Um Amor Impróprio (quase ao fim)

Capítulo 9

Desde o início de minha relação com Ricardo até os dias atuais, temos nos visto com muito mais frequência devido às muitas viagens e oportunidades de encontro. O que está sendo mais que perfeito, pois fazia um longo tempo que não me divertia da forma que me divirto me relacionando com Ricardo e, pelo visto, ele também não - já que alegou sentir-se voltando aos seus dezoito anos de idade por minha causa.

Nos comunicamos por telefone todos dias e praticamente o dia inteiro, o que acabou virando uma rotina necessária para ambos.
Acordar lendo suas mensagens desejando-me um bom dia com lindos adjetivos, ou sua doce e carinhosa voz na primeira ligação de cada manhã se tornou meu entorpecente.
A cada dia que se passa meu carinho e cuidado para com ele só aumenta, exalando a enorme e constante saudade que sinto de sua apaixonante presença.

Ricardo têm se mostrado cada vez mais interessado em aprofundar nossa relação e em estar perto de mim, almejando constantemente fazer parte da minha vida - o que facilmente está conseguindo.
Confesso que nem ânimo para dialogar com meus antigos contatos tenho tido mais, Ricardo está incrivelmente preenchendo todas as minhas vontades e desejos.
Sabe aquela sensação de nada mais ter graça e aquela pessoa ser a única coisa a importar no momento? É exatamente isto.

Sinto que Ricardo também não mais se interessa por outras, pois nossa relação é repleta de bons sentimentos, reconforto e reciprocidade, o que a cada dia mais nos aproxima e nos preenche de forma que nada nos falte. Além de nos comunicarmos 24 horas por dia, o que torna um tanto difícil ele ter rotina com uma outra pessoa.

Nesta madrugada, Ricardo alegou por telefone que estou "fazendo uma varredura" em sua mente e em sua vida, pois encontrou em mim todos seus requisitos para ser feliz e suas relações antecedentes a mim eram superficiais e comuns.
Pouco antes do fim da ligação, revelou estar apaixonado e que a culpada sou eu. Confesso que, ao ouvir aquilo, meu coração disparou.
Estou apaixonada por Ricardo e, assim que ele esclareceu, decidi também dizer o que sentia.

É surreal. Estamos sendo extremamente felizes em uma relação proibida e oculta. Tudo o que eu almejava era que Ricardo me pedisse em namoro e, àquela altura, já não estava mais pensando nas consequências. Porém, há outras questões a serem resolvidas antes da realização desse meu louco e improvável sonho.

Decidi por fim não me empolgar demais, pois tudo isso pode ser passageiro já que daqui a um tempo estaremos acostumados um com o outro e em determinado momento haveremos de seguir o próprio caminho, seja ele qual for. E por não termos ideia do que acontecerá no futuro, preciso desde já viver um dia de cada vez aproveitando ao máximo cada segundo, sempre me preparando para qualquer decisão.
Assim têm sido.

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Na semana passada, eu havia ido com os amigos ao Arraiá do shopping, no qual optei por não levar Ricardo pelo fato de ter sido um encontro entre amigos, o que com toda certeza o faria sentir deslocado.

Ricardo então me convocou à um encontro sem esclarecer onde iríamos, afirmando que seria uma surpresa. Apenas concordei. Porém, eu precisava ir para casa da minha mãe - onde eu morava há pouco tempo atrás - em Mesquita, já que Ricardo me buscaria de moto, o que seria um grande problema se eu partisse da casa de meus avós.
Assim fiz. Fui para Mesquita dois dias antes do encontro com Ricardo, já que Clara viria para o Rio com sua mãe e dormiria comigo.

Passei um dia e meio pensando em uma boa mentira a ser dita à minha mãe, pois ela não poderia de forma alguma saber que eu sairia com Ricardo.
Separei uma blusa preta justa de alça, um short cós alto, uma jaqueta jeans estrelada e uma sapatilha vermelha.

Ao chegar o tão esperado dia, Clara infelizmente haveria de retornar à Cabo Frio. Segui então pelo resto da tarde contando as horas para ver Ricardo, com ansiedade à mil.