Capítulo 4

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"Sei bem o que quero, mas sei que não posso ter"

As semanas se passam, recebo minha indenização, afinal foram 6 anos, de trabalho duro, peguei uma boa grana, tinha algumas férias vencidas, recebo todos meus direitos.

Saio algumas vezes com outras amigas, para algum barzinho, conheço alguns carinhas simpáticos, estou começando me abrir um pouco, parei de achar todos chatos, saio com Nicolas vamos para algum motel as vezes, mas com ele só sexo mesmo.

Ele chega até me pedir em namoro, eu falo que vou pensar, apesar dele ser muito bonito, somos muito amigos, é meio estranho namorar com ele, acho que não daria certo.

Minha amiga Sara, já começa arrumar as coisas para ir embora, insisti muito para eu ir com ela.

─ Julinha vamos comigo... seu passaport está em dia, você viajou o ano passado... você tem dinheiro...

─ Ah Sara... eu prefiro ficar por aqui... tenho um pouco de dinheiro sim, mas é melhor não gastar, tenho que economizar.

─ Você arruma um emprego por lá...

─ Prometo que vou ainda este ano ainda mas... só para te visitar.

─ Eu vou te cobrar a visita mesmo. Ano passado foi incrível quando você esteve lá.

─ Eu vou sim com certeza. ─ Ela me abraça e toda eufórica me fala.

─ Marquei uma despedida com as meninas hoje, vou fazer um bota fora para mim mesmo... bebida por minha conta... Ok? ─ Bato palmas.

─ Obaaaa... vamos lá.

Chamamos um carro pelo aplicativo, porque vou beber e não quero dirigir depois, nos encontramos em um barzinho com algumas amigas que Sara já havia marcado para fazer a tal despedida, o lugar é perto de casa, fica em uma avenida famosa aqui em São Paulo, onde tem muitos barzinhos com mesas do lado de fora, musica ao vivo e uma galera legal.

Ficamos até tarde, bebemos, comemos paqueramos, rimos muito, mas ninguém ficou com ninguém.

Voltamos para casa por volta das 01:45 da manhã, estou meio bêbada, mas sem sono, então tomo um banho, pego meu livro e começo a ler, a história é bastante envolvente, daquelas que tenho vontade de devorar o livro e ler tudo de uma só vez.

Vou lendo e me embalando na história, acabo pegando no sono, sonho novamente com o homem, que desce de sua caminhonete e vem se encontrar comigo.

Ainda não consigo ver seu rosto como eu gostaria de ver, o sonho parece meio embaçado, talvez por causa da bebida que tomei, devo estar bêbada no sonho também.

Ele vem até mim, começamos a caminhar, conversar, sua voz é grossa meio rouca e ao mesmo tempo suave, parece que já o conheço, ele fica a minha frente e ergue minha face para encara-lo.

Acordo no meio do sonho, mais uma vez não consigo vê-lo.

Que merda!

Estou com uma sede danada, acho que foi isto que me acordou desta vez.

Quem mandou beber tanto sua idiota.... você não está acostumada!

Me levanto ainda meio sonsa, vou até a cozinha bebo um copo com água, começo a pensar nele, como eu gostaria de encontra-lo.

Será que esse cara existe? Como posso sonhar com alguém que nunca vi? Nunca vi mesmo... Não consigo ver nem no sonho...

Vou correr para cama e dormir para ver se sonho com ele novamente...

Quero ver o rosto dele... que saco... Já é a segunda vez e não consigo ver rosto nitidamente.

Me deito e fico tentando pegar no sono, mas eu fico pensando nele e não consigo dormir.

Que porra é essa... eu quero sonhar com homem e não consigo dormir porque estou pensando nele...

Eu nem conheço esse cara... devo estar ficando louca mesmo.

Dia seguinte

Levo Sara para o aeroporto logo pela manhã, me despeço dela que ainda diz que vai me esperar mudar de ideia e passar um tempo com ela.

Nos despedimos, choramos um pouco, mesmo ela sendo um pouco maluquinha sei que vou sentir sua falta.

Volto para casa um pouco triste pela partida de minha amiga, mas também aliviada, assim vou ter mais sossego para ler.

Pego meu livro e me jogo no sofá, depois de ler um pouco tiro um cochilo para ver se consigo sonhar com o homem, acordo minutos depois, sem conseguir atingir meu êxito.

Vamos para realidade Júlia...

Pego meu notebook e começo a pesquisar algumas empresas, encontro uma de assessoria e consultoria que precisa de profissionais para área de contabilidade, gestão e recursos humanos.

Analiso o perfil da empresa que é de grande porte, fica na região da Avenida Paulista.

Envio meu currículo com foto para lá, envio para outras empresas também.

Depois de um bom tempo de pesquisa por empresas para trabalhar, fecho meu notebook e vou almoçar.

Leio mais um pouco, saio vou ao shopping, compro algumas coisas, passo no cinema, vejo um filme, gosto de sair sozinha as vezes.

Volto para casa por volta das 22:00, assisto um pouco de TV, penso no filme que vi, vou para cama e acabo dormindo desta vez sem ler.

Sonho com o danado novamente, no sonho ele me chama para sair, eu ainda não consigo ver seu rosto direito, fico agoniada, acordo.

Puta que pariu! Quando que vou ver a cara desse filho da puta?

Que merda... se não quer mostrar o rosto por que fica aparecendo em meus sonhos? Vai se foder! Começo a rir.

Não sei por que acordei tão brava assim, é só um sonho e eu já estou xingando o cara... ele nem existe.

Acho que se um dia encontra-lo vou enfiar a mão na cara dele por ele se esconder assim... palhaço... Dou outra risada.

Encontrar... como vou encontrar uma coisa que minha imaginação criou? Ele não tem nem um rosto definido...

Devo estar endoidando mesmo... preciso é encontrar alguma coisa para fazer... senão vou parar é na psiquiatria de algum hospital...

Ligo para Nicolas o chamo para sair, ele se assusta com o horário.

─ Sair? Agora Júlia...

─ Não... pode ser amanhã...

─ Tudo bem mas... se quiser podemos sair agora sim...

─ Ah Nicolas, nem sei porque te liguei... me desculpe, devo estar carente.

─ Eu quero acabar com esta sua carência, mas você não quer namorar comigo.

─ Ah... se for para você começar com esta conversa podemos cancelar nosso encontro.

─ Não falo mais nisto.

Ele é um cara legal, nos divertimos bastante, gosto dele, mas somente como amigo e como "pinto amigo" também.

"Quem sabe uma boa noite de sexo com ele resolva minha situação, estes sonhos devem ser carência mesmo..."

"Mas não quero namorar... Será que ele não entende?"

Volto a dormir depois de conversar um pouco com meu amigo.

Dia seguinte

A noite me arrumo para meu encontro, Nícolas vem me buscar, me pergunta se eu quero ir para algum lugar beber alguma coisa.

Eu falo que sim, que podemos passar em algum barzinho, perto de casa, escolhemos um e vamos, comemos, bebemos alguma coisa, conversamos, eu conto a ele que enviei alguns currículos via e-mail, ele me deseja boa sorte, depois de muita conversa boa e agradável resolvemos ir para o motel

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