CAPÍTULO XXV.

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                                                                                                   1

  Jennifer não havia comparecido na Carter naquela manhã; Colin a procurou por seu setor, e na sala de café, sem nem mesmo encontrar sua sombra.
  Estava chateado, mas a raiva já havia passado.
No horário de almoço, Spencer saiu da empresa, e suplicou para que o porteiro do apartamento de sua namorada o deixasse entrar após as chamadas do interfone terem sido ignoradas por três vezes.
  O homem que quase dormia em trabalho se lembrou de sua feição, mas pouco se importava, de qualquer forma.
Abriu o portão, o deixando entrar, e voltou a ver mulheres de lingerie em um site erótico em seu computador que era profissionalmente destinado às câmeras do condomínio.
  Nervosa, Jennifer havia se arrependido de não ter respondido às chamadas no interfone, e no momento em que iria pegá-lo e pedir para que o porteiro chamasse o rapaz e o deixasse entrar, ela ouviu os socos em sua porta.

- Jennifer? Me deixa entrar.

Seu coração se amoleceu com sua voz.
Melódica e rude, naquele momento.
Ela encarou às suas unhas pintadas de vermelho dos pés, e em um impulso, destrancou a porta.
Seu rosto demonstrava que ela havia chorado por uma noite inteira.

- Nós temos que conversar.

  Colin disse, examinando seu rosto melancólico.

- Conversar?

  Ela fechou seu punho, e franziu seu cenho.

- Jennifer, me deixa entrar.

  Ele a pegou pelo braço e a afastou, entrando, e fechando a porta.
  Seu corpo feminino parecia ser feito de mero papel naquele momento.
  Ele passou pelo corredor, e instintivamente, ela o seguiu, ainda com seus ambos punhos cerrados.

- Você é linda! Seus olhos são de cores diferentes! Você é uma puta de uma baixista!

Colin bufou, e se virou.
  Gotas de suor pingavam do rosto de sua namorada.

- O quê deu na sua cabeça de aparecer lá e ficar escondida, escutando à tudo?!

- E por quê eu não poderia ouvir?! Simplesmente porque você estava elogiando uma outra mulher sabendo que é compromissado comigo?

- E eu continuo compromissado com você. Eu a elogiei profissionalmente. Sim, ela toca bem, e tem uma boa presença de palco. Ela é minha nova colega de banda, você é minha namorada.

- E é isso o que você faz comigo?! Me descarta? E não minta pra mim, eu ouvi tudo! Você a disse que ela era linda! A elogiou como se fosse um anjo! Esqueceu da minha existência!

Ela apontou um dedo em sua direção; Colin não podia negar, realmente havia elogiado Astrid não só como baixista, mas como mulher.
Mesmo que tenha sido um simples elogio.

- Jennifer... Foi apenas um elogio. Nada demais. Eu sou o único homem bonito ao seus olhos? Eu acho que não.

- Mas é o único que eu amo.

- Você também é a única que eu amo.

  Ele deu alguns passos em sua direção.
  Jennifer estava totalmente desleixada: seus cabelos ruivos estavam soltos e despenteados, e seu corpo vestia uma camiseta larga que ia até suas coxas, como se tivesse pego emprestado de algum homem.

- O que você fez ontem também não foi nada legal. Você me deixou, ali, na entrada da Carter. Eu já estava atrasado para o encontro com minha banda, mas mesmo assim, decidi te esperar.

Music Breastfeed ( Is It Love? Colin Spencer )Onde histórias criam vida. Descubra agora