Ficar deitada em uma cama de hospital era de dar tédio. A única companhia que eu tinha era das paredes brancas.
Eu estava lendo um livro quando Garrett entrou no quarto disparado.
Já foi me dando um abraço.
-Celinne. Que bom ver você.
Sorri. Minhas bochechas ficaram vermelhas.
-Oi Garrett. É bom ver você também.
-Sinto muito não ter vindo antes. Contabilidades de produção é complicado.
-Entendo.
Ficamos em silêncio até que ele pegou um papel e fez um avião.
-Pra que isso?
Ele me encarou e vou a se concentrar no papel.
-Estávamos num silêncio constrangedor. Vamos brincar um pouco.
Sorri.
-Você tem cada idéia.
Ele jogou o avião em minha direção. Eu peguei.
Tinha alguma coisa escrita dentro.
"Você fica linda com roupa de hospital"Revirei os olhos.
-Essa é a brincadeira. Eu escrevo uma coisa no avião, depois você escreve.
-Você sabe que pode sentar naquela poltrona e conversar normalmente né?
-Mas aí qual seria a graça?
Peguei um lápis e escrevi.
"Você é bobo"
Joguei o avião. Ele sorriu.
Ficamos brincando por horas. Até que Nora chegou com vários livros e 5 potes de pudim.
-Olha aqui bonitão, sei que Celinne é linda mas agora ela precisa da amiga. Então fora!
-Nora Adams. É bom ver você também. -Garrett pegou o avião e entregou para mim
-Até amanhã!
Assim que Garrett saiu, Nora pegou o avião da minha mão e começou a ler.
-Safado!
Eu cai na gargalhada.
-Por que veio aqui Nora?
-Economia. Melhorei bastante. Mas você...
-Como assim? O que tem eu?
-Agora que você foi dispensada, precisa passar em economia para ir pro segundo estágio.
Quase me preocupei. Economia era fácil. Na mesma hora a porta do quarto se abriu numa velocidade incrível.
Minhas irmãs e minha mãe entraram e logo foram correndo me abraçar.
Enquanto minha mãe pegava nas minhas mãos, minhas irmãs passavam as mãos no meu cabelo.
-Filha! É um alívio ver você!
-Seu cabelo está macio Celinne.
Elas ficaram no meu quarto a maior parte do tempo. Conversaram e comeram os pudins de Nora.
《》 《》 《》 《》
Benjamin chegou logo depois do horário de visitas. Não havia enfermeiras circulando e ninguém estava no meu quarto.
-Acho que você deveria ver uma coisa.
Ele pegou uma cadeira de rodas e me conduziu para a fora do quarto.
-Onde estamos indo?
-Você vai ver.
Normalmente eu discordaria e voltaria para meu quarto. Mas eu estava lá tempo demais. Preciso de ar livre.
Havia uma mesa no gramado dos fundos. Uma mesa e muita comida.
-Acho que deveríamos terminar nosso jantar.
Já havia me esquecido. Ele me deixou com uma lasanha no forno.
A comida estava muito boa.
-Você que fez? -perguntei
-A maioria.
Ele fez uma pausa e suspirou.
-Sinto muito ter te deixado aquela noite. Eu estava com problemas. Muitos na verdade.
-Tudo bem.
Jantamos e conversamos. Benjamin me levou de volta para o quarto e me deu um crachá.
-Quando quiser sair, só mostrar esse crachá. Fuga perfeita.
-Obrigada.
Benjamin beijou minha testa e saiu.
Peguei um dos livros que Nora havia trazido e comecei a ler.
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Soberania de Ferro
RandomHá muitos anos após a guerra,o governo dos Estados Unidos decidiram criar uma divisão social. De um lado, os pobres que vivem em péssimas condições e do outro a elite que vive na conforto. Sabendo que a população mais pobre poderia se rebelar e c...