Capítulo 13

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Donna POV.

Ignorei o e-mail que recebi e segui a minha vida normalmente. Benjamin, depois que deixou o bilhete em cima da minha mesa pedindo para vistarmos os seus pais, insistiu para que eu desse uma resposta rápido. 

Claro que eu queria conhece-los. Eu queria ver de perto como seria o comportamento deles comigo. Eu queria mesmo ter a certeza de que o idiota do Joshua estava errado. Como os pais do Benjamin podem ser tão superficiais se ele é maravilhoso? Quem deu educação para ele então? Quem repassou os valores? Tá, eu sei que cada um tem a sua personalidade e que os pais muitas vezes não influenciam nisso, mas a maior parte vem de quem nos cria. 

Dois dias depois que o Ben mencionou sobre visitar os pais dele, eu pedi para a Emily me ajudar com uma roupa decente. Seria um jantar no Sábado e eu precisava estar apresentável de todas as formas, afinal, eu jantaria na casa de uma das famílias mais ricas do país.

...

Aponto para o vestido pedindo uma opinião para Emily. Ela faz que "sim" com a cabeça e sorri. Olhei novamente para o espelho muito satisfeita com o que via e gastei quase metade do meu salário na loja com apenas um vestido e um sapato.

Eu e Benjamin nem tivemos tempo de conversar sobre os detalhes do jantar. Ele estava muito ocupado e enfiado em salas de reunião todos os dias. Eu nem estava mais indo para o seu apartamento, quer dizer, fui para lá na Sexta à noite.

está calado. cansado?

Ele lê o bilhete e sem nenhum ânimo balança a cabeça, afirmando minha pergunta.

Ele nem tocava nos papéis e nem pegou a caneta como sempre fazia. Ele não estava a fim de "falar" e eu respeitei.

Dei um beijo nele e fui até a cozinha preparar algo. Chegamos tarde da Innova e estávamos sem comer, então resolvi inventar algo rápido e gostoso. 

Enquanto eu preparava um mini-jantar eu pensava nas inúmeras possibilidades de me comunicar com os pais dele, sem que eles se sentissem incomodados com a minha deficiência. Sei que é errado pensar assim e que eles deveriam se adaptar à minha condição, mas eu também tinha que me adaptar. 

De repente, senti mãos em minha cintura. Benjamin me abraçou e encostou o queixo em meu ombro. Sentir a sua respiração era o paraíso. Ele era meu paraíso. Eu me sentia segura com ele, de todas as formas. 

Continuo cozinhando e ele ali, como se fosse um anexo meu. Eu não sei dizer, mas ele além de cansado parecía triste. Eu queria perguntar tantas coisas, falar tantas coisas naquele momento. Respirei fundo e tentei mandar para bem longe os pensamentos pessimistas que às vezes me consumiam por ter uma limitação.

Fiz um macarrão ao molho pesto. Ben fazia uma cara engraçada cada vez que dava uma garfada. Considerei aquilo como um elogio, afinal, ele até repetiu. 

Dormimos juntos naquela noite e no dia seguinte Ben levantou cedo para ir até a Innova resolver umas coisas. Era Sábado, mas para ele que trabalhava muito, os fins de semana muitas vezes eram uma extensão da semana.

Fiquei no apartamento sozinha, esperando ele voltar. Aproveitei para me preparar para o jantar. Pintei minhas próprias unhas, sequei o cabelo, e tentei pensar na minha comunicação. Peguei um bloco de papel e uma caneta e comecei a escrever frases que eu com certeza falaria. Eu queria evitar a perda de tempo, escrevendo coisas na frente deles, então eu me adiantei e deixei frases preparadas. Tentei pensar nos momentos que eu teria durante o jantar e consegui preparar muitas opções de frases. 

Quando Ben finalmente chegou e viu o que eu tinha feito, arregalou os olhos como se não acreditasse que eu tinha realmente feito a "lição de casa".

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