Capítulo 11

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HERICK

"São preciso duas pessoas para falar a verdade, uma para falar outra para ouvir"

A maluca fugitiva está sentada em minha frente, quando me disseram que haviam marcado uma entrevista e que Augusto tinha ido embora, mandei que desmarcassem , mas como não conseguiram, resolvi fazer eu mesmo.

Não tive tempo de saber nada sobre a pessoa, muito menos quem era, só me disseram que a pessoa havia chegado e que não tinha quem atende-la.

Fico muito surpreso quando a vejo em minha sala, mas gosto muito da surpresa.

Só temos um problema, nunca conseguimos conversar como pessoas normais, mas começo a entrevista assim mesmo. Lógico que com algumas provocações.

"É melhor parar de brincadeira e falar a verdade, ela sabe o que eu estou fazendo... daqui a pouco vai querer ir embora."

Olho para ela que está apreensiva olhando para mim, sei que também não esperava me encontrar aqui, talvez nem acredite que sou o dono da empresa mesmo.

─ Me desculpe a brincadeira, mas se quiser podemos marcar a entrevista para outro dia...

─ Que palhaçada é esta? Isto é tudo uma brincadeira?

─ Não... mas é uma oportunidade de conversarmos...

─ Como assim?

─ Porque você sempre foge e me deixa falando sozinho... Eu estive em seu antigo emprego e um rapaz chamado Nícolas, não quis falar seu nome e nem me dar seu telefone... Alias eu já vi você duas vezes com ele... ─ Ela se levanta muito brava e começa a falar.

─ O que é isto? Você virou um stalker ? Fica me perseguindo?

─ Não... você quem me fez agir assim... Mas no dia do Hipermercado eu realmente te segui.

─ O que?

─ Precisava falar com você.

─ Eu sei muito bem do que você precisava.

─ Me fala... do que você tem medo? Eu só quero marcar um encontro com você, pra gente sair, conversar, quero te conhecer melhor... Não quero te encontrar em qualquer lugar e transar no meu carro sempre, pelo simples motivo de você não querer sair do local para não perder a coragem... ─ Ela me interrompe.

─ Eu já te falei pra me deixar em paz.... esquece que eu existo.

Me levanto me aproximo dela, ela se afasta, caminha vai até a janela, vou atrás dela.

"Será que só consigo conversar com ela como um doido?"

Está de costas para mim, me aproximo a prensando com meu corpo, passo meus braços em sua cintura, ela não oferece resistência, olha para as torres da avenida e me pergunta.

─ Você é mesmo o diretor desta empresa? Ou é algum funcionário que está se passando por ele?

─ Sou sim... não estou te enganando.

─ Eu não posso trabalhar aqui.

─ Por que? Se começar a trabalhar aqui, vai ser por puro mérito seu, não tem nada com nossos encontros malucos.

─ Tem certeza?

─ Sim... jamais faria isso... eu tenho ética e princípios, não contrataria uma pessoa que não fosse qualificada.

─ Preciso ir embora... tenho que pensar se ainda quero fazer a entrevista outro dia.

─ Eu quero que você faça... ─ Ela me interrompe.

─ Como vou saber se não foi você quem me quis aqui.

─ Prometo não me envolver em sua entrevista... ninguém sabe que te conheço.

─ Vou pensar mas tenho que ir embora.

Sinto o calor de seu corpo, quero esta mulher em meus braços, ela vira para mim, seu olhar sedutor e enigmático me confundem.

Eu seguro suas mãos e a conduzo, caminhamos até o outro lado da sala, abro a porta de vidro, saímos na sacada do prédio, onde podemos ver a lua e falo.

─ A lua está linda hoje... não acha?

Quero começar uma conversa sem nexo, porque sei que só funciona assim e eu adoro uma conversa maluca.

─ Sim temos uma bela lua hoje. ─ Ela olha para mim e da um sorriso. Começa a olhar para as torres da Av. Paulista.

─ Gosta de torres? Já escalou alguma?

─ Não.

─ Escalar torres pode ser muito perigoso mesmo. ─ Com seus olhos sedutores ela me responde.

─ Eu adoro o perigo.

─ Oh... então está disposta a escalar uma? ─ Mais uma vez ela me confunde.

─ Não... não estou.

Tento ir para a lua novamente para ver se rola alguma coisa e falo perto de seu ouvido sussurrando.

─ Você reparou? É lua cheia... ─ Ela responde me ironizando.

─ Vai virar um lobisomem? Devo ter medo?

─ Não... mas posso te fazer uivar como uma loba no cio.

─ Não vou uivar... nem sei se as lobas uivam. ─ Ela fala mansamente.

"Não entendo como pode mudar de atitude assim."

A maluca passa seus braços em meu pescoço, fixando seus olhos aos meus, não diz nada, apenas me olha, eu falo.

─ Acho que os lobos uivam porque querem ir para a lua... já teve vontade de ir para lá?

Ela se move sensualmente com seu corpo junto ao meu, já posso sentir minha ereção, meu pau é o foguete que preciso para leva-la até a lua, a doida beija meus lábios sem que eu espere e responde.

─ A Lua está linda homem foguete... será que você consegue me levar para lá?

Estou pronto para leva-la, estou louco para possuí-la, mas não aqui, quero conhecê-la melhor, quero estar com ela em um lugar onde ela queira estar comigo. Mesmo com toda minha vontade me afasto e falo.

─ Sim posso.... mas não agora.

─ Por que?

─ Porque estamos em minha empresa... aqui seria assédio... eu quero marcar um encontro com você.

─ Por que um encontro?

─ Para sairmos... se não for assim, não quero... Você aceita sair para comigo?

Ela me olha meio confusa, tenho medo de não aceitar e sair correndo.

─ Não... eu já falei que nunca mais quero te encontrar... esquece que eu existo.

"Ah... não... incorporou a bipolar novamente."

─ Mas se fosse aqui, sei que iria acontecer... sei que você quer...

─ Eu não quero nada... eu quero paz, quero sossego... e se me encontrar novamente faça de conta que não existo.

─ Vou fazer isto mesmo... agora eu quem não quero.... nunca quis nada sério com ninguém.

─ Ah... que bom ouvir isto... Adeus.

Ela sai bate a porta e vai embora mais uma vez, sem falar seu nome, sem deixar seu telefone, sem querer conversar.

Agora sei que tenho acesso a tudo isso se eu quiser, mas sei que não vai adiantar insistir, é melhor esquecer essa doida, isto não vai dar em nada mesmo. Não quero me envolver, já tenho Cecília minha ex que me da o maior trabalho não sai do meu pé. Ainda bem que essa doida é assim, não quero mais dor de cabeça.

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