Capítulo 5

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Por Runner

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Por Runner

O sofrimento é algo que conheço muito bem, por muito tempo ele foi o meu companheiro. No dia da minha liberdade fiquei com tanto medo de colocar meus pés fora daquela cela, que foi necessário três NEs para me tirar lá de dentro.

Demorou um tempo para me acustumar com a liberdade. Era estranho poder ir onde quisesse, comer coisas que nunca tinha comido. Era estranho e  bom ao mesmo tempo. Com o passar dos meses fui me acostumado com ela e a liberdade deixou de ser estranha.

Mas foi quando fui morar na Reserva que encontrei realmente a minha liberdade, conheci o real sentido de ser livre.  Poder correr e rugi por toda aquela mata, libertou o animal selvagem dentro mim.

Me libertou.

Depois de sentir tudo isso fica ainda muito mais difícil voltar a ficar presso. A única coisa que me mantém bem é saber que não ficarei por muito tempo aqui.

Meus irmãos não vão parar de me procurar ou, em algum momento, as pessoas que me mantém prisioneiro vão fazer alguma coisa errada e eu vou aproveitar.

É uma questão de tempo.

Estou aqui há dois dias,  eles vem me trazer comida de manhã e a tarde, sempre fazem a mesma coisa, colocam tudo no chão, rente a cela e empurram com um cabo plástico para uma distância que der para eu alcançar e vão embora.

O único que falou comigo foi  Fernando, o resto não fala e nem fica muito tempo aqui.

Mais uma vez escuto o som deles  se aproximando e quando se aproximam mais, me preparo para o momento, fico de pé, mostrando toda a minha altura e força.

Posso está preso, nú e subjugado, mas sou um Nova Especie forte e digno, eles nunca vão tirar isso de mim.

Fernando entra seguido por Carlos e a  fêmea
que se aproveitou da minha boa intenção, logo atrás deles entra Jonny arrastando uma fêmea nua, que quando levanta por alguns segundos sua cabeça e nossos olhos se encontram.

Sinto um puxão no peito, é como se alguém enfiasse a mão nele e com punhos fortes o esmagasse.

A fragilidade dela me deixa nervoso e faz com que me sinta mal por não poder responder ao seu pedido de ajuda.

Seus olhos me pedem socorro, falam de dor e vergonha...

Tão pequena... ela é no meio deles, encolhida e tentando esconder seu corpo minúsculo dos olhos de todos.

Ela não consegue.

Queria ser mais forte e quebrar essa corrente e essas grades que me impedem de chegar até eles e
arrancar as mãos de quem deixou marcado seu rosto, pescoço e braços.

Pode não ser hoje ou amanhã, mas eu vou fazer com que se arrependam de colocar os dedos e os olhos nela.

Eu prometo dor.

Eles são homens fracos, não me machucaram, me mantém presso mas não me tocam e a ela por ser uma fêmea indefesa machucam.

Mesmo não querendo me controlo, não falo nada. Temo que se eu deixar minha raiva vazar, ela pague.

Não vou deixar que a machuquem mais por minha causa, se eu não tivesse tolamente pulado daquele muro, ela não estaria aqui. Nós não estaríamos passando por tudo isso.

Admito meu erro, minha culpa.

Me mantenho firme e espero sem  poder fazer mais nada a não ser dá meu silêncio e como prova do respeito por ela desvio meus olhos e espero pelo próximo passo deles.

Os quatro ficam a uma certa distância e Fernando com sua voz autoritária despeja suas más intenções mais uma vez.

—Hoje vamos dar início a segunda parte  do meu objetivo.

Ele olha para a fêmea encolhida, mas seu foco está em mim. Pela postura dela e a minha, ele sabe que serei o mais  difícil de obter  cooperação pela intimidação.

Ele está certo.

Não sinto medo ou vergonha, eles não sabem, mas isso aqui não é nada comparado a tudo que já fizeram comigo ou a tudo que já fui obrigado a fazer.

Não vou participar de nada, não vou fazer qualquer coisa que ele queira,  suas ameaças não fazem nada em mim.

—Estou investindo muito tempo, dinheiro e energia nisto. Não há margem para erros por isso vou fazer o que tenho de fazer. Amélia.

A mulher que  se aproveitou da minha boa intenção sai do galpão . Ela não me olhou  diretamente e nenhum momento e nem o fez com a fêmea.

Sua postura é de alguém fria, mas há algo nela, alguma coisa estranha. Essa é a primeira vez que vem aqui, é a primeira vez que posso vê-la em todos os sentidos, o que vejo não condiz com a mulher que me acertou os dardos. 

Não sei o que pensar sobre ela, sua presença me deixa com raiva assim coma as dos três homens, mas a dela me deixa com um gosto estranho na boca. Não sei explicar o que é.

Deixo de lado esses pensamentos quando ela volta carregando uma arma de tranquilizante.

Fernando sorri quando ela volta.

—Como sei que não vai fazer nada do que eu quero, sou obrigado a usar a droga  de reprodução que você conhece, já que ela foi  amplamente utilizada pela farmacêutica Mercile. Amélia deixe ele saber que falo a verdade.

A fêmea com uma ampola na mão se aproxima da grade e joga para mim. Eu a seguro, quebro o lacre e sinto o cheiro que todo Nova Espécie reconhece e odeia.

Essa droga tira o nosso direito de escolha, o extinto de procriação é tudo que resta em nós depois de recebê-la em nosso sistema e em alguns casos o efeito demora dias para passar completamente. Sentimos muita dor, a dor é tanta que enlouquecemos se lutamos contra seus efeitos, só o sexo alivia.

Por isso essa droga é tão eficiente, para diminuir a dor temos que ceder em compartilhar sexo, se não cedermos, a droga nós enlouquece e assim atacamos as fêmeas inconscientemente as machucando e , em alguns casos, os  ferimentos são tão graves que elas não resistem...

Prefiro a morte a ter isso no meu sistema outra vez.

— Tenho muitas desses só para você saber. Bem, eu avisei  que havia uma maneira não,é?

Como queria jamais te pulado daquele muro...

Continua...

★★★

Lindas do meu ❤️

Peço desculpas pela demora, sou uma tartaruga escrevendo 😓

Peço que tenham paciência com a lerdinha aqui.

Agradeço muitíssimo pelos comentários, cada um que leio me deixa de coração cheio.

Vcs são nota
10000000000000000......

★★★

❤️

O próximo capítulo não tem data para ser postado.
🌼🌼🌼

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