Ele estava ali novamente. Meu belo pintor chegava carregando sua mala de tintas e seu cavalete que colocou na frente da fonte como sempre fazia. Ele abriu a mala e suas mãos finas e sujas de varias cores escolhiam pincéis e tintas adequadas à ocasião. Ele sempre foi exigente com tintas.
Mudou a posição da tela e seus olhos como dois rubis esquadrinhavam o local calmamente, passando por onde eu estava e não me vendo, (afinal sei me esconder muito bem) procurando o que pintaria. Limpando as mãos nos jeans surrados ele bagunçou os cabelos negros apertando os lábios finos em uma expressão de duvida. Ele optou pelo sol que estava se pondo naquele momento fazendo sua luz refletir na fonte criando um belo espetáculo. Seus olhos carmesins brilharam de inspiração. Ele tinha decidido.
Batendo as mãos, satisfeito, pegou um lápis e começou a traçar primeiramente a fonte e seu arredor. Ele gosta de detalhes tanto quanto gosta dessa paisagem. Logo em seguida foi a vez das camadas de cores do por do sol, desenhando seus últimos raios mais escuros. Seu desenho tomava forma junto com seu sorriso de satisfação.
A imagem tomava forma de acordo que a ponta do grafite tocava a tela, logo passando para pinceladas em tons de amarelo, laranja e vermelho colorindo a bela paisagem e eu voltava a me perguntar:
"Como não amá-lo? "
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cheguei, escrevi e corri
Short StoryAlguns curtas "leves" para qualquer hora e qualquer lugar e trechos de histórias aleatórias minhas. Algumas tem certo sentido, outras nem tanto, porém todas são igualmente preciosas.