CAPÍTULO 5

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FERNANDO

Precisou de duas semanas no hospital para eu poder ir pra casa. Bem, para casa do Stefan.

Olhando pelo meu ombro pude vê-lo olhar a estrada lá fora pela janela do carro. As coisas estavam estranhas entre nós dois. Desde o meu acidente, eu comecei a reavaliar muita coisa. E o Stefan era o topo delas. Eu não estava entendendo muito, mas até onde sabia, o Stefan havia terminado com a Violeta. Ninguém conversou comigo e nem nada. Mas quando tivesse uma oportunidade, eu colocaria o Stefan contra a parede.

- Como você está se sentindo, Fernando? – perguntou o Marc parando no sinal.

- Eu estou bem. – disse o olhando. – Eu só volto para o hospital morto. – xinguei percebendo a piada idiota que havia feito.

- Não fale mais isso, Fernando. – disse o Stefan do banco de trás sem tirar os olhos da estrada.

- Eu sei. Sinto muito.

Um silêncio caiu no carro e assim ficamos até chegarmos na casa do Stefan. Olhando para frente da casa, me trazia muitas lembranças. Essa era a casa dos pais dos meninos. Vendo o jardim da frente mal cuidado, me fez sorrir. Se a Suzanna ainda estivesse viva, ela nunca que teria deixado as suas flores chegarem naquele estado. Ela amava aquele jardim.

- Por quê vocês não contratam alguém para cuidar das flores? – perguntei me encaminhando para a porta da frente.

- Porque é difícil encontrar alguém e o Marc fodeu, literalmente, o último que encontrei. – disse digitando o código de segurança da casa. – Então eu dei a tarefa pra ele, mas parece que ele não está fazendo as suas obrigações.

- Ei, eu não tenho culpa. O cara era gostoso – disse o Marc dando de ombros.

A casa estava escura e com um ar sombrio. O Marc ligou o interruptor e logo permiti aos meus olhos a se adaptarem ao ambiente. Estava tudo organizado. Tudo da mesma forma como da última vez que estive ali. As fotos na parede da sala. Os moveis no lugar de sempre. E aquele tapete peludo branco que eu tanto amava ainda se encontrava no meio dos dois sofás. O resto da casa ainda estava escuro, mas eu podia visualizá-la em minha cabeça.

- Então, qual vai ser o agito pra essa noite? – perguntou o Marc se jogando no sofá.

- Agito? – perguntei me sentando no outro sofá. – Eu não tenho mais idade para isso. – disse rindo enquanto tirava os meus sapatos e esfregava os meus pés pelo tapete.

- Qual é, Fernando. Você tem quantos anos? 90? – perguntou me zombando.

- Tenho idade suficiente para não está mais em agito. – disse fazendo aspas com a última palavra.

Vi quando o Stefan se dirigiu para a cozinha. Ele estava muito calado e isso já era algo preocupante. Tinha que conversar com ele. Mas isso tinha que ser só nós dois.

- E você, vai sair? – perguntei me voltando para o Marc.

- Bom, acho que sim, Não sei. Eu não quero ir sozinho. – disse com um suspiro e fazendo uma cara de cachorro caído da mudança.

Se fosse em outro momento, eu teria me rendido ao seu charme e teria ido com ele. Mas eu estava cansado e ainda me recuperando. Teria que ficar para outro dia. Quando eu ia responder alguma coisa, a campainha da casa toca. Quem seria? O Stefan saiu da cozinha e veio abrir a porta. Eu logo me levantei quando vi um rosto que adorava.

- Cristian! – disse o abraçando forte. – Quanto tempo.

Ele deu as sacolas para o Stefan e me abraçou.

AMARGA MENTIRA (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora