha, como eu pensava que era. Pelo contrário. Vestia um terno de cor forte, cabelos ondulados de um tamanho proporcional, a tirar pelo seu físico simples. Estava de pé, de costas para mim, fitando, com um copo em mãos, alguma coisa do outro lado da janela de vidro bem limpa. Parecia preso em pensamentos devasto de mero nada.
Passo meus olhos sobre a mesa de escritório cheia de papéis e pastas por organizar e, por algum motivo, há um pequeno barco de papel em meio a tantos papéis amassados. — Provavelmente fora feito por sua filha. — Penso eu, franzindo os lábios.
Fecho a porta do escritório atrás de mim, o que chama a sua atenção. Ele parece ter acabado de acordar de um transe profundo. Calmamente, ele coloca sobre a mesa o copo quase vazio. Pela coloração da bebida deduzo ser whisky.
Ele leva suas mãos até seu rosto, passa seus dedos por entre seus cabelos negros que revela um rastro de cabelos brancos dos dois lados de sua cabeça e, então, se vira para mim, ajeitando sua gravata cinza de forma refinada e confiante de si.
— Deduzo que seja Lenna — ele comenta, afirmando, como se já soubesse quem eu era antes mesmo que eu precisasse me apresentar.
Ele me avalia com seus olhos, olhando-me da cabeça aos pés, bem lentamente, como se observasse cada detalhe que eu escondia e nem sequer sabia que escondia.
— Sim. Sou eu mesma.
— Eleanor disse que havia contratado uma nova babá para Dayse, mas… — ele dá uma pausa, organizando alguns papéis. — Não pensei que fosse tão criança — completa ele, apoiando seu antebraço sobre a mesa.
Sinto a palavra “criança” pesar sobre minhas costas de forma debochada da sua parte.
— As aparências enganam, Senhor Deh'Vil — digo, tomando postura, numa tentativa vã de não exalar fragilidade. — Tenho vinte e um anos — deixo claro.
Ele abaixa a cabeça, rindo como se eu tivesse acabado de contar uma piada. Seus risos debochados me deixaram constrangida e percebo que seus dentes são perfeitamente brancos e alinhados.
— Uau! — ele ergue sua cabeça, me olhando ainda com um leve esboço de riso debochado nos lábios. — Vinte e um anos — ele repete, pegando mais whisky e despejando no copo. — Saiba que sua idade não muda o que penso de você, criança — ele tira um gole de sua bebida de forma séria.
Tudo permanece em silêncio até então, sem que eu ou ele falássemos uma palavra. Sinto vontade de abrir um buraco e enfiar a cabeça dentro depois de tudo o que ele disse. Me sinto patética. Fui muito patética.
E no devasto silêncio daquele escritório, pode-se ouvir o batucar dos dedos do Senhor Deh'Vil sobre a mesa de madeira, me fitando seriamente com os olhos castanhos.
— Bem… — ele começa a dizer. — Não temos muitas escolhas a não ser te contratar — ele dá a volta em sua mesa de escritório, se colocando a frente da mesma.
Um sorriso rígido se forma em meu semblante e sei que estou parecendo uma paranoica.
— Isso quer dizer que estou contratada?
O Senhor Deh'Vil revira os olhos, como se estivesse cansado de mim.
— Não irei repetir — ele diz com indiferença. — Aliás, poucas querem trabalhar conosco e mínimas conseguem ficar — ele tira um gole de seu whisky, saboreando-o. — São um bando de incompetentes!
Sinto como se meus ossos estivessem velhos e enferrujados de tão tensa que estou. O Senhor Deh'Vil fecha os olhos, deixando de lado o copo já quase vazio novamente.
— Amanhã de manhã um dos meus motoristas irá buscar você e suas malas — ele pega o pequeno barco de papel com delicadeza e abre uma gaveta de sua mesa. — Irei deixar reservado um quarto para você — ele fecha a gaveta, após ter guardado o barco de papel. — Qual a sua cor favorita? — ele cruza as mãos.
Arregalo os olhos.
— Como assim? — a pergunta sai mais desesperada do que eu gostaria de transparecer.
— Irá ser a babá da minha filha, jovem Lenna — ele leva uma mecha de seu cabelo para trás da orelha e uma mecha branca cai sobre seus olhos.
De todas as pessoas dessa casa, o Senhor Deh'Vil é o único que me chama pelo nome e nunca pelo sobrenome. Como se não fizesse questão de me chamar pelo sobrenome como qualquer pessoa comum faria.
Aparentemente, ele odeia ser como as outras pessoas. Não faço questão que me chamem pelo sobrenome. Ser chamada pelo primeiro nome é mais confortável.
— Aliás, — ele volta a dizer. — Dayse tem pesadelos algumas noites. E não deixa ninguém dormir com seus ataques. Então, — ele aponta seu dedo indicador em minha direção. — É trabalho seu, como babá, acalmar ela e me deixar dormir.
Não digo nada, apenas confirmo com a cabeça. Não queria deixar meu apartamento para morar nessa fortaleza. Porém, não poderia deixar esse emprego simplesmente escorregar de minhas mãos como água.
Não deve ser ruim viver em uma fortaleza como esta.— E irá ter uniformes de trabalho — ele leva seus olhos a minha roupa e faz careta.
— Gosto das minhas roupas — aperto a barra da minha saia.
— Estamos contratando uma babá, não um palhaço colorido — ele diz, rudemente.
Assinto, novamente me sentindo patética.
— Estamos entendidos? — ele pigarreia, chamando a minha atenção.
— Sim, Senhor Deh'Vil — assinto.
— Ótimo! — ele se senta em sua cadeira giratória. — Dayse está na escola, amanhã apresento vocês — ele pega uma caneta dourada e pega alguns papéis, sem dirigir seus olhos a mim. — Vá! — ele faz um gesto com a mão, voltando ao seu trabalho.
Viro-me para me retirar do escritório, porém algo me impede.
— Criança, não respondeu a minha pergunta — ele estreita seus olhos dentro dos meus. — Qual a sua cor favorita?
— Rosa — respondo. — E a sua? — arqueio uma sobrancelha.
Ele hesita por breves segundos.
— Cinza. Eu gosto de cinza.
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Diabo - Saga Deh'Vil I [DEGUSTAÇÃO]
Romance2° EDIÇÃO ~Sinopse~ Em Beller, há rumores de uma família misteriosa, arrogante e nojenta, que vivem confinados numa mansão em um morro acima da pequena cidade, cercados por centenas de pinheiros. O grande Senhor Deh'Vil, como a população c...