together until death

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Charlotte Brown

- não acho que isso seja uma boa ideia.- me sentei à frente de Justin.- tenho certeza que podemos fazer outra coisa.

- eles não irão acreditar, tem que ser real, Charlotte.

- não! não posso deixar que use minha filha como isca!- ele se levantou, andou cautelosamente até mim e se abaixou, ficando da minha altura.

- se não fizermos isso, perdêramos tudo.

- vamos perder nossa filha!

Ele segurou em meu braço forte, me puxando da cadeira. Então, soltei-me e tentei sair do cômodo que cheirava a Whisky.

- e o que vai fazer? passar por cima de mim?

- vou fazer o que for preciso para salvar minha filha.

- NOSSA FILHA!- gritou.- nossa filhar Charlotte, e eu escolho também o que ela faz!

- não tem o direito de fazê-la depor num tribunal de traficantes!- quis acabar com sua vida, mas seria completamente impossível eu apontar uma arma para sua cabeça.

- o que eu quero, eu consigo.- ele se aproximou, dizendo em meu ouvido.- você não é mais forte que eu, não esqueça que eu te criei.

...

A noite já havia caído, o céu estava escuro como os olhos do homem que dormia ao meu lado. Eu levantei-me com toda a cautela, e pus-me ao seu lado da cama. Ajoelhei-me e gravei em minha memória cada parte de seu rosto, toda a sua perfeição que em anos não mudava, apenas parecia ficar cada vez mais irresistível. Aproximei-me ainda mais e gravei seu cheiro. Juntei nossos lábios e senti que ali era o meu lugar, o meu lugar seria sempre perto dele. Porém, eu não podia deixar que Justin estragasse a vida da minha filha. Não podia deixar que Cristal tivesse uma vida como a minha.

Com toda força que havia criado ao longo dos anos, eu consegui levantar-me e desgrudar meus lábios dos dele. Por mais que eu tivesse vontade de morrer ali. A vida da minha filha sempre seria maior que qualquer luxo que eu tivesse. Eu devia uma vida melhor a ela. A mochila com quase 500 mil dólares que eu havia escondido na gaveta falsa que anos atrás foi feita a meu mandato, continha tudo que eu precisava para dar a cristal o que ela merecia.

Eu consegui sair do quarto sem ser notada, corri ao quarto de cristal e a garotinha dormia como um anjo agarrada ao seu urso cor-de-rosa. Eu não poderia ignorar todo o mal que esse mundo faria a cristal, que ela não iria conseguir cursar uma faculdade, ter amigos normais, sair sexta à noite para uma festa sem estar sendo perseguida por traficantes. Eu queria dar mais a ela do que viver acorrentada a possibilidade de morrer com um tiro, por vingança ou apenas ódio que esse mundo daria a ela.

Queria que ela vivesse acorrentada a uma felicidade sem fim, morreria para deixá-la ter uma vida pacata, mas que no final, agradeceria-me e seria feliz.

Peguei-a no colo e senti seu cheiro doce, como sua ingenuidade. Seu urso não desgrudava dela, era como seu escudo do mundo. Aprecei meus passos, não queria que Justin acordasse no meio da noite. E ao passar pelo quarto, meu coração apertou, meus olhos encheram de lágrimas. Eu queria, excessivamente voltar pra lá deitar-me ao seu lado, sentir seu cheiro, beijar sua boca. Era como seu eu estivesse deixando meu coração, deixando meu verdadeiro eu.

Fechei os olhos e respirei algumas vezes, quando percebi que não tinha outra escolha. Desci as escadas e certifiquei-me que não havia ninguém na casa, além dos seguranças do lado de fora. Passei pela porta do porão, o único lugar naquele lugar que não havia seguranças. No dia seguinte, eu tive que deixar o portão onde era feito para os cachorros entrarem destrancado, era um cubículo, no qual apenas Cristal conseguia passar.

My DarknessOnde histórias criam vida. Descubra agora