Fruto do odio, ser vil das trevas que habita o mais profundo âmago de nossa alma. Uma pequena menina que cresce alimentando-se da dor.
Makina. Assim denominada por sua hospedeira, o demônio decomposto se fortalece a cada fagulha. A cada sentimento de odio que senti. Inicialmente tomava a forma de um esqueleto, pequenos restos de carne ainda estavam em seus ossos e suas órbitas oculares vazias fitavam a fonte de sua força, sua presa, com uma fome voraz. O som dos ossos se chocando enquanto seus braços pendem a frente de seu corpo, balançando três vezes ate o ataque.
Trec trec trec, eles fazem. Ela abre a boca sem lingua e fala com uma voz doce e conhecida, ela súplica por entendimento, a sua forma se distorce e muda e a sua frente nao há mais makina. Nao ha mais morte. Nao ha mais odio. Seu amor lhe estende a mão sorrindo, você se aproxima para segurá-la e acha que assim vao sair do lugar medonho de onde se encontram. Engano.
Enquanto uma bela historia de final feliz lhe é contada, ela o envolve no abraço esquelético, sugando cada gota de vitalidade que resta até seu corpo se desfazer em pó. Ela sorri, mostrando o rosto, semidecomposto mas inteiro, para a sua criadora.
Fim ao ódio, inicio ao demonio. Ela assombra a todos nós, se alimentando e fortalecendo. O que será que acontecerá quando ela se completar?
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Cheguei, escrevi e corri
Short StoryAlguns curtas "leves" para qualquer hora e qualquer lugar e trechos de histórias aleatórias minhas. Algumas tem certo sentido, outras nem tanto, porém todas são igualmente preciosas.