Donna.
Benjamin me levou a um restaurante movimentado o que já fez eu perceber que ele não queria algo intimista. Melhor assim.
Ao entrarmos já havia uma mesa reservada. Eu fui na frente, a passos largos e pesados sem me importar se ele estava logo atrás ou não, apesar de eu saber que sim.
Ele trocou algumas palavras com o garçom e depois afastou a cadeira para que eu sentasse. Sentei-me deixando a bolsa na cadeira ao lado e coloquei as mãos no colo. Olhei tudo ao meu redor, mas não conseguia olha-lo. Até que ele acenou com a mão para que eu o olhasse.
Fiz o que ele pediu e o encarei. Mesmo se eu não fosse surda eu com certeza bloquearia meus ouvidos e mesmo se conseguisse falar ficaria a noite toda sem dizer uma palavra.
- quer comer ou tomar alguma coisa?
Vê-lo usar as mãos para se comunicar comigo era como sentir uma facada no peito. Como amar alguém daquele jeito? Como amar um homem tão diferente de mim e que me provou que não é recíproco?
- não, obrigado.
Ele respirou fundo, olhou para os lados e não sei porque, mas pressenti que algo estava errado. Ele parecia incomodado.
Comecei a prestar atenção ao nosso redor. As pessoas olhavam pra ele e pra mim. Claro, nós saímos em todas as capas de revistas no dia do evento beneficente e pelos meses seguintes também. Eu havia esquecido o quanto eu já era conhecida, mas ser conhecida não foi o que me incomodou naquela noite.
Benjamin estava impaciente e pareceu que queria se esconder. Como era de se esperar ele estava com vergonha de se expor, na verdade, estava com vergonha de estar comigo.
- eu lhe chamei aqui para conversar e saber como você está.
Ele gesticulou novamente, o que chamou ainda mais a atenção das pessoas.
- mandar mensagem ou um e-mail não seria mais fácil?
Ele leu minhas mãos e sorriu.
- algumas coisas faço pessoa.
Ele gesticulou errado a última palavra, mas por ter entendido o que ele quis dizer preferi não corrigi-lo.
- o que você quer? Não posso demorar.
Ele pareceu não entender alguma coisa que eu "disse" então eu resolvi pegar um bloco de papel e uma caneta em minha bolsa. Eu já estava sem paciência e o curioso era que normalmente os outros que não tinham paciência comigo.
o que você quer? Não posso demorar!
Ele leu e me pediu a caneta com um gesto.
Quero ser seu amigo. Sinto saudade das nossas conversas.
Li o que ele escreveu e bufei sem paciência.
não sou a pessoa mais indicada para longas conversas nem para escutar lamentações
Ele riu ao ler.
porque não volta a trabalhar na Innova?
Não pude acreditar no que li.
Estou feliz onde estou
Ele leu e ficou sério.
Está feliz com o Bruno?
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Donna
RomanceCurriculum Vitae Donna Waldorf 25 anos, Solteira. Nova Iorque/NY. Objetivo: Secretária Assistente Formação Acadêmica: Administração de Empresas - Universidade de Nova Iorque 2 anos de experiência como Assistente na Clínica Saint Patrick. Administrat...