Capítulo 17

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Donna.

Benjamin me levou a um restaurante movimentado o que já fez eu perceber que ele não queria algo intimista. Melhor assim.

Ao entrarmos já havia uma mesa reservada. Eu fui na frente, a passos largos e pesados sem me importar se ele estava logo atrás ou não, apesar de eu saber que sim.

Ele trocou algumas palavras com o garçom e depois afastou a cadeira para que eu sentasse. Sentei-me deixando a bolsa na cadeira ao lado e coloquei as mãos no colo. Olhei tudo ao meu redor, mas não conseguia olha-lo. Até que ele acenou com a mão para que eu o olhasse.

Fiz o que ele pediu e o encarei. Mesmo se eu não fosse surda eu com certeza bloquearia meus ouvidos e mesmo se conseguisse falar ficaria a noite toda sem dizer uma palavra.

- quer comer ou tomar alguma coisa?

Vê-lo usar as mãos para se comunicar comigo era como sentir uma facada no peito. Como amar alguém daquele jeito? Como amar um homem tão diferente de mim e que me provou que não é recíproco?

- não, obrigado.

Ele respirou fundo, olhou para os lados e não sei porque, mas pressenti que algo estava errado. Ele parecia incomodado.

Comecei a prestar atenção ao nosso redor. As pessoas olhavam pra ele e pra mim. Claro, nós saímos em todas as capas de revistas no dia do evento beneficente e pelos meses seguintes também. Eu havia esquecido o quanto eu já era conhecida, mas ser conhecida não foi o que me incomodou naquela noite.

Benjamin estava impaciente e pareceu que queria se esconder. Como era de se esperar ele estava com vergonha de se expor, na verdade, estava com vergonha de estar comigo.

- eu lhe chamei aqui para conversar e saber como você está.

Ele gesticulou novamente, o que chamou ainda mais a atenção das pessoas.

- mandar mensagem ou um e-mail não seria mais fácil?

Ele leu minhas mãos e sorriu.

- algumas coisas faço pessoa.

Ele gesticulou errado a última palavra, mas por ter entendido o que ele quis dizer preferi não corrigi-lo.

- o que você quer? Não posso demorar.

Ele pareceu não entender alguma coisa que eu "disse" então eu resolvi pegar um bloco de papel e uma caneta em minha bolsa. Eu já estava sem paciência e o curioso era que normalmente os outros que não tinham paciência comigo.

o que você quer? Não posso demorar!

Ele leu e me pediu a caneta com um gesto.

Quero ser seu amigo. Sinto saudade das nossas conversas.

Li o que ele escreveu e bufei sem paciência.

não sou a pessoa mais indicada para longas conversas nem para escutar lamentações

Ele riu ao ler.

porque não volta a trabalhar na Innova?

Não pude acreditar no que li.

Estou feliz onde estou

Ele leu e ficou sério.

Está feliz com o Bruno?

DonnaOnde histórias criam vida. Descubra agora