Capítulo 4 - Começar leve

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DIEGO:

Eu sabia que era uma péssima ideia deixar a Eva com Júlio. Enquanto conversava com Marta para tentar obter mais informações sobre a Eva e futuramente usar a meu favor, ouço um grito de Eva. Marta estremeceu de medo, e a única coisa que eu sabia naquele momento é que eu tinha de estar naquele quarto antes que as coisas piorassem.

Levanto-me e abandono Marta naquele quarto. Caminho rapidamente, e entro no quarto de Eva, à qual vejo algo que me enfureceu amargamente, Júlio estava a ser sádico, e ao contrário do que me prometera tinha tocado em Eva. E pior, para magoá-la, o que me deixou ainda mais possesso com a situação e com ele.

Júlio ao perceber que mexeu demais comigo, abandona o quarto, e por momentos perco-me numa nova imagem que eu próprio tinha criado, a Eva amarrada naquela posição. Uma posição que a forçaria a ficar ainda mais irresistível para poder falar e interagir connosco. Por momentos, o meu cérebro perde-se na sedução que ela exala inocentemente. Até que volto à Terra, e trato-lhe do corte. Por sorte não foi visceral, apenas algo que vai passar daqui a uns dias. Eva tentou estabelecer contacto comigo, mas sem sucesso. O meu único objetivo naquele momento era abandonar aquele quarto e ajustar contas com Júlio.

Assim que abandono o quarto de Eva, vou até à cozinha, da qual encontro Júlio muito relaxado a beber uma cerveja depois do seu trabalhinho sujo. Fecho a porta marcando a minha presença e apenas pergunto de forma calma e friamente:

- Que ideia foi a tua de esfaqueares a Eva?

- Só medi forças com ela - declara Júlio mostrando desinteresse à minha raiva mascarada de calma - portanto, quando ela tentar manipular-me vai perceber que vai ter de pagar caro por isso. Por cada manipulação abro um corte diferente.

- Não foi isso que combinamos entre os dois! - Ranjo-lhe começando a mostrar mais da minha raiva definindo - a Eva é minha. Afasta-te dela seu sádico miserável. 

Júlio por fim sorri face à minha raiva que ia mostrando cada vez mais de si. Pousa a cerveja em cima do balcão que nos separa e responde-me com desprezo:

- Eu não quero saber dela para nada. Há mais e melhores. E mais acessíveis. A única coisa para que quero a Eva é para o dinheiro. E isso foi o que acordamos entre os dois.

Através do seu desprezo e das palavras escolhidas, percebi que Júlio aproveitou para me provocar com alguns detalhes da situação em questão. Contudo, relembro-lhe:

- E se queres assim tanto o dinheiro pelo resgate dela, tenta a manter viva. Caso contrário, seremos dois homens mortos.

- Achas mesmo que ela vale tudo isso? - Provoca Júlio com malícia - sejamos francos Diego. De mim para ti. Ela não te quer. Se ela fugisse e tivesse oportunidade, a primeira coisa que far-nos-ia era denunciar-nos, e arruinar com as nossas vidas, PARA SEMPRE! Eu já falei com ela. Eu vi no olhar dela, que aquilo que ela sente por ti é terror e nojo! Uma mulher que sente isso por algum homem NUNCA vai ficar com ele! A única pessoa que se anda a enganar aqui és tu. E eu só te estou a fazer um favor! A pô-la na linha! Para que ela não se lembre de fazer nada de estúpido ao ponto de sermos dois homens mortos como bem referiste!

- Só estiveste uns minutos com ela, e a única coisa que soubeste fazer foi agir impulsivamente e passar à ação - respondo à provocação, provocando-o também - nunca te disseram que uma mulher tem de ser conquistada!? Será que é por isso que não consegues estar com uma por mais de duas horas!? Não é de um bruto que elas gostam. Nem tão pouco de um homem que lhes faça mal. Ela pode ter terror e nojo de mim, e isso deve-se ao facto de não me conhecer bem. Todas as pessoas podem mudar de opinião, inclusive tu. E em resposta à tua pergunta. Sim. Ela vale tudo isto. Eu só vou descansar quando ela perceber que eu sou tudo aquilo que ela precisa e tudo aquilo que lhe posso dar.

Vais ser minha - "Só te raptei para ter a certeza" Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora