Capítulo 7

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  Uma cortina de fumaça cobriu todo o espaço. Mais gritos.

   Uma explosão. Consegui ver pessoas tentando sair. Mas não dava. Os portões estavam fechados.

   Sinto alguém me abraçando por trás e me conduzindo a um canto afastado e escuro.

  Quando abri os olhos vi Benjamin.

   -O que você está fazendo? -perguntei

  -Tentando manter você viva.

  -Onde está Nora?

  -Estou aqui! -a voz dela estava rouca

  Suspirei aliviada. Dei o mais forte dos abraços em Nora.

   -O que está acontecendo?

  -Ataque rebelde. Tem dois meses que não ocorre um assim. Eles estão tentando impedir a Colheita.

   -Ataque rebelde. -caçoa Nora

   -Sim. Lewis morreu durante um ataque. Acho que o objetivo deles é impedir que alguém assuma um lugar que tem poder sobre eles.

    Ficamos em silêncio. Na verdade,todo o ambiente estava silencioso. Benjamim resolveu se levantar para ver o que estava acontecendo.

     -Podem se levantar. Já acabou. -ele sussurrou

    Tentei me levantar mas Nora estava grudada em mim. Ela me abraçava com desespero.

   -Nora, já está seguro. Estamos seguras. Vamos nos levantar e ir embora.

   Ela negou com a cabeça. Não demorou muito para perceber que ela estava tremendo.

   -Nora olha pra mim.

    Ela levantou a cabeça e olhou para mim .

   -Estamos seguras. Já acabou. Vamos ficar bem. Eu prometo. Mas agora a gente precisa se levantar.

   Ela assentiu, ainda tremendo.

   Assim que levantei do chão, vi pessoas jogadas no chão atrás das mesas de comida.

   Um dos escolhidos, estava caído sobre uma poça de sangue.

   A imagem fez Nora tremer ainda mais. Abracei ela ainda mais forte.

   Harry caminhou até o centro do espaço, ficando praticamente ao lado do cara que provavelmente estaria morto.

   -Chamei uma equipe de médicos. Fiquem em seus lugares até que um médico examine cada um de vocês.

  Sentei novamente no chão e percebi que Nora já havia me soltado.

   -Quando tinha apenas 7 anos. -ela começou a falar -uns homens entraram lá em casa. Meu pai me disse para ficar debaixo da cama e não fazer barulho. Eu obedeci. Minha mãe tinha se escondido no banheiro. Eu escutei eles pedindo pro meu pai entregar todo o dinheiro. Ele disse que não tinha nada. Mas mataram ele mesmo assim. Eu comecei a chorar e gritar. Eles vieram até meu quarto. Mas não me mataram. Por um instante eu desejei, desejei que eles tivessem me matado.
  
  -Nora eu sinto muito.

  -Tudo bem. A partir daí eu...

   Abracei ela.

   O médico chegou com uma maleta de equipamentos. Ele me examinou e depois examinou Nora.

    Nora voltou a me abraçar com toda força. 

   -Os escolhidos devem ir para o carro.Vocês serão levados para a fronteira.

    Eu assenti. Antes que ele fosse atender outra pessoa, agarrei seu pulso.

   -Você sabe onde está o Benjamin?

  Ele negou com a cabeça e depois saiu correndo para examinar os outros.

   -Você quer que eu te solte?- perguntou Nora.

   -Não.

   Acompanhamos os outros escolhidos até a entrada principal.

   Coloquei Nora no carro e sentei ao seu lado no banco.

   Nora deitou no meu colo e olhou para mim.

   -Vamos lá Grace.

 

  

 

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