Acordo aos gritos.
Felicity.
Com certeza ela quer me levantar para ajudar a arrumar a casa.
Minhas pernas estavam doloridas. Embora eu não tenha feito nada.
-Acorda Celinne. Temos que te falar uma coisa muito séria! -a voz de Felicity estava rouca.
- O que é agora?
-Você precisa ver uma coisa.
Fiz cara de tédio e levantei da cama.
Assim que cheguei na sala, minha mãe estava me olhando preocupada. Sua mão estava segurando o colar que ela havia ganhado de meu pai.Muitas coisas estavam fora do lugar, mas minha mãe conseguiu colocar a TV de volta.
Olhei para ela me perguntando o que havia acontecido
Direcionei meu olhar para a TV. E vi uma lista de nomes.
Vasculhei. Vasculhei. Me concentrei nos nomes. E vi o meu.
Meu nome estava na lista. Olhei confusa para as minhas irmãs.
-É a lista dos escolhidos. Você foi escolhida Celinne. -a felicidade de Helena era visível.
-Não. Eu não quero. Não! -gritei.
-Os oficiais virão aqui no final da tarde. Eles vão entregar as roupas que você deve usar.
-Não. Eu não vou deixar vocês.
-Filha, você sabe o que acontece com quem recusa a Colheita. Você vai. Por mais que me doa dizer isso, você vai.
Meus olhos estavam marejados. Foi difícil mas eu concordei.
Minhas irmãs me abraçaram.
-Não pense muito. Você foi escolhida. E daí? Todos aqui sabemos que se você quebrar uma unha, já começa a chorar -Helena estava curtido com a minha cara. - Você é forte. Do seu jeito.
Ela me lança um sorriso leve.
-Mas enquanto você estiver aqui, vai ajudar a arrumar essa casa.
Foi isso que fizemos. Estávamos terminando de arrumar a cozinha quando alguém bate na porta.
Felicity foi atender. E Helena me encarou.
Fui atrás dela.
Quando cheguei na sala, havia um oficial parado.
-Você é Celinne Grace? -perguntou ele
-Sou eu. -falei logo atrás de Felicity.
-Ótimo. Quero que vista esse traje e me acompanhe por favor. -ele entregou uma roupa preta.
Suspirei.
Caminhei de volta para o meu quarto. A roupa tinha meu nome escrito no lado esquerdo. Era feito de um tecido resistente e calorento.
Pensei em Francis. Será que ele estaria feliz ?
Voltei para a sala. Minha mãe estava ao lado de Helena e Felicity.
Abracei as três.
-Volte logo meu bem.-minha mãe cochichou.
Segui o oficial até um carro incrivelmente luxuoso. Onde tinha uma menina de aparentemente 17 anos dentro.
-Grace, essa é a senhorita Adams. -informou o oficial antes de fechar a porta do carro.
Olhei para trás e vi minha família acenando. Retribuí o gesto até que perdi elas de vista.
Me concentrei na garota que estava na minha frente.
-Meu nome é Nora. Nora Adams. Você deve ser a Celinne. Belo nome. Diferente. Mas bonito.
-Obrigada.
-Ridículo não é mesmo? Jovens se matando por reconhecimento. Disseram que essa vai ser diferente, quem ganhar vai ser um membro do governo.
Continuei em silêncio.-Pois é Celinne Grace, quem será os outros azarados além de nós duas?
Será que ela não percebe que eu não quero papo?
Finalmente ela se calou. Ficamos em silêncio ao longo da viagem.
Cerca de três horas e meia.
Alguém abre a porta do carro. Estava escurecendo. Eu saí primeiro. Depois veio a Nora.Havia um enorme prédio na nossa frente. Uma rua deserta. Sem nada ao redor. Só um prédio.
Fomos conduzidas para dentro.
Era todo feito de vidro. Havia um túnel de vidro que dava entrada para uma área aberta.
-Você e a senhorita Adams ficarão na mesma suíte. Amanhã vocês duas serão levadas para a fronteira. -anunciou o motorista do carro.
-Os outros também virão pra cá? - perguntei.
-Não posso revelar detalhes senhorita.
Ele se virou e foi embora. Olhei para Nora. Ela tinha um cartão de acesso nas mãos.
-Que isso? -perguntei
-Nossas chaves.
-Qual o número do nosso quarto?
-547. Me sinto uma pessoa importante. Vamos lá Grace.
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Soberania de Ferro
De TodoHá muitos anos após a guerra,o governo dos Estados Unidos decidiram criar uma divisão social. De um lado, os pobres que vivem em péssimas condições e do outro a elite que vive na conforto. Sabendo que a população mais pobre poderia se rebelar e c...