Epílogo - Parte I

313 33 27
                                    

- Mãe? - ouvi a doce voz de Melinda, a olhei e ela estava sorrindo. Me enchi de emoção instantaneamente.

É a primeira vez que a vejo sorrir verdadeiramente depois de tanto tempo, depois de tudo que o Doutor Phill Grant falou.

Nós nos casamos alguns meses depois do meu julgamento e tentamos ter filhos, mas não conseguimos. A princípio pensei que o problema fosse comigo, então fiz todos os exames necessários e não havia problema algum. Melinda fez os mesmos exames e o maldito veneno de Laura afetou seu organismo, privando dela o direito de ser mãe.

Me lembro de Melinda chorando todas as noites pensando que eu não estava vendo. Ela até chegou a me dizer que eu podia me separar dela e arrumar outra mulher que pudesse me dar o que ela não podia. A sensação que senti quando ela disse isso não sai de minha memória. Senti raiva de mim mesmo. A culpa também era minha.

Mas agora, vendo o mesmo doutor Phill Grant falar que ela está grávida, uma alegria sem tamanho me envolve.

- Sim senhora Mortmain, a senhora está grávida, está com seis semanas de gestação. Não havia percebido antes?

- Não. - ela se controlava para não pular de alegria, eu podia ver. - Minha menstruação sempre atrasa, é um dos efeitos do veneno que eu ingeri.

- Bom, - o médico começou a rabiscar algumas receitas e continuou falando - não vou esconder que sua gravidez é de risco e pode ser que ela não vá adiante, - Melinda segurou minha mão e deu um aperto forte - e pode ser que vá. Tudo vai depender de como você se cuidar.

- Pode deixar que eu mesmo irei cuidar dela doutor.

- Bom, voltem daqui duas semanas para o ultrassom.

Apertei a mão do médico e saímos do consultório.

- Miguel, você tem noção do tamanho da minha alegria? Eu vou ser mãe! Ah! - ela me abraçou forte e por alguns instantes tornei a pensar na doce menina que ela um dia fora. Hoje ela é uma mulher muito bem evoluída tanto física quanto emocionalmente falando.

- Eu tenho sim, afinal, eu sou o pai.

Ela riu. Meu Deus como eu senti falta desse sorriso lindo que tantas vezes me alegrou em minha juventude.

Fomos para casa com a intenção de darmos as boas notícias para a família, mas no meio do caminho Melinda recebeu uma ligação e ficou preocupada de imediato.

- Meu amor, o que houve? - perguntei concentrado na estrada.

- Melanie saiu de casa e está indo morar com o Josh. Mamãe e papai estão fora do país e estão loucos por causa da princesinha deles.

- Mas porque ela quis sair de casa?

- Não sei, acho que foi por causa da faculdade dela e um emprego que ela conseguiu. Eles não concordam.

- Quer ir ver seus irmãos? - pergunto mesmo sabendo qual será a resposta.

- Sim, podemos aproveitar para dar a notícia. O que acha amor?

- Perfeito.

Nos dirigimos até o apartamento de Josh. Subimos no prédio e como já erámos conhecidos pelo porteiro, não houveram problemas. Tocamos a campainha três vezes, e quando a porta finalmente foi aberta encontramos Josh com os cabelos para todos os lados e uma expressão de cansaço.

Melinda o abraçou e ele suspirou.

- Se acalme Josh, vai dar tudo certo.

- Eu sei Meli, mas eles são tão difíceis de lidar, eu não consigo ter uma conversa decente com eles. Eles simplesmente não entendem a Melanie.

A Garota No Manicômio - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora