Capítulo 2 - Instalar as reféns às novas condições

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DIEGO:

Com muito esforço e luta consegui raptar a Eva. Não pensei que ela fosse dar luta daquela forma! Mas enganei-me... e subestimei-a...

Quando eu pensava que conseguiria fazê-la vir comigo sem aparato, ela surpreende-me com um ataque físico à zona mais fraca e vulnerável que um homem pode ter. Instintivamente o meu lado de defensor e de ataque ativaram-se. Percebi na hora que ela não viria pelo seu próprio pé, eu teria de a trazer inconsciente consoante o plano B.

Mas quanto à tentativa da estatueta não gostei, ela podia ter-me aberto a cabeça!!!

Por sorte, eu consegui proteger-me a tempo. Mas não vou deixar passar isto em branco! Nem o pontapé de surpresa! Agora que ela está sob o meu domínio eu posso fazê-la pagar por isso!

Abandonando os meus futuros planos por umas horas, observo Eva inconsciente depois que tive de usar o clorofórmio nela, e é absolutamente fantástico... ela parece um anjo a dormir... nem parece que tentou matar-me há 5 minutos!

Viro-a de barriga para cima e sorrio ao observá-la um pouco melhor, finalmente tenho o que quero. Levanto-me e trato de deixar o apartamento mais ou menos em condições para quando as vierem procurar não se perceber de imediato que houve um duplo rapto. Até que recebo uma chamada da pessoa que é a minha cúmplice em toda esta aventura, e atendo:

- Diego, temos de ir... porque é que estás a demorar tanto?

- Já vou - apenas respondo desligando a chamada e encurtando o interrogatório. Sinto que quando chegar ao carro vou ter tempo para isso.

Volto até junto de Eva e baixo-me, pego nela ao colo, apago as luzes e levo-a comigo embora.

Enquanto o elevador desce, aproveito mais um par de vezes para observar Eva. O seu sono é profundo, e os seus lábios entreabrem-se um pouco enquanto esta permanece neste estado, quase como a pedir para serem beijados e a maldição quebrar. Dentro de mim sinto o desejo e a vontade de beijá-la, mas todo este momento é afastado quando o elevador toca, sinalizando que páramos no piso 0 e que já vamos sair. Então apenas sussurro antes das portas do elevador se abrirem:

- Tenho grandes planos para ti Eva...

A porta do elevador abre-se e eu caminho rapidamente em direção ao carro que me espera do lado de fora. O objetivo é que ninguém me veja a passar e se me virem, que não me reconheçam nem percebam o que está a ocorrer neste momento.

Júlio vê-me aproximar e destranca as portas do carro. Abro a porta de trás e sento Eva colocando-lhe o cinto. Junto os seus pulsos à frente do seu corpo para os amarrar com a corda que estava no banco do meio, e de seguida, amarro-lhe os tornozelos. Se ela tentar fugir bem que terá um longo processo para se libertar.

Fecho a porta do carro e entro para o lugar que acompanha o condutor. Júlio arranca em direção ao nosso destino e inicia o interrogatório:

- Porque é que demoraste tanto tempo?

- Ela ofereceu resistência - respondo de forma curta não querendo comentar muito sobre o nosso primeiro reencontro desagradável ao fim de tantos anos.

- A mim me parece que o plano A falhou - comenta Júlio tentando obter mais informações para o que pode ter corrido mal.

O Júlio conseguiu capturar muito bem a Marta. Vê-se logo que ele tem jeito e experiência neste tipo de ofícios. Agora com a Eva foi diferente e estranho para mim. Ela sempre significou algo para mim desde que a conheço. Nunca pensei que chegaria até este momento na vida para que os nossos caminhos se cruzassem desta forma. E o Júlio tinha razão. O plano A que consistia entrar no apartamento, esperar pela Eva, surpreendê-la por trás e levá-la sem a colocar inconsciente não resultou. Não resultou por minha culpa, porque eu vacilei assim que a voltei a ver perto de mim ao fim destes anos todos. Antes de eu e o Júlio raptarmos a Eva e a Marta, nós estudamos os horários e as rotinas de ambas. Eu segui-a e persegui-a à distância. Mas estar perto dela, cara a cara, interagir com ela, é bem diferente do que a assistir a vários metros de longe como eu tinha feito nas últimas semanas. A minha vontade era tocar-lhe e conversar, mas nada disso faria sentido, pois como explicaria eu ter entrado no seu apartamento e a sua amiga não estar em casa? Ela chamaria a polícia no mínimo. E se há coisa que não posso ter atrás de mim neste momento são polícias. Em vez de a surpreender por trás, apareci-lhe pela frente, claro que tudo isto mudaria o decorrer dos planos, terminando o nosso reencontro no plano B.

Vais ser minha - "Só te raptei para ter a certeza" Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora