Punishment.

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- eu estou ficando louca, você está tirando minha sanidade.

Charlotte Brown.

O meu corpo acabará de virar uma zona de guerra, onde todos repousam felizes dentro dele, menos por fora, sendo destruído aos poucos pelos inimigos que atiravam suas armas poderosas contra ele, que por si só, estava caindo aos pedaços mas tentando se manter firme em suas paredes abaladas. Eu não sabia ao certo quanto tempo essa guerra estava durando, pois meus olhos estavam embaçados é minha mente confusa demais para conseguir contar os dias que se passavam. Ao redor de mim, era possível ver apenas paredes sujas, com instrumentos de tortura que eram usados diariamente em mim. Não sei se tentar me manter viva e um pecado que estou pagando com meu sangue que jorra para fora do meu corpo.

Tentei me colocar no lugar daqueles que estavam em uma situação pior que a minha, mas acabei deixando a guerra que me rodeava ainda mais perigosa e raivosa. Eu havia perdido a noção do tempo, e de tudo, a minha cabeça se embaralhou a cada vez que ele entrava aqui, ou qualquer outra pessoa, eu havia virado um prisioneira. Sem comida, e sem água. Eu não sabia até quando iria aguentar ser fodida, ser tratada assim, não sabia se meu corpo queria me punir tentando ficar vivo. Porque agora, morrer e a melhor opção, e menos dolorosa.

O som do rangido estridente que a porta fez ao se abrir, fizeram meus ouvidos sangrarem, é minha cabeça latejar dez vezes mais. Eu podia saber que era ele, sentir sua presença, ouvir seus movimentos, e saber que sua mente comemorava ao ver-me naquele estado.

— está durando muito amor.– minha visão turva, impedia-me de enxergar seu rosto com mais claridade, ou vê-lo melhor. Me sentia, como sempre, ameaçada.– deve estar doendo, certo?

Suas mãos quentes deslizaram pelos meus cabelos com um corte mal feito, que o mesmo havia me dado a chance de ganhar aquilo, como sentido de que ele poderia fazer isso com a minha cabeça. Mas bom, ele já está.

— m-me... me mate.– quase implorei, pedindo pela primeira vez que ele acertasse um tiro em meu coração, ou fizesse qualquer coisa, mas eu apenas queria descansar em paz.– me mate.

— você não pode dizer isso querida.– Justin aproximou nossos rostos, colando minha testa a sua.– o que seria de mim sem minha pequena luz?

— eu não sou nada para você.– digo, com nojo do homem, e desprezo que havia sido guardado dentro de mim.

— E SIM!– ele virou-se de costas, passando as mãos pelos seus fios loiros.– eu tenho que cuidar de você.

Há como eu sentia vontade de o matar, eu estava perdendo-me completamente e me revoltando. Tudo em mim já não aguentava mais isso. Minha mente estava tão perdida, que nunca conseguia achar um caminho certo. Porque ele não existia dentro de mim, ele estava torto, indo em direção ao gigantesco abismo que eu estava a cair. Ao sentir minha bochechas arderem, eu sabia que ele iria descontar ainda mais, sabia que sofreria ainda mais, e sabia que meu corpo ia se manter firme. Para me fazer sofrer ainda mais.

— não faça isso. Não me bata.– pedi.

— você não me dá escolhas, tem que aprender amor.

— eu já aprendi. Por favor meu amor.

— não! Eu já disse que não vadia!

My DarknessOnde histórias criam vida. Descubra agora