Capítulo 15

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    Mesmo morando com meus avós, passava alguns dias das semanas na casa da minha mãe, pois Ricardo mora bem próximo à mesma, e estar em Mesquita torna mais viável encontrá-lo.

Eu já havia contado à minha tia - Aninha - sobre Ricardo, e sua reação foi boa. Ela apenas deu alguns conselhos de cuidados em um relacionamento e alertou sobre sua idade, dizendo que eu deveria ser esperta pois ele é bem mais vivido e maduro que eu.
Mas com o passar do tempo, Aninha notou que minha situação com Ricardo já havia passado de apenas um lance. Observava Ricardo me ligando todos os dias, os nossos encontros e o quanto eu o envolvia em minha vida, o que a incomodou a ponto de fazê-la ser contra nosso relacionamento.
Conversamos sobre a situação, e ela afirmou achar que Ricardo estava me usando ou tentando me amarrar. Disse também ter medo de minha vida ir por água a baixo com uma possível gravidez indesejada ou uma doença. E mesmo a explicando e tentando assegurá-la de que não me permitiria ser imatura, ela continuou não concordando com minha escolha.

Porém, o pior havia ocorrido. Meus avós souberam através de Aninha sobre nosso relacionamento.
E a situação chegou ao seus ouvidos da pior forma possível, incluindo o fato dele ser separado e estar se divorciando.

Para esclarecer, meu avós são evangélicos praticantes. São extremamente conservadores e rígidos, o que torna tudo mais difícil, pois pra eles ainda sou virgem e passo longe desse estilo de vida que ocultamente levo. E o fato de Ricardo ter sido casado, pra eles, é um tremendo desastre, pois obviamente Ricardo me convidaria a ter relações sexuais.

Eu havia me sentado para o café da manhã junto à meu avós, e minha avó imediatamente me interroga.
Fez diversas perguntas no intuito de saber se aquilo era realmente verdade, e só me restou afirmar.
Logo vieram diversos sermões sobre religião e conservação da mulher, riscos, regras da bíblia e etc, tudo o que já estou ciente.
Eles ficaram realmente chateados comigo e indignados com minha escolha de me relacionar com um rapaz tão mais avançado em idade, não-crente e já consumado.
Se recusaram a aceitar, e infelizmente disseram que eu não poderia morar debaixo de seu teto com este tipo de atitude.
Aquilo me devastou completamente.
Me senti rejeitada, mesmo com o fato de terem abordado o assunto mansamente e de alegarem que sua relação comigo não mudaria.

Tudo o que eu poderia fazer naquele dia era preparar minhas coisas para voltar pra Mesquita, o que foi péssimo, pois morar com meus avós me fazia um bem indescritível.

Não tive raiva da minha tia, afinal, em algum momento eu mesma teria que contar à eles sobre meu relacionamento com Ricardo, e a reação seria exatamente a mesma.
Passei aquele dia inteiro triste e pensativa, calculando uma forma suave de contar à Ricardo o que havia ocorrido.

Assim que esclareci toda aquela situação, Ricardo ficou bastante chateado.
Mas não tínhamos muito o que fazer, afinal, nada mudaria o pensamento de meus avós. Só o tempo responderia a partir dali.

No dia seguinte voltei para Mesquita, ainda triste por não poder mais morar com eles, porém tentando ser otimista em meio àquela situação.

Contudo, eu estava novamente morando pertinho de Ricardo, e com isso finalmente voltaríamos a nos ver com a frequência de antes.

Um Amor Impróprio (quase ao fim)Onde histórias criam vida. Descubra agora