CAPÍTULO 3

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MARC

Eu estava preocupado com o meu irmão e toda essa situação estava me sufocando. O meu corpo estava me mandando sair dali correndo, mas o meu coração não permitia isso. O meu irmão precisava de mim. É só que era demais está em um hospital. Traziam-me muitas lembranças.

- Olha, eu realmente fiquei preocupado com o Fernando. – disse o médico olhando para o Stefan. – Pensei que ele não iria resistir. Quando ele chegou aqui estava sangrando muito.

- E como foi isso tudo, Doutor? – eu perguntei

- Ele sofreu um acidente de carro. – disse olhando pra mim. – Os paramédicos que o encontraram disseram que ele estava cheio de caco de vidro em cima dele. – procurou alguns papeis em sua pasta. – Certo, o encontraram em uma rodovia que fica próximo à igreja San Francisco.

Oh, então o Fernando estava indo realmente para o casamento. Isso não era irônico?! Eu vi que o Stefan não esboçava reação alguma. Parecia que estava anestesiado. Estava me sentindo sufocado e não sei quanto tempo eu ainda iria conseguir ficar ali. Queria está em qualquer outro lugar, menos ali, no hospital, recebendo essas notícias.

- Ele vai ficar bem? Quero dizer, ele corre risco de vida? – perguntei aflito.

- Então, quando ele chegou aqui, foi preciso fazer uma transfusão de sangue. Ele estava com um corte profundo na cabeça. Eu fiquei muito preocupado que ele tivesse desenvolvido traumatismo craniano.

O Stefan ofegou parecendo acordar de um susto. Eu rapidamente sentei ao seu lado e peguei sua mão. Ele olhou pra mim totalmente perdido. Eu sabia que ele não iria conseguir falar nada. O Stefan gostava muito do Fernando. E eu vi a dor nos seus olhos em perdê-lo.

- E agora? Qual é a sua real situação? – perguntei apertando a mão do Stefan.

- Ainda é cedo falarmos. Os exames que fizemos não demostraram nada que pudesse preocupar. Por ora, ele está bem. Mas estamos falando de uma batida na cabeça. Isso é muito incerto. Quando ele acordar, iremos o monitorar e fazer mais exames até termos a confirmação que ele está bem. – disse recolhendo os seus papeis e se levantando. – Ah, e outra coisa. Ele estava bebendo. Os paramédicos encontraram uma garrafa de uísque no carro. Isso foi a causa do acidente. Ele perdeu a direção do carro e se chocou contra uma árvore.

- Certo, Doutor. – disse levantando e estendendo minha mão. – Muito obrigado por tudo o que o senhor fez. Eu agradeço imensamente. – o doutro pegou a minha mão estendida e apertou.

- Por nada. Esse é meu trabalho. – disse colocando a mão no bolso quando alguma coisa começou a apitar. – Se vocês me dão licença, eu preciso ir. – disse levantando o objeto que havia tirado do bolso. Eu o conhecia das minhas passagens pelo hospital. Era um pager. – Quando o Fernando acordar, voltaremos a nos ver.

O médico começou a ir, mas eu o parei.

- Doutor, quando podemos o ver? – isso fez o Stefan se agitar na cadeira e levantar também.

- Eu posso o ver agora, Doutor? – perguntou o Stefan com uma voz rouca

O médico pareceu considerar alguma coisa e olhou para o relógio. Ele suspirou e olhou para nós novamente.

- Tá certo, mas vai ter que ser rápido. Não poderá demorar. E só um pode ir vê-lo. – disse olhando pra mim. Eu havia entendido o recado.

- Stefan, vá vê-lo. E dê um beijo nele por mim. – disse beijando sua cabeça. – Ah, e pode ser que quando você voltar, eu não esteja por aqui. – ele abriu a boca pra falar alguma coisa, mas o cortei. – Eu vou só dá uma volta. Respirar um pouco. Ok? Não se preocupe. – abracei-o e sussurrei em seu ouvido. – Se precisar de mim, é só me ligar que venho correndo. Agora vá. – disse o soltando.

AMARGA MENTIRA (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora