Capítulo 17

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HERICK

" No fundo ela não passara de uma caixinha de música desafinada"

( Clarice Lispector)


Acordo pela manhã, tomo uma ducha, enrolo uma toalha em minha cintura, faço meu café. Coloco minha roupa e dou um tempo para sair.

Não quero encontrar com a maluca hoje, ela sai sempre no mesmo horário, vou espera-la sair depois eu saio.

Ela quer me enlouquecer, mas não vai conseguir.

Os minutos se passam e ás 07:45 ouço barulho de porta, corro para olhar pelo olho mágico.

Ah... Pode ir danada, hoje não entro nesse elevador com você nem amarrado.

Sei que você quer me ver... vai ficar querendo... Mas eu estou vendo você sua maluca.

Vou para o quarto pego meu celular espero um pouco abro minha porta e saio.

Quando me viro depois de ter fechado minha porta, dou cara com ela encostada na parede com os braços cruzados.

─ Bom dia! ─ Viro o rosto e não respondo. Ela insiste.

─ Por que você não quer falar comigo?

─ Porque você é louca.

─ Ah... Mas acabou de falar com a louca. ─ Dou um sorriso e mordo os lábios tentando conte-lo.

─ Falei sem pensar.

O elevador chega em nosso andar. Ela entra e eu fico de fora. A doida segura a porta e me chama sorrindo.

─ Vamos vizinho estamos atrasados.

─ Não vou entrar ai com você.

─ Por que?

─ Porque não quero.

─ Ah... para de ser criança, entra logo. ─ Ela me puxa pelo braço.

─ Me larga mulher... Desce depois eu vou.

─ Só vou descer se for com você. ─ Acabo não resistindo, ela é muito engraçada e sexy. Mas faço o nervoso.

─ Ah... meu saco! Tudo bem eu entro mas... fique bem longe de mim.

─ Sempre fiquei. ─ Ela fica na minha frente e eu me encosto no fundo a porta se fecha.

Olho para o espelho e percebo que ela me observa, eu olho para o teto.

Não vou olhar para sua bunda hoje.

─ Tem alguma coisa no teto?

─ Me esquece... por favor. ─ Ela começa a rir e eu também.

Não adianta ela mexe comigo mesmo. ─ A doida vira-se em minha direção.

─ Não dá... eu fico pensando em ontem. ─ O elevador chega ao térreo e ela sai. Vou atrás dela e pergunto.

─ Pensando o que?

─ Em tudo que aconteceu.

─ Mas... não aconteceu nada.

─ Por isso que fico pensando.

─ Você gostaria que tivesse acontecido alguma coisa?

─ Claro que sim.

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