Capítulo 15

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Benjamin POV.

Eram oito da manhã quando eu abri os olhos desesperado. Eu nunca, em anos, acordei este horário. Era tarde, muito tarde para começar a encarar a tonelada de trabalho que eu tinha pela frente. Mas, naquele dia em especial, eu sabia a razão do meu atraso.

Donna saiu da minha vida em um piscar de olhos. Eu não tive coragem de encarar o que ela trouxe pra mim. Eu, naquele momento, não enxerguei o que eu realmente sofreria sem ela. Até aquele momento eu não sabia que nada do que eu fizesse teria sentido. Eu, na verdade, era tão deficiente quanto ela.

- droga! - praguejei

Corri para tomar um banho rápido e me trocar. Eu tinha uma viagem de trabalho e por mais que fosse apenas um dia era extremamente cansativo e a minha agenda era mais ocupada do que de qualquer médico.

Antes de sair do apartamento peguei o celular e liguei para Emily.

- está tudo pronto? estou indo para o aeroporto.

- sim, está.

- ok. obrigado.

- Mackenzie, os relatórios eu mando para o seu e-mail?

- sim, por favor. Preciso deles o quanto antes.

Desliguei e uma hora depois embarquei para San Francisco. Eu nem tinha chegado ainda e já estava cansado.

- Bom dia Mackenzie! como foi a viagem?

Deixei minha pequena mala no canto da sala e abri meu notebook.

- cansativa, como sempre. Eu vim direto do aeroporto.

Eu estava ali, mas minha cabeça não. E quando percebi isso, entrei em um leve desespero.

Comecei a pensar em Donna e no que ela estaria fazendo. Pensei em como ela estaria absorvendo a ideia de não estarmos mais juntos e como seria daqui pra frente no trabalho. Vê-la todos os dias não seria fácil, mas pelo menos a saudade não ia me consumir, afinal, eu não tinha deixado de ama-la tão rápido.

- Mackenzie? Você ouviu o que eu disse?

Pisquei algumas vezes e bati a caneta na mesa tentando lembrar de alguma palavra que foi dita até aquele momento.

- pode repetir, por favor?

Todos estranharam a minha dispersão, afinal, eu nunca me distraía em uma reunião de negócios.

- a campanha está a todo vapor. É o nosso contrato mais importante em anos. Podemos seguir ou tem alguma subjeção?

- Podemos seguir.

Ao final da reunião fiquei sozinho, mas não por muito tempo. Um dos sócios que estava presente e que conhecia bem a minha família não exitou em especular minha vida amorosa.

- falei com o seu pai. Ele está preocupado com você.

Ergui o olhar, mas não disse nada.

- ele comentou sobre o seu namoro com uma deficiente auditiva.

Mark era um dos sócios mais velhos da Innova e amigo pessoal dos meus pais.

- pois ele não precisa mais se preocupar. Eu e Donna não estamos mais juntos.

Ele me olhou sem entender e contestou.

- porque?

Me incomodei com a pergunta, afinal, era pessoal demais.

- porque quer saber Mark?

Devolvi a pergunta a ele, que se ajeitou na cadeira antes de responder.

DonnaOnde histórias criam vida. Descubra agora