Benjamin POV.
Eram oito da manhã quando eu abri os olhos desesperado. Eu nunca, em anos, acordei este horário. Era tarde, muito tarde para começar a encarar a tonelada de trabalho que eu tinha pela frente. Mas, naquele dia em especial, eu sabia a razão do meu atraso.
Donna saiu da minha vida em um piscar de olhos. Eu não tive coragem de encarar o que ela trouxe pra mim. Eu, naquele momento, não enxerguei o que eu realmente sofreria sem ela. Até aquele momento eu não sabia que nada do que eu fizesse teria sentido. Eu, na verdade, era tão deficiente quanto ela.
- droga! - praguejei
Corri para tomar um banho rápido e me trocar. Eu tinha uma viagem de trabalho e por mais que fosse apenas um dia era extremamente cansativo e a minha agenda era mais ocupada do que de qualquer médico.
Antes de sair do apartamento peguei o celular e liguei para Emily.
- está tudo pronto? estou indo para o aeroporto.
- sim, está.
- ok. obrigado.
- Mackenzie, os relatórios eu mando para o seu e-mail?
- sim, por favor. Preciso deles o quanto antes.
Desliguei e uma hora depois embarquei para San Francisco. Eu nem tinha chegado ainda e já estava cansado.
- Bom dia Mackenzie! como foi a viagem?
Deixei minha pequena mala no canto da sala e abri meu notebook.
- cansativa, como sempre. Eu vim direto do aeroporto.
Eu estava ali, mas minha cabeça não. E quando percebi isso, entrei em um leve desespero.
Comecei a pensar em Donna e no que ela estaria fazendo. Pensei em como ela estaria absorvendo a ideia de não estarmos mais juntos e como seria daqui pra frente no trabalho. Vê-la todos os dias não seria fácil, mas pelo menos a saudade não ia me consumir, afinal, eu não tinha deixado de ama-la tão rápido.
- Mackenzie? Você ouviu o que eu disse?
Pisquei algumas vezes e bati a caneta na mesa tentando lembrar de alguma palavra que foi dita até aquele momento.
- pode repetir, por favor?
Todos estranharam a minha dispersão, afinal, eu nunca me distraía em uma reunião de negócios.
- a campanha está a todo vapor. É o nosso contrato mais importante em anos. Podemos seguir ou tem alguma subjeção?
- Podemos seguir.
Ao final da reunião fiquei sozinho, mas não por muito tempo. Um dos sócios que estava presente e que conhecia bem a minha família não exitou em especular minha vida amorosa.
- falei com o seu pai. Ele está preocupado com você.
Ergui o olhar, mas não disse nada.
- ele comentou sobre o seu namoro com uma deficiente auditiva.
Mark era um dos sócios mais velhos da Innova e amigo pessoal dos meus pais.
- pois ele não precisa mais se preocupar. Eu e Donna não estamos mais juntos.
Ele me olhou sem entender e contestou.
- porque?
Me incomodei com a pergunta, afinal, era pessoal demais.
- porque quer saber Mark?
Devolvi a pergunta a ele, que se ajeitou na cadeira antes de responder.
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Donna
RomanceCurriculum Vitae Donna Waldorf 25 anos, Solteira. Nova Iorque/NY. Objetivo: Secretária Assistente Formação Acadêmica: Administração de Empresas - Universidade de Nova Iorque 2 anos de experiência como Assistente na Clínica Saint Patrick. Administrat...