Music Breastfeed ( Is It Love? Colin Spencer )

CAPÍTULO XXII.

                                1

  Colin esperou à sua convidada sentado em cima do palco do galpão.
Queria testá-la à sós, então nem mesmo comunicou à Adam sobre aquilo.
  Uma silhueta bem esculpida e feminina apareceu, e entrou no galpão, após uma hora de espera.
  Colin se levantou, e esperou receber a jovem loura da foto de perfil; ao invés, uma mulher de pele rosada, com ambos braços tatuados com desenhos mórbidos, e de cabelos lisos e tingidos de vermelho escuro que iam até suas coxas se aproximou.
Usava roupas pretas e bem coladas ao seu corpo definido.
  Ele ficou boquiaberto ao vê-la da cabeça aos pés.
  Ela sorriu, e tirou os óculos escuros de seu rosto, revelando sua heterocromia.

- É aqui? Nightmareden...

Ela olhou ao redor.
Sua voz era melódica e feminina.
  Colin a imaginou fazendo um gutural.

- Lesley? Lesley Manley?

  Ela riu.

- Não exatamente. Mas prazer.

  Eles deram um cumprimento de mãos, e ela se sentou sobre o palco, cruzando suas pernas, e observando a bateria de Adam montada atrás de si.

- Então aquela da foto não era você. Bom, eu já suspeitava.

  Ele sorriu, e se sentou ao seu lado.

- Não, não era. Foi difícil encontrar alguém com tatuagens de cereja. Isso é algo que eu não gosto de esconder. - ela se encurvou e o mostrou ambas cerejas tatuadas em seus seios estufados - O nome dela é Jennya Quinzel. É uma amiga, eu a pedi autorização para usar sua imagem.

  Colin desviou o olhar de seus seios, e a olhou em seus olhos de cores diversas.
  O lado direito verde, o esquerdo castanho.

- Engraçado é que você foi a única mulher que se candidatou.

- Você me contatou rápido. Várias outras pessoas tentaram enviar seus perfis depois de mim. Tenho algo em especial?

  Ela exibiu seus dentes brancos.

- Fiquei meio inquieto. Deve ser por isso. Você é discreta. Bem discreta.

- Eu tenho que ser.

- Há quanto tempo você toca?

  Ele direcionou seu olhar ao instrumento de sua colega, encostado na parede.

- Há três anos. Na verdade, só tocava trancada em meu quarto. Tenho dois baixos e uma guitarra elétrica, mas eu não mexo muito nela.

- Vamos testar?

  Colin se levantou, e pegou o baixo de sua amiga, o entregando à mulher sorridente e misteriosa.
Se sentou novamente, e encarou cada movimento seu.
  Suas unhas longas, pontudas e pintadas de preto não pareciam atrapalhá-la no manuseio das cordas.
Ela tocou o instrumento em um contato bem íntimo, como se praticasse todo dia por prazer.

- Espere. Vou pegar a cifra da nossa nova faixa.

  Colin se levantou, e sumiu no camarim, enquanto a mulher ainda tocava o instrumento sem se importar com o que mais acontecia ou poderia acontecer.
Ela encarava a bateria montada próxima à si a todo momento, sem deixar de tocar.
  Colin reapareceu com um papel em sua mão, e a entregou.

- O nome da faixa é Kid's In Clark's Bank. Não é tão difícil.

  Ela as analisou, e posicionou o baixo em seu colo, acompanhando a cifra.
  Colin sorriu ao vê-la tocar com facilidade, como se já estivesse bem adaptada ao grupo e ao seu estilo.
  Ela finalizou, e tapeou o lado do instrumento encaixado em seu colo.